Queen

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A manhã no hospital foi corrida.

Dean já havia passado pela cirurgia e descansava assistindo um filme de velho oeste pela televisão do quarto.

Castiel por outro lado, mesmo deitado na maca continuava trabalhando em seu livro.

Depois de horas sentado na maca, Castiel já sentia sua bunda dormente. Algo ainda martelava a sua mente: "quase o meu terceiro dia aqui e ninguém da minha família apareceu? Sério? Nem para me trazer um bolinho?"

Suspirou e criou uma nova aba no navegador a fim de utilizar o Twitter, ficar a par das notícias. Ainda cedo não havia nada de interessante nos 'trending topics', exceto talvez pela 'hashtag' "pintoawards" para alguns, mas isso não interessava o moreno.

Já no andar de cima, parecia que haviam ateado fogo em um galinheiro albino. Pernas vestidas de branco corriam para todos os lados, e os vestidos de preto se comunicavam pelo "radinho" preso em seu uniforme.

Algum paciente fugiu. Na verdade, uma paciente fugiu.

Rowena MacLeod corria desajeitadamente pelas ruas de Manhattan, com roupas brancas, hora roubadas de uma médica que foi inocentemente trocar o saco de soro vazio por um cheio.

Embora o semblante da ruiva esteja meio apreensivo, ela sabia exatamente para onde estava indo.

Atravessou a rua mais uma vez, olhou para os lados tendo certeza que não estava sendo seguida e adentrou em um beco não muito iluminado. Só precisou andar mais um pouco para achar uma porta de metal. 

Fez uma sequência de batidas na mesma. Foi aberto apenas uma fresta que deu visão a um homem.

— Mãe. — Foi a única coisa que o homem proferiu, revirando os olhos antes de abrir a porta por completo.

— Fergus. — O respondeu entrando no recinto. 

— Crowley. — Corrigiu. — Você adora um holofote, né? Apareceu em todos os jornais. Nossos colaboradores estão putos com você.

— E você acha que eu me importo com aqueles ratos imundos? Eu fui sequestrada, Fergus. Mostre um pouco de compaixão pela sua mãe. — Recebeu um manear de cabeça negativo e um suspiro em resposta. — Onde está o Ketch? Preciso de um homem de verdade agora, você me deprime.

— Ele está fazendo o trabalho que você não fez enquanto brincava de polícia e ladrão com aquele tira. Sério, aonde estava com a cabeça para ser levada por uns idiotas como aqueles?

Rowena vacilou um pouco, aquele tempo em cativeiro não foi fácil. Quase 2 meses presa naquele porão comendo restos e bebendo água com sal fornecida pelos sequestradores, além de ser usada como brinquedo sexual daqueles homens, foi traumático para a mulher. Mesmo ela sendo uma criminosa habilidosa e fria.

— Vá para o inferno. — Respondeu ríspida. 

— Vai matar aquele policial, não vai? — O homem perguntou enquanto adentrava mais a sala e indo ao que parecia um escritório. Pegou uma garrafa de Whiskey e encheu um copo. — Se ele investigar bem, pode nos descobrir. 

— Oh, Não. Vou mandar alguém para vigia-lo. Ele salvou a minha vida enquanto você brincava de ser rei.

— Se não fazer, eu mesmo o mato. Você só está sendo uma sentimentalista burra. Ketch não vai gostar de saber que foi trocado... — Completou com um sorriso divertido enquanto bebia a bebida âmbar.

— Trocado nada! Nem pense nisso. Quem dá as cartas aqui sou eu, Fergus. E não esqueça disso, nunca. Você é um completo incompetente, jamais vai ocupar o meu lugar. — Gritou a ruiva, arrancando o copo da mão dele. — Você está liberado por enquanto. Diga aos outros que a rainha está de volta.

— Bruxa. —Foi a última coisa que o homem disse antes de se retirar do local.

A hierarquia naquela organização era bem clara: Rowena, que preferia ser chamada de rainha, era a líder indiscutível. Crowley, além de ser seu filho, desempenhava o papel de estrategista e podia ser considerado um agiota. Embora ocupasse uma posição de destaque na organização, ele optava por se manter a uma distância segura, muitas vezes se escondendo em boates e prostíbulos.

Já o Ketch é quem faz os "trabalhos especiais". Na verdade, é um "dos". Ketch é o mais confiável para Rowena, além de ser o líder da Equipe Alfa.

Como já deve ter entendido, estamos falando de uma máfia. E uma das grandes, diga-se de passagem.

A Equipe Alfa dentro da "Mega Coven" é responsável pelas execuções. A Equipe Beta são os infiltrados tanto na política quanto nas delegacias, indústrias e até em outras famílias. A Equipe Ômega são os estrategistas e químicos, as cabeças pensantes da operação. 

Existem outros cargos como vendedores, estelionatários, alguns mercenários mas estes são responsabilidade de Crowley.

A Mega Coven é conhecida principalmente pela fabricação de drogas novas e perigosas. Perigo é uma boa palavra pra descrever a organização, já que uma vez cutucada a colmeia, a abelha rainha ordena o ataque. E não pense que essas abelhas morrem após a ferroada, pois estará cometendo um grande engano. 

Rowena deu alguns passos apressados para mais dentro do cômodo. Vai até a escrivaninha e puxa a gaveta, sorrindo ao encontrar um celular descartável. 

Disca rapidamente o número pessoal de Ketch e começa a falar quando ele finalmente atende.

— Sua rainha está de volta. — Disse sorrindo. — Venha me buscar e reúna a equipe no salão principal.

— É muito bom ouvir sua voz, minha rainha.

— E é muito bom ouvir um sotaque familiar ao invés daquela merda americana. Se apresse e traga-me um vestido decente. Estou na instalação de emergência 24.  Temos muito o que conversar... E fazer... — Sugestivamente, completou antes de desligar sem dar tempo para o outro responder.

Rowena amaldiçoava o estado antigo da instalação, tudo estava empoeirado. Sacudiu a poeira de uma toalha de banho e foi-se banhar.

A água do chuveiro era fria, não havia gás naquela instalação por ser de emergência. As gotas gélidas desciam pelo desenho magro de seu corpo, seu cabelo cumprido era sustentado pelas mãos esquias da mulher na tentativa de o encharca-lo por inteiro antes de passar xampu.

Ketch realmente acatou bem a ordem, chegando poucos minutos depois do banho, segurando um vestido de marca pelo cabide, coberto por uma capa de proteção.

Fez o toque ensaiado na porta, algo que indicava para a moça que era ele batendo.

Assim feito, esperou a porta ser aberta (o que não demorou) e foi puxado rapidamente para dentro.

Quando Ketch abriu a boca para falar algo, Rowena a preencheu com a sua. Ficaram algum tempo presos naquele beijo sensual, até que Rowena o da espaço para comentar.

— É incrível que mesmo magra, continua bela... O que aqueles vermes fizeram com você?

— Oh, Arthur, você tinha que estragar o clima. — Se afastou do homem. — Trouxe o que pedi?

— Claro que sim, minha rainha. — Respondeu deixando o vestido no campo de visão da ruiva.

— Estupendo, como sempre. — Pegou o vestido com delicadeza e caminhou até o escritório da instalação, sendo seguida pelo amante. Depositou o vestido na poltrona.

Se virou para o homem e sem manter o contato visual, jogou todos os itens de cima da escrivaninha e sentou na mesma tirando a camiseta roubada.

— Você vai mesmo me deixar fazendo todo o trabalho? O cavalheirismo morreu... — Proferiu mordendo o lábio no final da sentença.

— É para já, minha charmosa rainha. 





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Eita bicho, sexo

Vai acabando aqui mais um capítulo curtinho. Vejo vocês no próximo?

A Playlist de Ação de Dean WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora