Férias

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Pela primeira vez desde que Bella nasceu há 2 e meio Amanda viajaria sem a filha. Ela iria passar um tempo em Noronha sozinha. Ela precisaria descansar um pouco e refletir sobre a vida. Aos 34 anos, ela estava estável financeiramente, tinha uma filha linda e algo a ainda a incomodava.

Bella passaria as férias com o pai e Elisa em Barcelona. E, depois, iria para Miami como sempre.

- Mommy, I love you and I miss you everyday. - Bella disse sem perceber enquanto Antônio estava na sala da casa de Amanda.

Atualmente, eles viviam uma relação amigável. Obviamente, nada havia voltado a ser como antes, mas eles riam e conversavam.

- Em português, Bella. - Antônio corrigiu a filha sabendo que ela deveria falar português enquanto estivesse no Brasil para não perder o costume. - No Brasil falamos em português, lembra?

- Sim, papai. - Bella disse com a voz fofa. - Si, papa and Yes, daddy. - Antônio sorriu muito, era uma brincadeira entre eles, toda vez que ele corrigia Bella sobre o idioma, ela repetia em três línguas.

Amanda sorriu para Antônio e abraçou a pequena. Os cabelos de Bella estavam no meio das costas e continuavam pretos brilhantes com pequenos cachos nas pontas.

- Eu também vou sentir a sua falta, meu amor! - Ela sussurrou enquanto pegava a menina no colo fazendo cócegas. Bella gargalhava.

Amanda se tornou mãe. Nenhuma mulher nasce para ser mãe, elas aprender a ser aos poucos, errando, falhando e vivendo com uma culpa eterna.

Antônio olhava a cena sorrindo embora tentasse disfarçar. Ele ainda a amava. Ele a amava de todo o coração. A raiva havia se dissipado e de transformado em uma lembrança.

Mas agora ele estava com Elisa e ele queria construir uma vida para ele ao lado da psicóloga. Os dois se faziam bem mutuamente e o melhor, não haviam dramas. Nem um passado doloroso.

- Cuida da minha filha. - Amanda disse se dirigindo até Antônio sorrindo. - Cuida da nossa filha, Antônio.

Ele tentou não demonstrar nenhum sinal de excitação pela proximidade dela. E apenas abraçou esquecendo da caixa que levava na mão desde que entrou na casa. Ao abraçar Amanda a pequena caixa caiu no chão com um barulho oco e abriu revelando o anel solitário.

Amanda interrompeu o abraço e pegou a caixa no chão encarando Antônio. Ele baixou o olhar rapidamente para evitar encontrar os olhos dela.

- Vai pedi-la em casamento. - Ela não perguntou, era uma afirmação. Ele assentiu sem emitir som. Ela o encarou por alguns segundos antes de abraça-lo tentando evitar a voz embargada que parecia vir enquanto os olhos queimavam pelas lágrimas que ela não soltaria ali. - Parabéns, são ótimos juntos.

Amanda o soltou e se encaminhou para a porta rapidamente. Não queria encará-lo, não queria mostrar a dor que as lágrimas pesadas traziam. Isso não era justo, nada disso era.

Não era para ela saber dessa forma. Era o que se passava na cabeça de Antônio. Ele não pediria agora, ele mandou fazer o anel e guardaria ainda. Mas tinha ficado pronto e ele precisou ir buscar. Mas pelo menos agora tudo estava claro para todos. Mas porque seu coração não estava em paz? Era o que ele pensava quando partiu para o aeroporto com Bella nos braços.

Em Noronha, Amanda lia seus livros favoritos e tentar relaxar o máximo que consegue.

- Você não é a Amanda do BBB? - Amanda escuta uma voz dizer. Depois de quase cinco anos algumas pessoas ainda a reconheciam. É claro, além dos fãs que ainda a apoiavam ao máximo.

Amanda abriu os olhos e viu a mulher ao seu lado. Ela é uma senhora elegante.

- Sou sim. - Amanda se levantou sorrindo . - Tudo bem?

Amanda observou a senhora elegante ao seu lado.

- Maria. Eu torci por você. - A senhora sorriu estendendo a mão para Amanda. - E torcia para você ficar com aquele homem bonitão.

Amanda gargalhou alto. Ela tinha ouvido tanto aquilo quando saiu do BBB e mesmo afirmando que eles eram amigos as pessoas insistiram que eles eram mais. E, no fim, eles realmente eram mais e poderiam ter sido ainda mais.

- Nós tivemos uma filha. - Amanda disse sorrindo para Maria. - Bella.

Durante a tarde, as duas compartilharam momentos e segredos. Foi uma tarde agradável e doce. Embora, a vida não fosse tão agradável assim.

- Você deveria procurar por ele. - Maria disse depois do terceiro drink no bar. Ao ver que Amanda apenas sorriu. Ela continuou. - Na realidade, você deveria dizer a ele. Dizer a ele tudo que não disse. - Amanda ainda a encarava sorrindo com os conselhos. - Eu abri mão do amor, menina. Pela carreira, pela vida. E não me arrependo. Vivo uma vida que eu escolhi e tudo bem. Mas você? Você ama esse rapaz a muito tempo. Seria uma pena não viver tudo que há para viver ao lado dele.

Amanda e Maria brindaram a vida e ao amor. Ela sabia que ele pediria Elisa em casamento, a doce Elisa. Que jamais errou com ele e que jamais o magoou. Ele merecia alguém como Elisa.

Pais por acidente - Docshoe Onde histórias criam vida. Descubra agora