tentativa de conversa

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Uma semana já havia se passado, e Chifuyu se recusava a sair do apartamento que lhe abrigava a pouco mais de um mês. Estava faltando às aulas na faculdade desde o considerado pior dia de sua vida, e sabia que o último semestre já estava perdido. Teria que refazê-lo no ano seguinte, mas não era como se se importasse no momento.

Observava as paredes brancas do quarto em que estava, e se olhasse para o lado, poderia ver o céu azul límpido pela janela, mas não queria ver algo tão bonito zombando de sua situação.

De forma trêmula, levou as mãos até sua barriga, ainda lisa. Era tão estranho imaginar que uma vida se formava ali, ok que já tomava hormônios a anos para que aquilo fosse possível, mas era doloroso pensar na situação que estava.

Por Ryusei, descobriu que o homem que fora encontrado ao seu lado na sua cama, era Hanma, um novo bartender que trabalhava para Mikey na Toman. O moreno também lhe disse que quando questionado, o homem disse que não sabia que ele era comprometido, e que ele só aceitou sair com o loiro por que o mesmo havia lhe instigado durante vários minutos, e tinha dito que por ser amigo do dono, poderia lhe livrar de receber broncas pela saída não autorizada.

Chifuyu não se lembrava daquele homem em canto algum. Tudo que ele lembrava daquela noite, foi que dançava com Takemichi e saiu rapidamente para buscar uma água, após pegar o líquido se meteu no meio da multidão para procurar o amigo enquanto se refrescava, e então, mais nada.

‐ Ainda tá nesse quarto Fuyu - suspirou com a voz preocupada do amigo - Sabe que não pode passar o resto da vida aqui, não sabe ?

Os olhos verdes fitavam o mais velho cansado. Era tão desgastante, sabia que o outro tinha razão, mas não tinha vontade de sair daquela cama. Talvez já pudesse culpar os hormônios que agora seu corpo produzia por conta própria por causa da gravidez. Se sentia tão emotivo e acabado.

‐ você já comeu alguma coisa hoje ? - perguntou ao não obter resposta para seu questionamento anterior - precisa comer por dois agora.

‐ Comi aquele bolo que tinha na geladeira mais cedo - contou vendo um sorriso satisfeito se abrir nos lábios finos do outro. Só não contou que vomitou todo o bolo alguns minutos depois.

‐ que bom. Vou preparar o almoço.

Chifuyu viu o Sato deixar o quarto novamente, e se sentiu um ser humano péssimo por omitir coisas da única pessoa que ainda demonstrava acreditar em si.

Isto lhe lembrou de outra coisa que lhe magoou. Takemichi era seu melhor amigo desde o primário, mas sequer lhe procurou após o ocorrido.

‐ Provavelmente ele pensa as mesmas coisas que os outros- falou baixinho consigo mesmo, sentindo a garganta fechar - pensa que eu sou uma vadia e que trai meus amores.

Sentiu os olhos úmidos, mas se levantou da cama tentando não chorar mais uma vez. Foi até o banheiro ao lado de seu quarto, e tomou um banho demorado, lavando os cabelos que a semanas não lavava. Vestiu uma roupa folgada e se dirigiu a cozinha do apartamento.

Agradecia a Mary por ter juntado suas roupas e a Ryusei por ter as trago, mas se culpava por saber que o segundo havia entrado em uma briga com Baji por sua culpa.

Ryusei Sato e Keisuke Baji eram amigos desde o berço, sendo de famílias amigas a amizade foi natural, mesmo que o de cabelos negros e longos não admitisse sempre, tinha um enorme carinho pelo Sato. O moreno devia lhe odiar por, além de supostamente ter lhe traído, ainda ter roubado seu melhor amigo.

Quando chegou na cozinha, o cheiro gostoso fez seu estômago roncar. Ryusei Sato era cozinheiro.

Na verdade, era dono de seu próprio restaurante. 

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