Capítulo - 35

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Lúcian

Já passou dois dias, e pra mim é como dois anos longe dela. Eu me sinto um monstro. O monstro que muitas pessoas disseram que eu seria, assumi o papel que me deram.

Cada segundo o flashback daquele dia rola na minha cabeça, tudo, eu me lembro de tudo...De quando eu cheguei na boate e a raiva me consumiu por completo, me deixei levar e acabei usando pela primeira as merdas que eu vendo, usei como um viciado e cheguei em casa e levantei a mão pra ela.

É como se eu estivesse fazendo tudo de novo, como se eu estivesse a vendo aqui me pedindo pra parar e eu não parei.

Soco a parede com raiva

-- Merda. - ascendo mais um cigarro

O último da carteira na verdade, e eu literalmente acabei de comprar.

Violet não me atende, e eu não tiro suas razões com o que eu fiz ela deve querer estár o mais longe possível. O problema é que eu preciso dela comigo.

Sou tão hipócrita quanto pareço ser.

Vou até o meu escritório e encontro o Damom lá.

-- Achei que não viria.

Damom - Eu ainda trabalho aqui - fala conferindo algumas coisas com o Fred

Vou na minha sala e me sirvo um copo de whisky. Começo a ver algumas informações sobre o tal Patrick.

Tenho que admitir a parada é forte, nunca deveria ter usado aquilo. Agora já estou lembrando do que eu fiz.

Guardo os papéis buscando paciência.

Damom - To indo em Atlanta pegar umas coisas - fala mexendo no celular

-- Será que dá pra parar de agir como uma senhora? Parece até que eu roubei as suas bonecas.

Damom- Dá um tempo Lúcian. O que quer que eu faça que fique conversando sem lembrar o que você fez com a Violet!?

-- Eu já recebi sermão demais, já me basta o Ares.

Damom - Idai, não fala como se estivesse certo. Nós tinhamos um regra porra, nunca use o que vendemos e você quebrou e ainda por cima espanca a Violet a culpando do erro da nossa mãe.

-- Não fala dela!

Damom - Lúcian supera! A mamãe abandonou a gente porque ela era uma grande filha da puta, vê se esquece ela!

-- Você só fala isso porque não sabia tanto quanto eu.

Damom - Já faz mais de vinte anos cara... E a Violet não merecia aquilo - pega a chave do carro e sai

Quando me dou conta já estou com o rosto molhado com as lágrimas.

Vou até um cofre que tenho camuflado entre as paredes e seguro o envelope. Abro e vejo depois de alguns meses as imagens dela novamente. Minha mãe.

Não sei o que houve com ela, mas pelo visto ela se deu bem sem a gente, está bem, e aparentemente com ótimas condições de vida.
Nunca tive coragem de contar pra alguém que tenho essas fotos, muito menos procurá-la. Mas tenho tantas perguntas.

Guardo tudo de novo e volto a encher meu copo.

Eu não sei o que fazer ou falar. Ta tudo dando errado.

A porta é aberta por a Ginny que está totalmente eufórica.

Ginny - Lúcian já chega ta legal!? Solta logo a Violet.

-- Como assim soltar a Violet? - arqueio a sobrancelha

Ginny - Nem vem com esse seu cinismo, eu sei que você ta com ela.

-- Ginny que história é essa? Eu não vejo a Violet desde, você sabe quando.

Ginny - Se você não está com ela...Então quem está?

-- O que ta querendo dizer com isso?

Falamos ao mesmo tempo - Merda

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