lição oito: os ritos de passagem

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LIÇÃO QUATRO
O Início
Os Ritos de Passagem
UM “RITO DE PASSAGEM” é uma transição de um estado da vida para outro.
Nascimento, casamento e morte são exemplos. Van Gennep, um
antropólogo flamengo, foi o primeiro a dar esse rótulo a esses rituais,
em 1909. Na Bruxaria, o principal rito de passagem com o qual você
deve se preocupar é a iniciação. É importante que você conheça e
entenda as diferentes partes de um ritual e seu simbolismo.
Em termos mais gerais, a iniciação é um conjunto de rituais e
ensinamentos orais criados para causar uma mudança definitiva no
status religioso e social da pessoa que passa pelo ritual. Ocorre uma
catarse, uma purificação espiritual. Ela se torna, de fato, outra pessoa.
O tema central da iniciação (qualquer iniciação, quer seja na Bruxaria,
numa tribo primitiva ou mesmo no Cristianismo) é o que se chama de
palingênese: um renascimento. Você está colocando um ponto-final na
vida como a conheceu até este ponto e “renascendo”... com novo
conhecimento.Todos os rituais de iniciação seguem o mesmo padrão básico. E é
assim no mundo todo: com os aborígenes australianos, os africanos, os
ameríndios, os esquimós, os habitantes das ilhas do Pacífico, os Bruxos
e os antigos egípcios, os gregos e os romanos, para citar alguns. Todos
incluem os mesmos elementos básicos em seus rituais.
Primeiro, vem a separação. Em muitos povos, ocorre uma separação
literal dos amigos e especialmente da família, ou seja, de todos os
conhecidos até aquele ponto. Muitas vezes, usa-se uma caverna
especial, uma cabana ou outra construção, para onde os noviços são
levados. Ali eles começam o seu treinamento.
A purificação, interna e externa, é a etapa seguinte mais importante.
Em alguns cultos primitivos, isso pode incluir a remoção completa de
todos os pelos do corpo. Ela certamente também inclui um período ou
vários períodos de jejum e abstinência sexual. Em certas regiões,
existem também vários tabus com relação à alimentação antes do jejum.
Na Bruxaria gardneriana, os seguidores passam por uma
cerimônia de iniciação típica, composta de quatro partes. A
primeira é conhecida como o Desafio. Pergunta-se à
postulante se ela realmente deseja continuar. Essa pode
parecer uma pergunta simples e sem sentido. Mas, a partir do
primeiro contato com um coven, é necessário um ano inteiro
até que o aspirante a Bruxo chegue ao ponto de iniciação.
Esse tempo é necessário, do ponto de vista da Arte, para
separar o joio do trigo; aqueles que estão sinceramente
interessados na Bruxaria como religião, em oposição àqueles
que têm todas as ideias erradas sobre ela: acreditam que ela
seja um culto ao demônio, buscam orgias selvagens, querem
fazer parte “apenas por diversão” etc. etc. Então, após o longo
período de espera, durante o qual ela estudou e leu muito, a
postulante por fim se encontra num limiar. Ela vê o santuário
interior pela primeira vez – o tremeluzir das velas, a fumaça doincenso, a face severa do Sacerdote apontando uma espada
diretamente para ela. Isso deve lhe parecer levemente sinistro,
até um pouco assustador. Seria um espanto se ali, naquela
hora, ela dissesse que não pretende seguir adiante... talvez
prefira começar um macramê!!! Se essa for a decisão dela, ela
é livre para virar as costas e ir embora. Mas, depois do longo
período de espera, são poucos, se é que existe alguém, os que
decidem fazer isso. Portanto, após o desafio, a postulante é
vendada e amarrada e conduzida ao círculo... onde, na maioria
das tradições, um Voto de Sigilo é exigido dela. Uma vez que
ele tenha sido feito, a venda é retirada e, logo depois, as
cordas. Esse voto é estritamente uma promessa de segredo.
Não há repúdio a qualquer religião anterior. Ninguém cospe
numa cruz, ninguém assina pactos com sangue, não se beija
pés de bode! Após o voto, vem a apresentação dos
instrumentos. Cada coven possui um determinado número de
“instrumentos de trabalho”. Eles são apresentados, um a um, à
postulante, pelo Sacerdote. A cada instrumento apresentado é
explicado seu uso e, para mostrar que ela entendeu a
explicação, a postulante coloca as mãos brevemente sobre
cada um deles... Ao final da cerimônia, a iniciada é levada pelo
Grande Sacerdote ao redor do Círculo, até os quatro pontos
cardeais. Em cada um desses pontos, ela é apresentada aos
deuses – que se acredita que tenham testemunhado a
cerimônia – como uma Sacerdotisa e Bruxa recém-formada.
Anatomy of the Occult
Raymond Buckland
Samuel Weiser, Nova York, 1977
Nas escavações de Pompeia, encontraram uma vila chamada de “Vila
dos Mistérios”. Esse era o lugar onde todos, na Itália Antiga, eram
iniciados nos Mistérios Órficos. Na sala de iniciação propriamente dita,
existiam pinturas nas paredes que mostravam uma mulher passando
pelos vários estágios da iniciação. Nesse exemplo, a morte simbólica era
um açoitamento. Parte da revelação do conhecimento vinha do
procedimento de olhar (veja a Lição Nove: Adivinhação) dentro de um
recipiente polido. A cena final mostra-a nua, dançando em celebração
ao seu renascimento. As cenas são típicas da palingênese da iniciação.
A iniciação plena na Bruxaria contém todos esses elementos. Não há
uma separação literal no começo, mas o postulante fica separado dos
outros no sentido de mergulhar nos estudos da Arte. Ele também passa
muito tempo sozinho, meditando no que está prestes a passar. E ele
deve se purificar, através do banho, do jejum (apenas pão, mel e água
são permitidos nas 24 horas que antecedem a iniciação propriamente
dita) e da abstinência sexual.
No ritual em si, em vez de uma morte simbólica rigorosa ou do
desmembramento, o postulante é amarrado e vendado, o que simboliza
a restrição e a escuridão do útero. Quando ele “nasce”, essas restrições
são retiradas. Ele ganha um novo conhecimento, visto que certas coisas
lhe são reveladas, e recebe um novo nome. Ele é então recebido, para
sua nova vida, por seus irmãos e irmãs da Arte. A iniciação plena é uma
experiência emocionante – muitos a consideram a mais emocionante
de toda a sua vida.
O processo normal é que você encontre um coven e, depois de um
certo período, seja aceito nele e iniciado. Suponhamos que você esteja
começando do zero ou que faça parte de um grupo de amigos que vai
formar seu próprio coven e, basicamente, iniciar sua própria tradição.
Como a primeira pessoa será iniciada, de modo a poder iniciar as
demais? Do mesmo modo, se você for um solitário e não quiser se unir
a um grupo, como vai proceder? A resposta é: por meio da
autoiniciação.Alguns anos atrás, a maioria dos Bruxos (inclusive eu mesmo) franzia
o cenho à ideia da autoiniciação. Não paramos para pensar em (a)
como teria sido feito antigamente, com aqueles que viviam a
quilômetros de um coven, ou (b) como o primeiro Bruxo se iniciou?
Hoje alguns de nós estão mais iluminados.
A autodedicação é exatamente isto: a dedicação de si mesmo ao
serviço dos deuses. Ela não contém todos os elementos mencionados,
mas nem por isso é menos comovente. Uma iniciação plena num coven
pode vir a ocorrer posteriormente, mas não é obrigatória – é apenas
uma questão de preferência pessoal.
Uma pergunta que sempre se faz é: “Até que ponto a autoiniciação é
válida?”. Para algumas tradições, não é válida em absoluto (embora o
que se deva questionar é a “validade” dessas tradições!). Certamente,
você não pode se autoiniciar como um gardneriano, por exemplo. Mas
o mais importante nesse caso é perguntar até que ponto a autoiniciação
é válida para você? Se você é sincero; se deseja ser um Bruxo e adorar
os antigos deuses; se você não tem nenhum motivo oculto... ela é
válida, e não ouça ninguém que diga que não é.
Obviamente, se você quer ser parte de uma tradição em particular e
essa tradição tem seu próprio rito de iniciação (como a gardneriana,
que mencionei), então você precisa passar por esse rito para se unir a
essa tradição. Mas nenhuma tradição tem o direito de dizer o que é
certo ou errado para outra. Me parece que muitas pessoas estão se
prendendo a uma “linha de descendência” – quem iniciou quem e por
meio de quem? – em vez de se dedicar ao ato de cultuar. Uma das mais
antigas tradições modernas é a gardneriana e, na época em que este
livro foi escrito, ela tinha (em sua forma atual) apenas 35 anos. Não é
muito antiga se pensarmos em toda a história da Bruxaria. Portanto, se
uma iniciação gardneriana, por exemplo, é considerada válida, a sua
também é.
Os CírculosUm embaixador romano, num país estrangeiro, formava um círculo de
subalternos ao seu redor, para mostrar que estava protegido de
ataques; os babilônios faziam um círculo de farinha ao redor da cama de
um homem doente, para manter os demônios afastados; os judeus
alemães, na Idade Média, desenhavam um círculo ao redor da cama de
uma mulher em trabalho de parto, para protegê-la contra espíritos
malignos. O uso de um círculo para marcar a fronteira de uma área que
é sagrada é muito antigo (veja Stonehenge, por exemplo). Mas o
Círculo não apenas mantém os indesejados do lado de fora, ele também
mantém o que se deseja – o poder elevado, a energia mágica – contido
dentro dele.
As dimensões do Círculo dependem inteiramente de quem o traça e
do seu propósito. Na Magia Cerimonial, na qual o mago conjura
entidades, a exatidão do Círculo (e tudo dentro dele) é decisiva. Mas o
oposto também é verdadeiro. Antigamente, quando aldeões se uniam
para dar graças aos deuses, eles simplesmente desenhavam um círculo
no chão, em geral de forma bem rústica, e o usavam, quer fosse um
círculo perfeito quer não. Seu propósito era meramente o de delimitar
um espaço para ser consagrado aos rituais; um lugar “especial” para
esse propósito. O seu Círculo não tem que ser tão preciso quanto o dos
magos cerimoniais (mais informações sobre isso na Lição Onze: A
Magia), ainda assim ele deve ser traçado com uma certa precisão e
cuidado. O Círculo de um coven deve ter 3 metros de diâmetro; o
Círculo individual, apenas 1,5 metros. O traçado do Círculo começa e
termina no Leste e sempre é desenhado no sentido horário, ou deosil.
Se o coven está se reunindo ao ar livre, então o Círculo é marcado no
chão com a espada, enquanto o Sacerdote ou a Sacerdotisa anda ao
redor dele. Num ambiente interno, o Círculo deve ser primeiro
marcado com uma corda branca, desenhado com giz ou (se você quiser
um Círculo permanente) pintado com tinta branca. Mas a Sacerdotisa
ou o Sacerdote ainda devem caminhar ao redor dele com a espada na
mão, começando o traçado pelo Leste e terminando-o nesse mesmoponto, “marcando-o” e projetando poder nele através da ponta da
espada.
Existem várias maneiras de se criar um Círculo temporário.
Uma delas é traçar o Círculo num tapete que possa ser
enrolado e guardado entre os rituais e desenrolado e colocado
sobre o piso quando necessário. Uma outra forma é ter um
tecido de 15 a 30 cm de largura em forma de círculo, com o
Círculo ritual desenhado nele. Ele também pode ser retirado e
colocado de volta quando necessário. A vantagem desse tipo
de Círculo é ser muito menos volumoso do que um tapete ou
pedaço de carpete e bem mais fácil de guardar.
Sobre a linha do Círculo, devem ficar quatro velas brancas, apagadas;
uma no Norte, uma no Leste, uma no Sul e uma no Oeste. Se você
quiser, pode acrescentar velas adicionais, já acesas, entre essas quatro.
Elas devem ficar ao redor do círculo, mas fora da linha demarcatória.
Elas servirão apenas para proporcionar iluminação extra, se necessário.
O primeiro ritual realizado sempre é o que se chama, na Bruxaria
saxônica, de a Edificação do Templo. Outras tradições o chamam de
Abertura do Círculo, Lançamento do Círculo ou coisa parecida. Nesse
ritual, o Círculo e tudo dentro dele é purificado e consagrado. A seguir,
vou descrever o lançamento do Círculo de um modo que seja suficiente
apenas para sua autodedicação/iniciação. Presumindo que você ainda
não tenha feito seu athame, esse lançamento será o mais básico. Você
vai precisar dos objetos do seu altar: vela, incensário, taça ou chifre para
beber, sal e água, recipiente de libação e (se você desejar) imagens
representando as divindades. Deve haver vinho na taça.
A AutodedicaçãoEste ritual deve ser realizado durante a Lua crescente, mas no dia mais
próximo possível da Lua cheia. Para o ritual, eu sugiro que você esteja
completamente nu e sem nenhum tipo de acessório.
Além dos objetos de altar mencionados, deve haver um pequeno
recipiente com óleo para unção (veja a Lição Treze, página 449), entre a
água e o sal.
O altar deve ser colocado no centro do cômodo, de modo que,
quando você estiver na frente dele, esteja voltado para o Leste. O
Círculo deve ser traçado ao seu redor (com corda, giz ou tinta). Sente-
se ou ajoelhe-se diante do altar, com os olhos fechados. Concentre seus
pensamentos e visualize, com os olhos da sua mente, que você está
dentro de uma bola de luz branca. Projete suas energias para que a luz
se expanda, até preencher completamente o Círculo. Continue por
alguns instantes e relaxe. Abra os olhos, fique de pé e mova-se para o
Leste. Aponte o dedo indicador da sua mão direita (esquerda, se for
canhoto) para a linha demarcatória do Círculo. Ande vagarosamente ao
redor dele, deosil, traçando o Círculo com o poder projetado ao longo
do seu braço e do seu dedo (Figura 4.1A). Quando tiver percorrido toda
a circunferência, volte ao altar (Figura 4.1B). Acenda a vela do altar e o
incenso. Agora pegue a vela do altar e, movendo-se ao redor do altar,
acenda com a vela do altar a vela do Leste. Continue e acenda a vela do
Sul, do Oeste e do Norte (Figura 4.1A). Continue caminhando de volta
para o Leste e então de volta ao altar, colocando a vela do altar de volta
em seu lugar (Figura 4.1B). Agora, novamente concentre suas energias
ao longo do braço e do dedo e coloque a ponta do dedo no sal,
dizendo:
“O sal é vida. Que este sal esteja puro e purifique minha vida
quando eu o usar neste rito, dedicado à Deusa e ao Deus (ou
use os nomes que você escolheu para eles), nos quais eu
acredito”.
Agora pegue três punhados de sal e jogue-os na água, um de cada
vez. Mexa a água com o dedo três vezes, deosil, e diga:
“Que o sal sagrado leve embora as impurezas desta água, que
juntos eles possam ser usados a serviço destas divindades;
através destes rituais e a qualquer hora e por qualquer meio
que eu os utilize”.
Pegue o recipiente de água com sal, leve-o para o Leste e,
caminhando deosil, borrife a água na borda do Círculo. Recoloque-a no
altar; pegue o incensário e, no Leste, percorra o Círculo mais uma vez,
balançando o incensário. Volte ao altar, coloque-o ali e diga:
“O Círculo Sagrado está ao meu redor. Aqui me encontro de
livre e espontânea vontade, em paz e amor”.
Mergulhe o dedo na água salgada e com ele trace uma cruz dentro
de um círculo em sua testa, na altura do Terceiro Olho (entre as
sobrancelhas). Depois trace um pentagrama ( ) no peito, sobre o
coração, e diga:
“Eu agora convido os deuses para testemunhar este rito que eu
conduzo em sua honra”.
Erga a mão, com o dedo apontado para cima, em saudação,
enquanto diz:“Deus e Deusa; Senhor e Senhora; Pai e Mãe de toda a vida,
protejam-me e me guiem dentro e fora deste Círculo, em todas
as coisas. Que assim seja”.
Beije a sua própria mão, como se beijasse a da Senhora e do Senhor,
então pegue a taça e derrame um pouco do vinho no chão (ou no
recipiente de libação) como uma oferenda para os deuses, com as
palavras:
“Senhor e Senhora!”.
Beba um gole e recoloque a taça no altar com as palavras:
“Agora o Templo foi edificado. Eu não devo deixá-lo, a não ser
por uma boa razão. Que assim seja”.
Sente-se ou ajoelhe-se diante do altar, com a cabeça baixa, e medite
por alguns minutos sobre o Deus e a Deusa, a Arte e o que a Antiga
Religião significa para você. Então fique de pé e erga ambas as mãos
bem acima do altar e diga:
“Senhor e Senhora, ouçam-me agora!
Aqui estou, um simples pagão, honrando-os.
Pois longa foi minha jornada e longa foi a minha busca,
buscando aquilo que desejo acima de todas as coisas.
Eu venho das árvores e dos campos.
Eu venho dos bosques e das fontes;
das correntezas e das colinas.
Eu venho de vocês e vocês vêm de mim”.
Abaixe os braços.“Tragam-me o que eu desejo.
Permitam que eu reverencie os deuses
e tudo o que os deuses representam.
Façam de mim um amante da vida em todas as coisas.
Bem sei eu o credo:
Se eu não encontrar uma centelha de amor dentro de mim,
nunca a encontrarei fora de mim.
O amor é a lei e o amor é o laço.
Isso eu honrarei acima de tudo.”
Beije sua mão direita e erga-a ao alto.
“Meu Senhor e minha Senhora, aqui estou diante de vocês,
nu e sem adornos, para me dedicar à sua honra.
Eu sempre hei de protegê-los e ao que é seu.
Que ninguém fale mal de vocês, pois sempre os defenderei.
De hoje em diante,
vocês são minha vida e eu a sua.
Eu aceito e sempre viverei pela Rede Wiccana:
‘Faça o que quiser, mas não prejudique ninguém’.
Que assim seja.”
Pegue a taça e despeje lentamente o resto do vinho no chão,
dizendo:
“Como este vinho é drenado desta taça (ou chifre),
que o sangue seja drenado do meu corpo
se eu algum dia fizer algo que prejudique os deuses
ou aqueles em harmonia com o amor divino.
Que assim seja!”Mergulhe o dedo no óleo e, mais uma vez, faça o sinal da cruz dentro
de um círculo sobre o Terceiro Olho e o pentagrama sobre o coração.
Depois, toque com o óleo seus genitais, o peito (mamilo) direito, o
peito esquerdo e novamente os genitais (formando, assim, o Triângulo
Sagrado, que simboliza o ato de extrair o poder da raiz desse poder).
Diga:
“Como um sinal do meu renascimento,
assumo um novo nome.
De hoje em diante serei conhecido na Arte
como (seu nome mágico).
Que assim seja!”.
Agora, sente-se confortavelmente, com os olhos fechados, e medite
sobre o que a Arte significa para você. Pode ser que, nesse momento,
você receba algum sinal de que está verdadeiramente em contato com
os deuses. Mas, quer você receba ou não, deixe que seus sentimentos
por eles e pela Antiga Religião fluam do seu corpo. Regozije-se com o
sentimento de ter “chegado em casa”; de finalmente estar em
comunhão com a Antiga Religião.
Quando tiver terminado de meditar, se sentir vontade de dançar,
cantar e celebrar de algum modo, faça isso. Então, quando estiver
pronto, fique em pé, erga ambas as mãos e diga:
“Eu agradeço aos deuses por sua presença.
Assim como cheguei aqui por amor a eles,
por amor a eles sigo meu caminho.
O amor é a lei, o amor é o laço.
Que assim seja! O Templo agora se fecha”.
O texto acima é adaptado do Ritual Seax-Wica de Autodedicação.
Sacerdote: “Com os braços abertos, o Senhor e a Senhora dão
as boas-vindas a todos”.
Escudeiro: “Eu trago notícias de alguém que veio de longe para
buscar o que temos aqui”.
Donzela: “Longa foi sua jornada, mas agora essa pessoa sente
que o destino está próximo”.
Sacerdote: “De quem vocês falam?”.
Método de Amarração para a Iniciação
1. Uma corda vermelha de três metros é passada em torno do braço
esquerdo do postulante, atrás das costas. Um único nó é dado no
ponto médio da corda.
2. O braço direito do postulante é posicionado sobre o esquerdo,
pulso contra pulso, e um nó é dado. Observação: os braços
formam a base de um triângulo, cujo vértice é a cabeça (veja a
ilustração).
3. As duas pontas da corda são passadas ao redor da cabeça do
postulante e cruzadas na frente.
4. Uma das pontas é novamente passada por trás da cabeça, e as duas
pontas são amarradas com um laço sobre o ombro direito.Escudeiro: “Daquela que, neste instante, espera fora do
Templo, aguardando para entrar”.
Sacerdotisa: “Quem a trouxe aqui?”.
Donzela: “Ela veio sozinha, por sua livre e espontânea vontade”.
Sacerdote: “O que ela busca?”.
Donzela: “Ela busca tornar-se uma só com o Senhor e a
Senhora. Ela busca se unir a nós em nossa reverência a eles”.
Sacerdotisa: “Quem fala por ela?”.
Escudeiro: “Eu falo. Como seu professor
[ 1 ]
, mostrei a ela os
costumes; apontei a direção certa e coloquei seus pés no
caminho. Mas ela escolheu dar este passo e agora pede que
lhe deixem entrar”.
Sacerdote: “Ela pode ser trazida à nossa presença?”.
Escudeiro: “Sim, ela pode”.
Sacerdotisa: “Então que assim seja”.
O Escudeiro pega a corda e o athame; a Donzela pega a venda e a
vela. Eles caminham, deosil, ao redor do Círculo, para o Leste, e por ali
saem do Círculo. (Veja detalhes sobre entrar e sair do Círculo na Lição
Dez.) Eles saem do Templo e vão até a postulante. A Donzela deve
vendá-la enquanto o escudeiro a amarra (veja a ilustração). Com a
postulante entre eles, eles se aproximam da porta da sala do Templo. O
Escudeiro bate à porta com o cabo do athame.
Sacerdote: “Quem bate?”.Escudeiro: “Nós voltamos com aquela que deseja se juntar a
nós”.
Sacerdotisa: “Qual é o nome dela?”.
Postulante: “Meu nome é (nome civil). Eu peço para entrar”.
Sacerdotisa: “Entre, pois, no nosso Templo”.
Os três entram na sala do Templo e ficam do lado de fora do Círculo,
no Leste. A Donzela segura a vela; o Escudeiro, o athame. O sino é
tocado uma vez.
Sacerdote: “(Nome), por que você veio aqui?”.
Postulante: “Para reverenciar os deuses nos quais acredito e me
tornar uma só com eles e com meus irmãos e irmãs da Arte”.
Sacerdotisa: “O que traz com você?”.
Postulante: “Não trago nada a não ser meu eu verdadeiro, nu e
sem adornos”.
Sacerdotisa: “Então, eu a convido a entrar neste Círculo de
reverência e magia”.
O Escudeiro as admite no Círculo. Elas ficam dentro dele, ainda no
Leste. O Sacerdote e a Sacerdotisa caminham ao redor deles; o
Sacerdote carrega o incensário e a Sacerdotisa, a água com sal.
Sacerdote: “Para entrar em nosso Círculo Sagrado, devo
consagrá-la em nome do Deus e da Deusa”.
Se a Postulante está de túnica, a Sacerdotisa abre a túnica, enquanto
o Sacerdote passa o incenso por ela e esparge gotas da água sobre ocorpo dela, e depois fecha a túnica novamente. O Sacerdote e a
Sacerdotisa voltam para o altar, seguidos pelo Escudeiro, a postulante e
a Donzela. O Sacerdote e a Sacerdotisa ficam na frente do altar,
enquanto o Escudeiro e a Donzela vão para o lado oposto, com a
postulante entre eles. Eles ficam de frente para a Sacerdotisa e o
Sacerdote. Toca-se o sino duas vezes.
Sacerdotisa: “Eu falo pela Senhora. Por que você está aqui?”.
Postulante: “Eu estou aqui para tornar-me uma só com o
Senhor e a Senhora; para me unir a seu culto”.
Sacerdote: “Eu sou aquele que fala pelo Senhor. Quem fez você
vir até aqui?”.
Postulante: “Ninguém me fez vir, eu vim de livre e espontânea
vontade”.
Sacerdote: “Você deseja ver terminada a vida que viveu até
agora?”.
Postulante: “Eu desejo”.
Sacerdote: “Então que assim seja”.
Com seu athame, o Escudeiro corta uma mecha do cabelo da
postulante e atira essa mecha no incensário. O Escudeiro e a Donzela
conduzem a postulante ao redor do Círculo, até o Leste.
Donzela: “Ouçam, todos vocês do Portal do Leste. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
Eles caminham para o Sul.Escudeiro: “Ouçam, todos vocês do Portal do Sul. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
Eles caminham para o Oeste.
Donzela: “Ouçam, todos vocês do Portal do Oeste. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
Eles caminham para o Norte.
Escudeiro: “Ouçam, todos vocês do Portal do Norte. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
O Escudeiro e a Donzela conduzem a postulante de volta para trás
do altar, de frente para a Sacerdotisa e o Sacerdote. O Sacerdote e a
Sacerdotisa colocam suas coroas e, pegando seus athames, ficam lado a
lado, com o braço direito erguido, segurando seu punhal em saudação.
O Escudeiro toca o sino três vezes.
Donzela: “Agora você deve ficar face a face com aqueles que
busca”.
A Donzela remove a venda.
Donzela: “Veja, nestes dois Sacerdotes vemos de fato os deuses.
E assim sabemos que eles e nós somos um só”.
Escudeiro: “Assim como precisamos dos deuses, os deuses
precisam de nós”.
corpo dela, e depois fecha a túnica novamente. O Sacerdote e a
Sacerdotisa voltam para o altar, seguidos pelo Escudeiro, a postulante e
a Donzela. O Sacerdote e a Sacerdotisa ficam na frente do altar,
enquanto o Escudeiro e a Donzela vão para o lado oposto, com a
postulante entre eles. Eles ficam de frente para a Sacerdotisa e o
Sacerdote. Toca-se o sino duas vezes.
Sacerdotisa: “Eu falo pela Senhora. Por que você está aqui?”.
Postulante: “Eu estou aqui para tornar-me uma só com o
Senhor e a Senhora; para me unir a seu culto”.
Sacerdote: “Eu sou aquele que fala pelo Senhor. Quem fez você
vir até aqui?”.
Postulante: “Ninguém me fez vir, eu vim de livre e espontânea
vontade”.
Sacerdote: “Você deseja ver terminada a vida que viveu até
agora?”.
Postulante: “Eu desejo”.
Sacerdote: “Então que assim seja”.
Com seu athame, o Escudeiro corta uma mecha do cabelo da
postulante e atira essa mecha no incensário. O Escudeiro e a Donzela
conduzem a postulante ao redor do Círculo, até o Leste.
Donzela: “Ouçam, todos vocês do Portal do Leste. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
Eles caminham para o Sul.Escudeiro: “Ouçam, todos vocês do Portal do Sul. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
Eles caminham para o Oeste.
Donzela: “Ouçam, todos vocês do Portal do Oeste. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
Eles caminham para o Norte.
Escudeiro: “Ouçam, todos vocês do Portal do Norte. Aqui está
alguém que se unirá a nós. Deem-lhe as boas-vindas e lhe
tragam alegria”.
O Escudeiro e a Donzela conduzem a postulante de volta para trás
do altar, de frente para a Sacerdotisa e o Sacerdote. O Sacerdote e a
Sacerdotisa colocam suas coroas e, pegando seus athames, ficam lado a
lado, com o braço direito erguido, segurando seu punhal em saudação.
O Escudeiro toca o sino três vezes.
Donzela: “Agora você deve ficar face a face com aqueles que
busca”.
A Donzela remove a venda.
Donzela: “Veja, nestes dois Sacerdotes vemos de fato os deuses.
E assim sabemos que eles e nós somos um só”.
Escudeiro: “Assim como precisamos dos deuses, os deuses
precisam de nós”.Sacerdote: “Eu sou aquele que fala pelo Deus. E ainda assim
você e eu somos iguais”.
Sacerdotisa: “Eu sou aquela que fala pela Deusa. E ainda assim
você e eu somos iguais”.
O Sacerdote e a Sacerdotisa baixam seus athames e estendem as
lâminas para a postulante, que as beija.
Postulante: “Eu saúdo o Senhor e a Senhora, como saúdo
aqueles que os representam. Eu juro dar meu amor e meu
apoio a eles e a meus irmãos e irmãs da Arte”.
Sacerdote: “Você conhece a Rede Wiccana?”.
Postulante: “Sim. Faça o que quiser, mas não prejudique
ninguém”.
Sacerdotisa: “E você obedecerá à Rede?”.
Postulante: “Sim”.
Sacerdote: “Muito bem. Que suas amarras caiam para que você
possa renascer”.
O Escudeiro desamarra a corda. A Donzela conduz a postulante ao
redor do Círculo, para que ela fique diante da Sacerdotisa e do
Sacerdote. A Donzela então retorna ao seu lugar, ao lado do Escudeiro.
Sacerdotisa: “Para que você comece uma nova vida convém que
faça isso com um novo nome da sua escolha. Você já tem esse
nome?”.
Postulante: “Eu tenho, é (nome mágico)”.Sacerdote: “Então, que você seja conhecida por esse nome de
hoje em diante, por seus irmãos e irmãs da Arte”.
O Sacerdote pega o recipiente com o óleo de unção. Se a postulante
está de túnica, a Sacerdotisa abre a túnica. O Sacerdote traça com óleo a
cruz, o pentagrama e o triângulo e diz:
Sacerdote: “Com este óleo sagrado eu a unto e a consagro,
dando nova vida a mais um dos filhos dos deuses. Deste dia
em diante, que você seja conhecida como (nome mágico),
dentro e fora deste Círculo, por todos os seus irmãos e irmãs
da Arte. Que assim seja”.
Todos: “Que assim seja!”.
Sacerdotisa: “Agora você é verdadeiramente uma de nós. Como
uma de nós, você partilhará nosso conhecimento dos deuses
e das artes da cura, da adivinhação, da magia e de todas as
artes místicas. Essas serão as matérias do seu aprendizado à
medida que progride”.
Sacerdote: “Mas nós a avisamos de que deve para sempre se
lembrar da Rede Wiccana. Faça o que quiser, mas não
prejudique ninguém”.
Sacerdotisa: “Faça o que quiser, mas não prejudique ninguém.
Venha agora, (nome mágico), e encontre seus iguais”.
A postulante saúda a Sacerdotisa e o Sacerdote e então caminha ao
redor, saudando todos os demais no Círculo. Se a iniciação estiver
acontecendo sem a presença dos outros membros do coven, eles agora
retornam para o Círculo e se juntam às celebrações. Se é costume docoven presentear um novo membro, isso deve ser feito neste momento.
O sino é tocado três vezes.
Sacerdote: “Agora é a verdadeira hora da celebração”.
A celebração prossegue até o Templo ser fechado.
Na próxima lição você vai consagrar seus instrumentos, para que eles
possam ser usados em futuros rituais.

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