lição nove: os covens

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Os Covens e os Rituais
Os Covens e os Graus
Ao longo da história, sempre existiram Bruxos Solitários... Bruxos que
trabalhavam (e muitas vezes moravam) sozinhos. Ainda existem muitos,
hoje em dia, que se sentem melhor praticando a Arte dessa maneira, e
eu discorrerei sobre eles posteriormente. Mas a maioria dos Bruxos
trabalha em grupos conhecidos como covens. A origem da palavra não
é clara. Margaret Murray, autora de The Witch Cult in Western Europe,
sugere que ela “deriva da palavra convene [convocar, em inglês]”.
O coven é um grupo pequeno; normalmente não tem mais que uma
dezena de membros. O número “tradicional” é treze, embora não exista
nenhuma razão para que esse número em particular seja seguido. Por
experiência própria, descobri que o número mais adequado é cerca de
oito. Uma das coisas que determina o melhor número de pessoas num
coven é o tamanho do Círculo onde eles realizam seus rituais. Por
tradição, o diâmetro do Círculo é de 3 metros, por isso o número de
pessoas que pode ficar confortavelmente dentro dele é limitado. Mas
não se deve colocar o carro na frente dos bois. Na verdade, vocêsdevem basear o tamanho do Círculo no número de pessoas do coven,
não o contrário. Para chegar ao tamanho ideal, todos devem ficar de pé
e se dar as mãos, formando uma roda. Então, todos devem dar alguns
passos para trás, sem largar as mãos e estendendo os braços ao
máximo. O Círculo então terá o tamanho certo para conter todos
confortavelmente. Se isso significar que será preciso traçar um Círculo
de 2 metros, 2 metros e meio, 3 metros ou 5 metros, não importa. O
que importa é que esse Círculo contenha o grupo com conforto, sem
que ninguém tenha receio de ultrapassar seus limites quando estiver
dançando e sem que seja grande demais.
O coven é um grupo pequeno, e seus membros são bem próximos.
Na verdade, os membros do coven algumas vezes são mais próximos
dos seus irmãos da Arte do que da própria família sanguínea, por isso a
Arte é muitas vezes chamada de “religião de família”. Por essa razão,
você deve escolher seus companheiros Bruxos com muito cuidado. Não
basta que todos vocês tenham interesse pela Antiga Religião. Vocês
devem ser compatíveis e se sentir totalmente confortáveis uns com os
outros. Chegar a esse ponto leva tempo e, por esse motivo, não se deve
ter pressa ao se formar um coven.
Estude a Arte junto com seus amigos. Leia todos os livros de Bruxaria
que estiverem ao seu alcance, discutam sobre eles e façam perguntas
uns aos outros. Se você conhecer algum Bruxo iniciado ou puder entrar
em contato com autores de livros dispostos a se corresponder, não
tenha receio de lhes fazer perguntas.
No entanto, não encare com tanta seriedade essas questões a ponto
de perder todo o seu senso de humor. A religião é um assunto sério,
sem dúvida, mas os deuses sabem se divertir e os Bruxos sempre
sentiram prazer em praticar sua Arte. Os rituais de um coven não
devem ser realizados levianamente, é claro, mas, se alguém cometer um
erro (ou se sentar sobre uma vela!), não tenha medo de assumir seu
lado humano e cair na risada. Os rituais religiosos devem ser realizadosporque você quer realizá-los e gosta de realizá-los, não porque você tem
de realizá-los (podemos deixar isso para outras crenças!)
Hierarquia e Sacerdócio
O coven precisa de um líder, ou de vários. Os líderes, como Sacerdotes
do grupo, estarão representando a Deusa e o Deus, por isso o ideal é
que sejam um homem e uma mulher. Na tradição saxônica (e em
algumas outras), eles são escolhidos democraticamente pelos membros
do coven. Lideram durante um ano e depois há uma reeleição (se
reeleitos, juntos ou não, eles serão conhecidos em seus mandatos
subsequentes como Grão-Sacerdote e Grã-Sacerdotisa, para indicar essa
experiência). Esse sistema tem a nítida vantagem de (a) impedir a
vaidade e jogos de poder por parte dos Sacerdotes, (b) dar a quem
quiser a chance de liderar um grupo e ter a experiência de governar um
coven e (c) permitir que aqueles que são eficazes permaneçam e
aqueles que abusam do poder sejam afastados da liderança.
Em muitas tradições, entretanto, existe um sistema de graus (de
avanço por meio de promoções) e é impossível ser líder sem conquistar
o grau necessário. Lamentavelmente, esses sistemas muitas vezes levam
a jogos de poder (Eu tenho um grau mais alto, logo sou melhor do que
você!”) e a todas as ramificações de favoritismo/abuso/autoglorificação.
Quero frisar que isso não ocorre sempre, embora exista esse risco. Há
covens que se mantiveram felizes por anos a fio seguindo esse sistema.
Na maioria dos sistemas de grau, o Bruxo alcança o primeiro grau ao
passar pelo Ritual de Iniciação. Vamos usar a tradição gardneriana como
um exemplo típico. Nessa tradição, no Primeiro Grau, o Bruxo participa
dos rituais junto com o “coro” e aprende com os Anciãos, ou Elders. O
Bruxo permanece nesse grau por um ano e um dia, pelo menos.
Quando alcança o Segundo Grau, ele pode ter uma participação mais
ativa nos rituais. Por exemplo, uma Bruxa gardneriana do Segundo Grau
pode traçar o Círculo para a Grã-Sacerdotisa. Entretanto, ela não podeiniciar ninguém. Depois de pelo menos um ano e um dia nessa posição,
é possível atingir o Terceiro Grau, se o Bruxo estiver pronto. Como
Bruxo de Terceiro Grau, o gardneriano pode formar seu próprio coven,
se assim desejar. Ele lidera seu coven, iniciando quem quiser, sem
interferência da Grã-Sacerdotisa original. Os covens, como se vê, são
autônomos. É claro que o Bruxo de Terceiro Grau não tem que deixar
seu coven e começar outro do zero. Muitos, nessa posição, ficam
satisfeitos em permanecer em seu próprio coven, onde passam a ser
conhecidos como Anciãos.
Cada tradição segue um sistema diferente. Alguns têm mais do que
três graus, outros insistem num tempo mínimo maior entre os graus, e
existem aqueles em que o Sacerdote têm poderes iguais aos da
Sacerdotisa.
Que tipo de pessoa deve ser um Sacerdote ou uma Sacerdotisa?
Quando eu fui iniciado por Lady Olwen (Grã-Sacerdotisa de Gerald
Gardner), em Perth, na Escócia, em 1963, ela me deu um ideia de como
um líder realmente bom deveria ser. Eu não sei quem é o autor, mas
este é o texto que me foi transmitido:
O Amor do Sacerdote e da Sacerdotisa
Você pode ir até eles por apenas alguns instantes e depois ir
embora e fazer o que quiser. O amor deles continuará o mesmo.
Você pode negá-los diante deles ou para si mesmo, depois
amaldiçoá-los para qualquer um que o ouça. O amor deles
continuará o mesmo.
Você pode se tornar a mais desprezível das criaturas e depois
voltar a procurá-los. O amor deles continuará o mesmo.
Você pode se tornar inimigo dos próprios deuses e depois voltar
para eles. O amor deles continuará o mesmo.
Vá para onde for, fique longe pelo tempo que quiser e depois
volte para eles. O amor deles continuará o mesmo.
devem basear o tamanho do Círculo no número de pessoas do coven,
não o contrário. Para chegar ao tamanho ideal, todos devem ficar de pé
e se dar as mãos, formando uma roda. Então, todos devem dar alguns
passos para trás, sem largar as mãos e estendendo os braços ao
máximo. O Círculo então terá o tamanho certo para conter todos
confortavelmente. Se isso significar que será preciso traçar um Círculo
de 2 metros, 2 metros e meio, 3 metros ou 5 metros, não importa. O
que importa é que esse Círculo contenha o grupo com conforto, sem
que ninguém tenha receio de ultrapassar seus limites quando estiver
dançando e sem que seja grande demais.
O coven é um grupo pequeno, e seus membros são bem próximos.
Na verdade, os membros do coven algumas vezes são mais próximos
dos seus irmãos da Arte do que da própria família sanguínea, por isso a
Arte é muitas vezes chamada de “religião de família”. Por essa razão,
você deve escolher seus companheiros Bruxos com muito cuidado. Não
basta que todos vocês tenham interesse pela Antiga Religião. Vocês
devem ser compatíveis e se sentir totalmente confortáveis uns com os
outros. Chegar a esse ponto leva tempo e, por esse motivo, não se deve
ter pressa ao se formar um coven.
Estude a Arte junto com seus amigos. Leia todos os livros de Bruxaria
que estiverem ao seu alcance, discutam sobre eles e façam perguntas
uns aos outros. Se você conhecer algum Bruxo iniciado ou puder entrar
em contato com autores de livros dispostos a se corresponder, não
tenha receio de lhes fazer perguntas.
No entanto, não encare com tanta seriedade essas questões a ponto
de perder todo o seu senso de humor. A religião é um assunto sério,
sem dúvida, mas os deuses sabem se divertir e os Bruxos sempre
sentiram prazer em praticar sua Arte. Os rituais de um coven não
devem ser realizados levianamente, é claro, mas, se alguém cometer um
erro (ou se sentar sobre uma vela!), não tenha medo de assumir seu
lado humano e cair na risada. Os rituais religiosos devem ser realizadosporque você quer realizá-los e gosta de realizá-los, não porque você tem
de realizá-los (podemos deixar isso para outras crenças!)
Hierarquia e Sacerdócio
O coven precisa de um líder, ou de vários. Os líderes, como Sacerdotes
do grupo, estarão representando a Deusa e o Deus, por isso o ideal é
que sejam um homem e uma mulher. Na tradição saxônica (e em
algumas outras), eles são escolhidos democraticamente pelos membros
do coven. Lideram durante um ano e depois há uma reeleição (se
reeleitos, juntos ou não, eles serão conhecidos em seus mandatos
subsequentes como Grão-Sacerdote e Grã-Sacerdotisa, para indicar essa
experiência). Esse sistema tem a nítida vantagem de (a) impedir a
vaidade e jogos de poder por parte dos Sacerdotes, (b) dar a quem
quiser a chance de liderar um grupo e ter a experiência de governar um
coven e (c) permitir que aqueles que são eficazes permaneçam e
aqueles que abusam do poder sejam afastados da liderança.
Em muitas tradições, entretanto, existe um sistema de graus (de
avanço por meio de promoções) e é impossível ser líder sem conquistar
o grau necessário. Lamentavelmente, esses sistemas muitas vezes levam
a jogos de poder (Eu tenho um grau mais alto, logo sou melhor do que
você!”) e a todas as ramificações de favoritismo/abuso/autoglorificação.
Quero frisar que isso não ocorre sempre, embora exista esse risco. Há
covens que se mantiveram felizes por anos a fio seguindo esse sistema.
Na maioria dos sistemas de grau, o Bruxo alcança o primeiro grau ao
passar pelo Ritual de Iniciação. Vamos usar a tradição gardneriana como
um exemplo típico. Nessa tradição, no Primeiro Grau, o Bruxo participa
dos rituais junto com o “coro” e aprende com os Anciãos, ou Elders. O
Bruxo permanece nesse grau por um ano e um dia, pelo menos.
Quando alcança o Segundo Grau, ele pode ter uma participação mais
ativa nos rituais. Por exemplo, uma Bruxa gardneriana do Segundo Grau
pode traçar o Círculo para a Grã-Sacerdotisa. Entretanto, ela não podeiniciar ninguém. Depois de pelo menos um ano e um dia nessa posição,
é possível atingir o Terceiro Grau, se o Bruxo estiver pronto. Como
Bruxo de Terceiro Grau, o gardneriano pode formar seu próprio coven,
se assim desejar. Ele lidera seu coven, iniciando quem quiser, sem
interferência da Grã-Sacerdotisa original. Os covens, como se vê, são
autônomos. É claro que o Bruxo de Terceiro Grau não tem que deixar
seu coven e começar outro do zero. Muitos, nessa posição, ficam
satisfeitos em permanecer em seu próprio coven, onde passam a ser
conhecidos como Anciãos.
Cada tradição segue um sistema diferente. Alguns têm mais do que
três graus, outros insistem num tempo mínimo maior entre os graus, e
existem aqueles em que o Sacerdote têm poderes iguais aos da
Sacerdotisa.
Que tipo de pessoa deve ser um Sacerdote ou uma Sacerdotisa?
Quando eu fui iniciado por Lady Olwen (Grã-Sacerdotisa de Gerald
Gardner), em Perth, na Escócia, em 1963, ela me deu um ideia de como
um líder realmente bom deveria ser. Eu não sei quem é o autor, mas
este é o texto que me foi transmitido:
O Amor do Sacerdote e da Sacerdotisa
Você pode ir até eles por apenas alguns instantes e depois ir
embora e fazer o que quiser. O amor deles continuará o mesmo.
Você pode negá-los diante deles ou para si mesmo, depois
amaldiçoá-los para qualquer um que o ouça. O amor deles
continuará o mesmo.
Você pode se tornar a mais desprezível das criaturas e depois
voltar a procurá-los. O amor deles continuará o mesmo.
Você pode se tornar inimigo dos próprios deuses e depois voltar
para eles. O amor deles continuará o mesmo.
Vá para onde for, fique longe pelo tempo que quiser e depois
volte para eles. O amor deles continuará o mesmo.Abuse de outras pessoas, abuse de si mesmo; abuse deles e
depois volte para eles. O amor deles continuará o mesmo.
Eles nunca vão criticar você; nunca vão diminuí-lo; nunca
falharão com você; porque para eles você é tudo e eles não são
nada. Eles nunca vão decepcionar você; nunca vão
ridicularizar você; nunca vão falhar com você, porque, para
eles, você é da mesma natureza que o Deus e a Deusa. Existe
para ser servido e eles são seus servos.
Não importa o que lhe aconteça,
Não importa o que você se torne,
Eles sempre irão esperar por você.
Eles conhecem você, eles servem você, eles amam você.
O amor deles por você, neste mundo sempre em mutação,
continuará sempre o mesmo.
O amor deles, amado, é imutável.
Dentro do coven, a pessoa não iniciada, não wiccana, é chamada de
cowan. Normalmente, os cowans não podem participar dos Círculos,
embora algumas tradições tenham formas de permitir esses visitantes.
Eu, pessoalmente, acho que os cowans devem ter permissão para
assistir aos rituais religiosos (não aos trabalhos mágicos, entretanto),
caso todos os membros do coven concordem e trabalhem vestindo
túnicas, não vestidos de céu. Que melhor maneira de aprender sobre o
verdadeiro espírito da Antiga Religião e de determinar se esse é o
caminho que se busca? Essa também é, por acaso, uma excelente forma
de relações públicas, pois ajuda a corrigir conceitos equivocados sobre
a Bruxaria.
A participação dos seguidores é algo muito importante numa
religião. Um dos deméritos do Cristianismo, a meu ver, é o fato de o
seguidor comum ser pouco mais do que um espectador. Sentado na
audiência, como é o procedimento normal, ele pode apenas observar a
maior parte do ritual junto com o resto da multidão. Quão diferente é aArte, em que você, como membro da “família”, está bem lá no meio,
tomando parte.
Divulgue essa ideia. Sempre que possível, delegue atividades a
diferentes membros do coven. A cada encontro (ou num sistema
rotativo), peça que uma pessoa se encarregue do incenso; outra
verifique se há vinho; outra vire as páginas do Livro etc. Todos são
supostamente iguais no Círculo; os líderes rituais (o Sacerdote e a
Sacerdotisa do coven) são apenas isso... líderes, não governantes. O
Sacerdócio é liderança, não é poder. Você vai notar que os rituais
descritos nas páginas seguintes foram projetados para incluir o maior
número possível de pessoas.
Uma vez iniciado, você é um Bruxo e um Sacerdote ou uma
Sacerdotisa. A Arte é uma religião de sacerdócio, e é por isso que os
Solitários podem conduzir seus próprios rituais. No que diz respeito aos
títulos, quero frisar que todo iniciado é um Bruxo, mas, como
mencionei brevemente na Lição Três, em nenhuma das grandes
tradições essa palavra é usada como um título. Em outras palavras, você
não é conhecido como “Bruxa Lena” ou “Bruxo Cirano”, ou qualquer
que seja seu nome. Você é simplesmente “Lena” ou “Cirano” Algumas
tradições, entretanto, usam os termos “Senhor” e “Senhora”. Na
tradição gardneriana e na tradição saxônica, a Grã-Sacerdotisa (apenas)
é conhecida como “Lady Freyan” [Senhora Freyan] (ou qualquer que
seja o nome dela) e, ao falar com ela, deve-se usar o termo “minha
Senhora”. Nenhuma das outras mulheres, no entanto, é chamada assim.
Como eu disse, em outras tradições os termos “Senhor” e “Senhora”
parecem ser aplicados indiscriminadamente. Eu não sei se há um
precedente histórico para isso, mas, como muitas outras coisas, isso
realmente não faz diferença... É só uma questão de saber o que faz mais
sentido para você.
Vou deixar completamente de lado qualquer discussão sobre os
títulos “Rainha” ou “Rei”. Os covens são autônomos e não existe
Muitos Bruxos gostam de fazer seus próprios livros do zero, usando
folhas de pergaminho como páginas e amarrando-as com tiras de couro
ou usando capas de madeira entalhada. Criar um livro assim é
certamente um trabalho de amor e dá muita margem à sua livre
expressão artística. A encadernação artesanal não é algo muito difícil.
Existem muitos livros no mercado sobre isso (Hand Bookbinding, de
Aldren A. Watson, é um deles). Se o seu coven decidir ter um livro
principal, além dos livros individuais de cada Bruxo, então muitas
pessoas poderão colaborar na criação desse livro coletivo.
Sinta-se à vontade para fazer o seu como desejar. Eu já vi alguns
livros realmente bonitos, com páginas muito bem decoradas e letras
escritas com tinta fosforescente. É claro que, se você preferir algo mais
simples, tudo bem. Seu livro deve refletir quem você é. Só um ponto
deve-se ter em mente: o livro é para ser usado! Os rituais devem ser
lidos no Círculo. Não torne a escrita tão elaborada a ponto de, no suave
tremeluzir das velas, não conseguir ler o que está escrito!
À medida que conhecer os diferentes rituais deste livro, vá copiando-
os em seu próprio livro. Quando tiver chegado ao final deste livro, seu
Livro das Sombras estará completo.
A Consagração dos Instrumentos
Os instrumentos que você fez (assim como quaisquer joias que você
tenha) carregam uma variedade de vibrações. Antes de usar seus
instrumentos, portanto, é necessário fazer um ritual para purificá-los e
dedicá-los ao trabalho para o qual serão usados. Esse ritual consiste em
“espargir e incensar”. Quando você carrega o sal e depois o mistura
com água, o resultado se torna, em essência, uma “água benta”.
Juntamente com a fumaça do incenso, ela age como um agente
purificador espiritual.
A primeira coisa que você vai consagrar será seu punhal, ou athame,
pois vai precisar dele para traçar o Círculo e executar trabalhos rituaisem geral. O Ritual de Consagração que se segue foi projetado para o
athame, mas você pode usá-lo para qualquer outra coisa que esteja
consagrando (espada, talismã etc); basta mudar as palavras. A
consagração só precisa ser feita uma vez. Ela não precisa ser repetida
a cada vez que você trace o Círculo.
Comece traçando o Círculo, como foi descrito na seção “A
autodedicação” da Lição Quatro. Vá até o ponto que diz “Agora o
Templo foi edificado. Eu não devo deixá-lo, a não ser por uma boa
razão. Que assim seja”. Agora continue:
O Ritual de Consagração
Pegue seu punhal, segure-o no alto em saudação e diga:
“Deus e Deusa, Senhor e Senhora, Pai e Mãe de toda a vida,
aqui eu apresento meu instrumento pessoal para sua
aprovação.
A partir de materiais da natureza ele foi elaborado;
esculpido na forma que agora se vê.
Que, de agora em diante, ele possa me servir
como instrumento e arma, a seu serviço”.
Coloque o punhal no altar e fique de pé ou ajoelhe-se, por alguns
instantes, com a cabeça baixa, recordando a confecção do instrumento
(punhal, espada, talismã ou o que quer que seja) e o que você fez para
personalizá-lo, para fazê-lo verdadeiramente seu. Então mergulhe os
dedos na água salgada e esparja com ela o punhal. Vire-o e faça o
mesmo do outro lado. Agora pegue-o e segure-o na fumaça do incenso,
virando-o de modo que todas as partes passem igualmente pelo
incenso. Diga:“Que a água sagrada e a fumaça do incenso sagrado eliminem
qualquer impureza deste punhal, para que ele fique puro e
limpo, pronto para me servir e aos meus deuses, da maneira
que eu desejar. Que assim seja”.
Segure-o entre as palmas das mãos e concentre suas energias – seu
“poder” – nesse punhal. Então, diga:
“Através de mim, eu carrego este punhal com a sabedoria e o
poder do Deus e da Deusa. Que ele me sirva bem, livrando-me
do perigo e agindo a serviço dos deuses em todas as coisas.
Que assim seja”.
Se você estiver consagrando outros objetos neste momento, repita o
que foi feito com cada um deles. Então desfaça o Círculo como se
segue. Erga seu recém-consagrado athame na mão direita (esquerda, se
for canhoto) e diga:
“Meus agradecimentos aos deuses por sua presença. Que eles
sempre olhem por mim, me protegendo e guiando em tudo o
que eu fizer. O amor é a lei e o amor é o laço. Que assim seja”.
Mantenha o item consagrado consigo, para onde você for, pelas 24
horas seguintes à consagração. Então durma com ele sob seu
travesseiro por três noites consecutivas. De agora em diante, você usará
seu athame como indicado nos rituais que se seguem. Esse é seu
instrumento pessoal. Não há mal em deixar que outra pessoa o
manuseie ou olhe para ele, mas não o empreste a ninguém para ser
usado dentro ou fora do Círculo.Vários instrumentos sobre um altar
Agora é hora de examinar mais de perto as cerimônias de abertura e
fechamento do Círculo, atentando para o modo como são realizadas
por um coven, com os instrumentos apropriados. Na tradição saxônica,
esses rituais são chamados de Edificação do Templo e Purificação do
Templo. Eu prefiro esses termos a outros, como “abrir o círculo” e
“fechar o círculo”, e os usarei aqui.
Os rituais deste livro são projetados para um certo número de
pessoas no coven. Não hesite em modificá-los, aumentando ou
diminuindo o número de pessoas. Nesses rituais, as palavras ou ações
do Sacerdote ou da Sacerdotisa podem ser pronunciadas ou realizadas
por qualquer um dos dois. Quando não for assim, estará especificado
de qual dos dois se trata.
Como Entrar e Sair do CírculoDurante o trabalho mágico, o Círculo não deve ser quebrado. Em outras
situações, é possível deixar o Círculo e voltar, embora isso sempre deva
ser feito com cuidado e apenas se for absolutamente necessário. Faça
isso da seguinte forma.

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