Corrida

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POV Taehyung

— Em suas marcas... — a voz do autofalante diz.

— Jungkook, tem certeza de que essa é uma boa ideia? — Olho ao redor, a fumaça já está subindo.

A contagem regressiva ocorre e o "já" soa junto de motores altos, pneus rasgando o asfalto e uma neblina cobrindo toda a vista.

O pobre do meu corpo, tão bem regulado e com tudo em dia precisou encomendar um monte de bosta de última hora. Meu estômago revirou, senti meu coração parar e minhas mãos grudaram no banco do carro, fiquei paralisado.

Enquanto isso, Jungkook dirigia como se estivesse em um simulador. Uma mão no volante, o pé pisando fundo no acelerador e a outra mão dentro do bolso, caçando algo.

Fomos do 0 a mais de 200km/h em questão de segundos.

— Quer balinha? — Ele tira uma do bolso e sacode diante de mim.

— Não! — Meus dentes batem uns contra os outros de tanto frio e medo.

— Docinha — o príncipe prova, vira o rosto e mantém os olhos esverdeados fixos em mim.

— Olha pra rua! Pra rua! — Indico, desesperado

— Oi. Eu sou o Harry.

Quê? Mas que droga é essa, nesse momento? Estamos sobrevoando a cidade na velocidade da luz e ele quer se apresentar para mim com um de seus nomes?

— É sua primeira vez? — pergunta tranquilo, como se não estivéssemos rasgando o asfalto junto com outros 9 veículos, um tentando bater no outro.

— É — só consigo dizer isso, após muita concentração.

— Tá nervoso?

Estranho. De repente o tom de voz dele ficou mais brando. Ainda é uma voz grossa, mas suntuosa, parece que está cochichando em meu ouvido, dizendo tudo de um jeito bem galante. Preciso me concentrar e apurar bem a audição para entender o que diz.

— Estou! — grito.

— Quer uma beliscadinha no mamilo? — Sobe a mão pelo meu corpo. Quando está prestes a tocar no meu corpo, dou um tapa para que se afaste.

— Ficou maluco? Dirige!

— É só uma beliscadinha sem compromisso, prometo que não vai doer — diz num tom natural, como se tratássemos qualquer trivialidade. — Mas se doer, eu vou dar um chupão bem lento e assoprar. — Assopra com as narinas como se fosse uma risada.

Essa bala deve ter alguma coisa, o príncipe enlouqueceu de vez.

— Ih, o meu primo. — Olha pela janela quando passamos por Phellippo Lamarphe e seguimos na frente, atrás apenas de outro carro. — Por que está assustado? Você não corre?

— Não, não em carros — continuo me segurando onde dá, tateio a poltrona, algum suporte na parede que não acho, pego até no negócio que muda as marchas. — Desculpa.

— Não, pode pegar.

— Não, se não vamos sofrer um acidente — arregalo os olhos.

— Ômega, você pode pegar nele, tirá-lo da calça, enfiar na sua boca até onde couber, nada disso vai me distrair, essa corrida é minha — ele se diverte.

Me atrevo a olhar para baixo e me arrependo amargamente. Não, eu não peguei naquele suporte para marchas, eu peguei bem no volume da calça dele.

— Por-por-que tá duro? — Tento não olhar.

O Príncipe Rebelde (Taekook) Onde histórias criam vida. Descubra agora