fim?

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A noite se passou rápida no hospital, Kazutora e Baji dormiram na sala de espera, já que Chifuyu ainda não tinha permissão para receber visitas, junto ao casal, estava apenas Mitsuya, que havia chegado no dia anterior após Draken ter que sair, antes mesmo de saber notícias sobre Chifuyu. 

Quando o dia amanheceu, Hinata apareceu com o rosto cansado e o jaleco nas mãos, seu turno de estava acabando.

‐ Olá meninos - comprimentou, demorando o olhar por Kaisuke e Kazutora - Chifuyu está sendo levado para o quarto agora, e em no máximo uns dez minutos uma enfermeira vai vim levar o acompanhante até ele. Normalmente só é possível ficar uma pessoa, mas como vocês são os pais do bebê, podem ficar os dois. Mas é como eu disse ontem, sem nem sequer um pingo de estresse!

Depois do aviso de Hinata, a médica que acompanhava o tratamento de hormônios que Chifuyu fazia, se retirou, sendo seguida por Mitsuya, que lhe deu uma carona para casa e também foi descansar.

Não demorou cinco minutos e uma jovem com cabelos ruivos amarrados num rabo de cavalo e vestida em roupas brancas se aproximou, informando que já podiam ir para o quarto, mas que o paciente ainda estava sedado.

Doeu ver como o loiro estava pálido e magro, a culpa por não ter tentado entender o que havia acontecido crescendo no peito dos dois maiores.

Os morenos se recusaram a prestar atenção nos detalhes de Chifuyu quando o mesmo foi até a empresa tentar conversar, era doloroso, e lhes machucava ver a pessoa que tanto amavam demonstrar sofrimento, mas estavam magoados com a ideia de que o loiro tivesse os traído.

Agora, já sabendo de toda a verdade, e entendendo que os únicos culpados foram eles mesmo por acharem que o problema com Kisaki já estava resolvido, e que Matsuno apenas tinha sido uma vítima dos planos de um cretino, conseguiam apenas sentir o vazio e a culpa os corroer.

Mais algumas horas passavam se arrastando, já se aproximava do horário do almoço e nem um dos dois morenos tinham vontade de comer.

Baji estava sentado na poltrona bem ao lado da cama — Fez questão de aproximar a mesma o máximo possível — e Kazutora estava sentado com as pernas em W¹ no pé da maca onde Chifuyu dormia. Nem um dos dois queriam se afastar.

O com duas mexas loiras entre os cabelos negros passava as mãos vez ou outra pelas pernas cobertas do mais novo, a médica de plantão havia passado por ali por volta das nove horas, e em uma conversa rápida, descobriu que fazer massagens nas pernas e pés ajudava a relaxar pessoas grávidas.

Pretendia fazer muitas massagens na pele macia do loiro. Mas pra isso, ainda teria que conseguir o perdão do amado.

Kazutora estava distraído observando o rosto de Chifuyu quando notou Keisuke se levantar da poltrona, logo esticando os braços que já estavam doloridos.

‐ Eu vou comprar alguma coisa pra você comer - falou após se aproximar do amado, deixando um selar nos lábios ressecados.

‐ Come alguma coisa também - pediu, logo recebendo um acenar em concordância.

Os olhos dourados observaram o maior deixar o quarto. E desceu da maca. Quase se desequilibrou pelas pernas "adormecidas", e se apoiou na poltrona alongando os músculos. Tinha uma perna sobre o encosto da poltrona quando sentiu uma movimentação atrás de si. Seu corpo travou.

‐ To_Tora? - sentiu o ar deixar seus pulmões e adentrar novamente com dificuldade. Se virou devagar, e se desequilibrou novamente ao ver os orbes verdes lhe fitando com confusão.

‐ Fuyu - chamou baixinho, e endireitou o corpo nervoso.

‐ O que aconteceu?

A mente do loiro era confusa, se sentia tonto, e seu corpo doía. Fitou os olhos dourados por mais alguns instantes, inicialmente não entendendo a postura rígida, e a culpa que transbordava em sua feição. Até se lembrar das últimas vezes que viu Kazutora. Quando foi posto para fora de casa, e a algum tempo, não sabia ao certo quanto, quando foi na empresa onde o bicolor é Baji trabalhavam, tentar lhes contar sobre a gravidez e afirmar sua inocência.

Sentiu os olhos ficarem úmidos, e quando ia questionar o que o mais velho fazia ali, se lembrou de como chegou em casa, e da dor que sentiu. Abaixou o olhar desesperado, apalpando o ventre agoniado, sem saber se seu bebê estava bem.

‐ Ele tá bem - tremeu com a voz baixinha de Kazutora, lhe fitando com lágrimas escorrendo pelas bochechas - o Ryusei te trouxe pro hospital a tempo. Vocês estão bem.

‐ Então você e o Baji já sabem! - constatou após alguns segundos, recebendo um aceno positivo.

‐ O teste ficou no banheiro da empresa - não sabia como falar direito, era como se seu lado lógico nunca tivesse existido. E sem Baji ao seu lado para lidar com a culpa, se sentia preso - o Takemichi quem achou.

O loiro acentiu, desviando o olhar e tentando se sentar. Soltou um gemido dolorido com o esforço, e o Hanemiya se aproximou rapidamente, lhe parando.

‐ Não pode se esforçar - falou afobado - nada de esforço, você não pode fazer força, não pode ter estresse e nem cair ! - falou de uma vez as instruções recebidas pela médica no dia anterior.

Chifuyu observou com o coração acelerado a proximidade imposta por Kazutora. Sentia o toque do mais velho em seus braços, lhe segurando sem muita força para que continuasse deitado. Fitou o rosto clarinho rente ao seu com saudade, os olhos dourados fixos nos seus, o nariz fino e os lábios comprimidos em uma linha reta, a pintinha abaixo do olho direito sendo apenas um charme.

Sentiu um nó na garganta, e fechou os braços ao redor do moreno com força, tinha medo de ser negado.

‐ Eu não traí vocês - falou baixinho, soluçando com o rosto contra o pescoço do Hanemiya - por favor, acredite em mim. Eu não sei o que aconteceu naquele dia, eu estava na balada e quando acordei, já estava em casa. Mas eu sei que não fiquei com ninguém, eu amo você e o Baji e nunca ficaria com ninguém além de vocês!

Kazutora estava sem reação, seu peito doía ao escutar palavras tão sofridas e desesperadas. Seus olhos já queimavam, e não tinha forças para responder. Se assustou levemente ao sentir seu corpo ser coberto por outro.

‐ A Gente sabe que não fez nada Fuyu - a voz grossa de Baji se fez presente - agora a gente sabe - Completou, acariciando os cabelos loiros do menor - Mais nos desculpe por ter duvidado, por não ter te deixando falar, nem procurado a verdade. Doeu como o inferno te ver naquela situação com outra pessoa, e foi mais fácil deixar daquela forma do que ir tirar satisfação. 

Chifuyu se sentia surpreso pela resposta, não sabia como Baji e Kazutora haviam descoberto a verdade, como sabiam que não haviam lhes traído, mas se sentia realizado estando nos braços das pessoas que mais amava no mundo. 

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