Quantas Cores Tem a Vida ?

Capitulo 5 - A Casa Branca - Parte I

 15 de Abril - Quinta-Feira – 2013

Califórnia - EUA

Estudar em uma Faculdade de Artes Norte Americana é bem difícil mesmo, mas na minha opinião a coisa mais difícil é arranjar um par para o Baile De Primavera que acontece geralmente no fim de abril.

Sei o que está pensando ... " O que aconteceu depois da briga entre Eu e Nick? " Não se preocupe que eu vou logo responder, mas antes vou aliviar o seu coração dizendo que o pobre Bruno está bem – apesar de ainda estar desacordado – Detalhes a parte, vou escrever de onde parei

[ ... ] realmente foi uma noite longa, mas ela estava chegando ao fim e Alice tinha que ir para casa.

Não aconteceu muito depois que Alice se foi. Eu simplesmente apaguei.

No dia seguinte eu acordei me sentindo muito mal com uma irritante dor no lado direito do corpo pouco abaixo do braço. Quando tirei a camisa para tomar um banho percebi que além de vários arranhões pelo peito eu tinha uma mancha enorme escura no lado direito do corpo, talvez tenha sido por eu ter caído em cima das garrafas, quem sabe a força da queda não fez isso – além dos arranhões que os cacos de vidro deixaram – como eu não tinha muito o que fazer tomei meu banho com cuidado para não encostar na ferida e lavei o corte nos meus lábios para que não infeccionasse. Eu gostaria de ficar em casa, mas quando se é bolsista em uma faculdade renomada não dá para ficar faltando. Depois do meu longo e doloroso banho abri o meu armário e peguei a primeira camiseta que vi e pus sobre ela uma blusa fina para me proteger do vento soprano da primavera. Depois desse longo processo passei no quarto do Bruno para ver o seu estado e ele ainda estava deitado do jeito em que Alice e eu o deixamos, e como eu não tinha muito o que fazer por ele, apenas joguei uma manta em cima dele e sai pela porta. No meio do caminho encontrei Alexandre mais uma vez beijando Debbie – eu acho que eles marcaram aquele canto como deles – mas desta vez eu não fingi não velos e educadamente os cumprimentei a distância com um belo " Olá " seguido de um simpático " Até mais ". Demorou um pouco, mas eu cheguei na Faculdade e fui caminhando para a sala do Symon mancando um pouco para a esquerda na tentativa de deixar o lado direito do corpo esticado, e quando entrei fui recepcionado mais uma vez com a oposição de Symon

- Senhor Calebe, o que é isso? – Perguntou enquanto me julgava com os olhos – por acaso foi atropelado?

Eu estava com muita dor e pouca paciência para responde-lo então resolvi ir me sentar no meu lugar e fazer o possível para ficar acordado, um ato nobre, mas não muito eficaz. Assim que percebi que não podia resistir a dor e ao sono, eu me rendi colocando o capuz da fina blusa sobre minha cabeça e repousando sobre meus braços.

Demorou um pouco, mas a aula finalmente chegou ao fim e a saída para o intervalo estava liberada. São exatos 30 minutos de liberdade para andar pelo Campus ou se sentar na grama e ler um livro enquanto olha para os distantes muros que envolvem o terreno. Eu até gostaria de ler um pouco, mas a dor não me deixou muita opção a não ser encostar em uma coluna do lado do gramado e me sentar ali mesmo. Eu não conseguia mais me levantar sozinho de tanta dor que sentia – algo parecido com a dor de alguém que bateu muito forte o corpo na parede ou escorregou e caiu do telhado – a dor estava tão grande que eu não conseguia disfarçar, acho que foi por isso que Alice se aproximou

- Kah – seu olhar procurava algo em mim – Você não está nada bem

Alice se abaixou e tirou o capuz que encobria parte do meu rosto

- Alice eu estou bem – a tentativa de disfarçar a dor foi frustrada

- Não minta para mim Calebe, ou você esqueceu que eu também sou enfermeira? – o olhar de Alice demonstrava sua preocupação