"Os servos diziam que a Lady Jocelyn Baratheon agonizou por três dias e três noites para dar à luz à uma menina prematura que nem os meistres diziam ser capaz de sobreviver à primeira quinzena de vida."
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A dor de sentir uma criança rasgando ao meio seu corpo magro era ainda mais intensa do que havia sentido na primeira vez. Os meistres a avisaram que era melhor não ter filhos após o nascimento de sua primogênita Rhaenys, mas Jocelyn era teimosa ao ponto de não se deixar influenciar por meras palavras. Ela sabia do que era capaz, e se acreditava que conseguiria gestar e colocar aquele bebê no mundo era porque teria êxito em realizá-lo.
Aemon havia ficado feliz quando sua esposa anunciou que estava gestando seu segundo filho, mas ainda assim não podia deixar de transparecer um claro semblante de preocupação. Ele estava muito satisfeito apenas com a pequena Rhaenys, não necessitava de outro filho para provar nada à ninguém ainda mais quando o nascimento deste poderia colocar a vida de sua amada em risco. Chegou a sugerir que a Baratheon tomasse o chá da lua porém recebeu um grande "não" como resposta.
- Eu vou conseguir dar à luz à essa criança e nada me impedirá de fazer isso. - Jocelyn dizia com um semblante de pura confiança.
E agora já haviam se passado três dias e três noites que estava agonizando de dor em uma cama, sofrendo em um parto prematuro. À pedidos de Aemon, além das parteiras e servas estava também a Rainha Alysanne, que encorajava sua meia-irmã a não desistir e continuar firme e forte.
No amanhecer do quarto dia de parto o choro agudo de uma criança de poucos cabelos pálidos e pele rosada, pequena e nada robusta, ecoou por todo o cômodo para o alívio de todos que aguardavam por notícias.
- Meus parabéns milady, é uma menina! - Disse o meistre que pegou a pequena nos braços, a limpando e envolvendo em uma manta vermelha e oferecendo para que Jocelyn a segurasse.
Mas a lady não o respondeu. Ela só conseguia olhar para aquele bebê tão pequeno que poderia ser segurado com apenas um braço e desviou o olhar. Havia sido egoísmo seu em se empenhar para ter uma criança que desde o começo ela sabia que poderia nunca nascer, morrer em seu nascimento e até mesmo tirar sua própria vida? Aqueles questionamentos ecoavam em sua mente como o som de espadas se chocando ecoavam em um pátio vazio.
- Ela é tão parecida com Aemon... - A rainha pegava sua mais nova neta com cautela nos braços, ninando-a levemente. - Olhe Jocelyn, veja como ela-
- Não. - O som da voz da lady foi acompanhado de um choro tão sofrido e intenso que seu peito chegava a oscilar em um ritmo tão frenético que preocupou à todos os presentes. - Tirem essa criança daqui! Tirem-na daqui!
Alysanne havia ficado tão assustada com a atitude de sua meia-irmã que pediu para que as servas cuidassem dela enquanto deixava o quarto junto ao meistre e à sua neta ainda sem nome. Já ao lado de fora, pôde ver Aemon vindo correndo em direção à mãe, com um semblante esperançoso no rosto normalmente sério.
- Como está Jocelyn? - Foi a primeira coisa que questionou.
- Lady Jocelyn está em boa saúde física, meu príncipe. - Respondeu o meistre.
- Meus parabéns meu filho, você ganhou outra linda menina! - Alysanne afirmou, ainda balançando a neta nos braços. - Já sabe como vai nomeá-la?
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𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍𝐓𝐀𝐋𝐄 - daemon targaryen
Fanfiction+18 | Aemon e Baelon Targaryen compartiam uma relação amistosa de rivalidade e muito companheirismo, onde por mais que houvessem provocações e competições rotineiras, havia também muito amor fraterno de ambos os lados. Será que os respectivos filhos...