Sexta feira

1.5K 255 72
                                    

POV Jungkook IV

A semana se arrastou até chegar na sexta-feira. Mas valeu a pena, porque no início da noite a minha casa começou a lotar. Por onde quer que olhasse, da varanda ao jardim, seja na calçada ou na rua, tinha gente bebendo e curtindo o som de uma DJ famosa que consegui de última hora.

— Aquela é a Kelly Truman, filha de um senador. — Yoongi bate em meu ombro. — E aquela é Estela White, o pai dela é dono de uma frota de transportes que conecta toda essa parte dos Estados Unidos.

— Preciso parabenizá-lo, meu amigo, isso sim é uma festa. — Seguro no ombro dele e dou uns tapas.

— Melhor do que ir a dezenas de encontros a cegas só para dispensar as garotas? — Me provoca.

— Muito melhor — concordo de imediato. — Curta muito, quem sabe ache uma que te agrade também.

— Não. A noite é sua, hoje é seu prazo final para achar um ômega e levá-lo para o Setentrião — Yoongi ri. — Boa sorte, vai precisar.

— Não preciso de sorte, já tenho um candidato ideal — pisco para ele.

— Olá, Vossa Alteza — ouço por onde passo, às vezes seguido de uma reverência.

Saio do coração da festa para ir a um canto isolado e silencioso para fazer uma ligação. E é inédito que pela primeira vez em semanas, Namjoon me atenda de primeira.

— E aí, se esqueceu de mim? — Rio.

— Desculpa, Kook, estive tão ocupado nesses últimos tempos — boceja. — Estou responsável pelas empresas da família no Brasil, França, Nova York e Índia. Mal tenho parado em casa, na verdade, o jatinho se tornou minha casa — diz com voz de sono.

— Adivinha quem eu venci esses dias numa corrida? — Sento na cama.

— O Lamarphe? — Namjoon ri. — Ouvi falar, ele ficou putinho.

— É, tinha que ver a cara dele.

Ambos rimos. E depois ficamos em silêncio. Isso me incomoda muito.

Namjoon é o meu melhor amigo desde criança. Sempre o enxerguei como meu irmão mais velho, alguém com quem eu poderia contar sempre que precisasse.

Mesmo quando ficávamos semanas ou meses sem nos falar, ao primeiro contato tudo voltava ao que era antes. Ele vinha ver minhas corridas, não importava em que lugar do mundo estava. E comparecia às minhas festas, não importa se eu estivesse aqui ou na China.

— Como estão seus irmãos? — pergunto, sem saber o que falar com ele, ou melhor, como falar o que preciso.

— Estão bem, vão entrar em Harvard ano que vem. Papai não quer que saiam do ninho, mas você sabe, o mundo é um parquinho de diversões e eles já estão grandinhos, precisam aproveitar.

— É — concordo imediatamente.

— Tem visto o Jin?

— Não, na verdade, já faz um tempo que o Jin e eu nos vimos pela última vez — suspiro.

— Ele não te manda mensagem? — Há um tom de estranheza na voz dele.

E eu entendo bem isso. Sempre fomos colados, unha e carne. Estar distante dele e construir a minha vida me faz sentir falta de coisas muito simples.

— É. Ele manda mensagens todos os dias, mas não é a mesma coisa — sorrio. — Quando você cresce com um irmão gêmeo, com quem você divide tudo desde o ventre da mãe, mensagens não são o suficiente. — Aceno para o vazio no meu quarto. — Mas não podemos dividir a coroa, não é? Ele é o futuro rei. Já nasceu com ocupações na vida, eu preciso descobrir as minhas.

O Príncipe Rebelde (Taekook) Onde histórias criam vida. Descubra agora