Uma história onde o príncipe de Ávaris, Kaveh, recebe o melhor presente que poderia esperar de seu mais belo e fiel servo, Alhaitham.
"Seu dever não é zelar pela minha segurança e satisfazer meus desejos? Seu príncipe está querendo banhar-se agora!"...
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◇Despedida◇
Ávaris, uma cidade fortificada do Antigo Egito construída pelos invasores hicsos para servir-lhes de capital. Foi destruída quando da derrota dos hicsos, na XVII dinastia, por Camés e reconstruída mais tarde por Ramessés II, que a rebatizou de Pi-Ramessés. Agora, em Pi-Ramessés, uma nova era estava por vir. O faraó comemorava o nascer de mais um filho! Todos na cidade eram obrigados a comparecer no cortejo do novo príncipe e futuro rei! Com os cachos de cabelos dourados, era possível dizer que aquela criança era tão linda quanto a Deusa Hathor, deusa de beleza. Até alguns escravos que estavam lá, obviamente apenas pela carne extra que ganhariam após o cortejo, ficaram abismados com a beleza do bebê.
- Curvem-se perante seu futuro rei! A princesa Nahida irá falar o nome escolhido de seu novo irmão para o povo! - Dizia o anunciante.
- Súditos! O nome do futuro rei de todo o baixo e alto Egito é Kaveh! - A voz infantil da pequena princesa de apenas 8 anos era animada, contudo, bem séria! - Seu significado é "Nome do herói", pois será ele quem irá governar e trazer a paz ao equilíbrio cósmico para todos nós! Saúdam seu novo príncipe! - Dito isso todos se curvaram, muitos por boa vontade, e a maioria, uma grande parte, na verdade, por medo do chicote que cairia em suas costas os rasgando caso não fizesse o que a família real mandasse.
Naquele dia o Egito conheceu Kaveh, que mesmo com alguns dias de vida já era a terceira pessoa mais importante daquele deserto!
Anos foram se passando com o governo de Aharon. O rei era alguém um tanto quanto sério. Mesmo que fosse pai, antes de tudo ele era soberano, ou seja, antes de tudo seus filhos eram príncipe e princesa! Mereciam a educação rigorosa que outros egípcios não possuíam. Nahida já era um pouco mais velha, e por conta disso precisava vigiar seu irmão mais novo, este que dava trabalho para todos no palácio. Nunca havia existido um príncipe tão extrovertido, bagunceiro e barulhento em toda história do Egito! Isso obviamente não agradou o soberano, que culpava a má educação da esposa real.
Mais uma vez lá estava Nahida correndo pelos corredores do palácio. A jovem de 18 anos estava na sua aula de dança quando repentinamente viu algumas dançarinas caindo ou tropeçando. Era seu irmão tacando pedrinhas nos pés das moças para vê-las tropeçando. A princesa vendo o ato desrespeitoso correu até seu irmão, contudo, a criança de 10 anos era muito mais rápida que si. A única pista que tinha do paradeiro do príncipe era as risadas altas que ecoavam nos corredores.
Kaveh corria como se seus pés não pudessem o acompanhar. Estava prestes a se esconder em uma sala quando sentiu uma mão o puxá-lo com força, o parando rapidamente.
- Me solte criado! Não está vendo que estou tentando fugir?! - Disse a criança olhando para seu "guarda costa".
- Não era para o príncipe estar em seu treino com espadas?! - Perguntou o garoto de 11 anos que havia sido contratado para ser um guarda mirim pessoal de Kaveh. Quase como uma dama da princesa, todavia nesse caso, do futuro rei. O servo, apesar da pouca idade, era extremamente sério e desinteressado, mas adorava irritar seu príncipe, mesmo que isso pudesse, e poderia, custar sua cabeça.
