A Melhor Filha Que Eu Já Tive

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Meu querido diário vampiro, que nojo eu tenho dessa ruiva! Essa Lila Maura, ou Mary, ou sei lá, ela me dá nos nervos! Ela é tudo o que eu não gosto num ser humano e olha que eu não gosto de um monte de coisa nas pessoas. Fico tão feliz que a Mika tá comigo agora, ela podia ser estragada por aquela baleia insuportável.

E bom, eu também queria falar que eu tenho pensado muito no meu passado, especialmente na época em que eu comecei a pensar sozinha, sem as influências, sem ser uma mente alienada, sem ser mais um dos que se esforçam para desvirtuar tudo o que é da mais pura e natural bondade. Ás vezes dá vontade de desistir da causa, as pessoas são tão burras, tipo, talvez elas mereçam isso... Não, esquece. Não posso deixar mais gente morrer com esse ar nojento e falso, assim como aconteceu com a vó Dina. Isso tem que acabar, precisamos derrubar essas árvores falsas de merda antes que elas acabem com a gente. Mas ninguém acredita em mim! É ridículo! Quando todo mundo tiver que comprar oxigênio, eu vou rir muito da cara desses merdinhas. Não, esquece. Eu sou melhor que eles, não preciso pensar assim. Mas bem que eles mereciam...

Depois que o R falou comigo (ainda não acredito que ele me rejeitou!), eu fiquei feliz, mas também fiquei com raiva. Eu percebi que eu sou especial, meu dia em fim chegou, a academia de vampiros veio, mas de um jeito bem diferente. Isso tudo só me faz sentir mais raiva das pessoas. Eu sou tão bondosa, tão engraçada e, por mais que eu nunca transe, eu tenho certeza que eu ia ser ótima de cama. Ninguém conhece tanto sobre erotismo quanto eu, e eu sou esperta também! Eu sou uma aluna tão boa e ninguém me valoriza, nem os professores gostam de mim. Isso me fazia ficar triste, sentia que tinha algo de errado em mim e tals... Errado! São esses bando de arrombados. Eles destroem tudo, vivem suas vidas patéticas sem estudar, ou pensar, ou crescer como indivíduos. Eles ganham tudo e a "esquisitona" aqui não ganha nada. Talvez eu só seja boa demais para esse mundo, não, talvez nós sejamos boas demais parar esse mundo, né vó?

E agora eu conheci outra pessoa maravilhosa! Não entendo esse vazio que a Lila ou sei lá o quê tanto descreve naquele texto todo mal feito dela. Eu não vejo vazio ou obediência cega, eu só vejo uma garotinha muito assustada que não consegue discernir as coisas. Depois de todos os traumas que ela sofreu, é natural que aja assim. Eu conheço aquele olhar muito bem, é necessária muita força de vontade pra superar, e só eu posso julgá-la adequadamente porque eu passei pelas mesmas coisas que ela passou. Só eu posso salvar a Mika, só eu posso salvar esse mundo. Mika é uma garota gentil, carinhosa e inteligente, o mundo só não está preparado para ela. Bom... eu estou.

- "novo_arquivo119.kle", áudio encontrado online na nuvem de Miranda Linz, hackeada pelo Fantástico Sr. Rubro.


[...]


"Mika, querida, você não toca na comida."

"..."

As duas estavam em um restaurante local. Seguindo as instruções de Rubro, Miranda trocou as usuais vestimentas estranhas da pequena por roupas mais normais. Mika agora exibia um pequeno vestido infantil verde e um chapéu coco escuro com listras brancas. O chapéu era grande e escondia um pouco de seu rosto, o ideal era que Mika não fosse reconhecida. Por quê? O herói não especificou.

"Meu amor, você precisa ficar mais forte, se não vai adoecer! Vamos, abra a boca", Miranda abriu a boca de Mika de forma forçada; a loira hesitou por um instante, mas cedeu facilmente. Sua boca se abria como uma boneca, era fácil de manusear. A comida entrou, mas Mika não sabia que teria que mastigar. Miranda riu de nervoso.

A Tragédia de Mika Sem Sobrenome e a Maldição dos PequenosOnde histórias criam vida. Descubra agora