Capítulo 4

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Severus tinha que admitir que estava gostando de James e que queria vê-lo agora, sozinhos. Ele pensou em "ir a biblioteca", não sabe como o grifinório faz isso, mas com certeza estaria lá.
Snape saiu da sua comunal e foi discretamente a biblioteca. Dito e feito, ao sair, lá estava James, com um sorriso que quase não cabia no rosto, um sorriso que o rendia. Severus foi mais rápido que James dessa vez, decidiu que estava na hora de tomar uma iniciativa: pela primeira vez, depois de 17 anos de vida: "O que o capitão do time de quadribol da Grifinória faz fora da cama no horário do toque de recolher?" - provocou Snape, James gostou disso - "Por favor, não conte a ninguém, eu faço o que você quiser; atendo qualquer pedido" - disse James entrando na brincadeira e logo em seguida indo em direção ao armário de vassouras. -"Aqui não, vamos para outro lugar" - disse guiando James para outros corredores.
James estava adorando aquilo, estava esperando encontrar o sonserino para pedir outro "pedido"; nunca imaginou que ele quem seria "chantageado", estava a cada dia descobrindo um pouco mais sobre Severus, ele também tinha um lado mais ousado: não era atoa que nunca abaixava a cabeça quando James o perturbava antigamente, e James sempre gostou disso nele (mesmo naquela época); interrompeu sua linha de pensamentos quando Severus parou em frente a uma parede e do nada surgiu uma porta. Não podia acreditar, estava entrando na Sala Precisa, achou que era uma lenda - "Você é uma caixinha de surpresa, Sev, sempre com coisas novas e interessantes" - disse se sentando em uma cadeira que estava no centro da sala. Era um lugar bem aconchegante que Severus imaginou, no meio da sala tinha um grande tapete felpudo que ficava sob uma mesa redonda de tamanho médio, uma do lado da outra haviam duas cadeiras bem confortáveis, estofadas. Em cima da mesa havia uma jarra de água e dois copos. James observou Severus se sentar timidamente em uma cadeira bem próxima da sua, suas pernas quase se encostavam.
- "Então, qual é o seu pedido?" - James não se aguentava de curiosidade - "Eu quero passar mão no seu cabelo" - disse rapidamente para não perder a coragem. Ok, isso realmente chocou James. "Você não precisava ter desperdiçado seu pedido com isso, era só ter passado. Tinha tantas outras possibilidades do que você poderia fazer comigo" - James lançou o sorriso mais malicioso que Severus já viu. - "Cala a boca, idiota - disse sem realmente estar com raiva - Se contente com isso, já é muito vindo de mim".
Severus estendeu a mão na direção de James, que se abaixou um pouco para igualar as alturas. Primeiro, Snape acariciou a cabeça de James, como se ele fosse um gatinho, conforme o clima ficava menos constrangedor, Severus segurou o cabelo de James entre os dedos e os agarrou sem força, James suspirou, começara a imaginar Severus puxando seu cabelo em outra situação um pouco mais íntima, que envolvia ele de joelhos.
De repente, naquele momento, todos os sentimentos de James faziam sentido, não podia mais negar isso para si mesmo: estava se apaixonando. Não conseguiu evitar olhar para os lábios do sonserino. Quando sentiu Severus descer a mão que estava no seu cabelo para o seu pescoço, James engasgou de surpresa (tinha uma grande sensibilidade naquela área); Severus estava acariciando uma pinta de James que ficava perto da clavícula; James respirou fundo e fechou os olhos, por Merlim, como aquilo era bom; quando abriu os olhos viu Snape corado e com olhar direcionado para sua boca, James nem pensou ao colar seus labios uns nos outros.
Snape se assustou com o contato repentino e se afastou bruscamente. James não podia acreditar: estava sendo rejeitado mais uma vez e agora talvez Severus não quisesse ser nem sequer seu amigo. James estava muito enganado, pois Severus se aproximou novamente de seus lábios, com os olhos fechados. Fôra só um selar de lábios, um simples selinho, mas James já se sentia nas nuvens. Depois de um tempo, James começou a aprofundar o beijo, colocou a mão na cintura de Severus, que rodeou os braços em seu pescoço. James percebeu que, no começo, Severus pouco se movimentava e depois começou a pegar o ritmo. Se soubesse que beijar Severus era tão bom, teria o beijado antes. James percebeu que Severus parecia meio inexperiente (o que não significava que ele era ruim no que fazia, era muito bom inclusive) e pensou se esse seria o primeiro beijo dele, isso o excitou um pouco, gostaria de ser o primeiro dele em muitas outras coisas. Com esse pensamento em mente, James aprofundou mais o beijo, segurou mais forte em sua cintura e lambeu os lábios do outro, para pedir passagem com a língua.
Severus podia ser inexperiente, mas sabia muito bem o que o grifinório queria e logo lhe concedeu. James começou a movimentar a língua lentamente e depois de um tempo, Severus começou a fazer o mesmo. James soltou um gemido baixinho. Pela primeira vez na vida, Severus estava se sentindo desejado; uma das pessoas mais bonita e populares de Hogwarts, estava o beijando, entre tantas outras opções. Além disso, Severus nunca tinha explorado nada sobre si mesmo em relação a sua sexualidade e agora estava tendo um beijo francês, sentindo as mãos grandes e fortes do Potter apertarem de leve sua cintura; enquanto ele gemia. Severus ficou feliz de saber que era o motivo desses gemidos. Entretanto, isso tudo era demais apenas para um primeiro beijo, Severus não ligava se o achassem brega; mas ele achava que esses tipos de contado físico tinham uma hierarquia de etapas a serem cumpridas e Severus não queria pular nenhuma fase, então se afastou.
James, percebendo que Severus queria encerrar o beijo, deu dois selinhos na boca de Severus e mordiscou levemente o lábio inferior antes de se afastar. Ambos estavam uma bagunça: cabelos desgrenhados, roupas amarrotadas, bochechas rosadas e lábios inchados. Severus achou que esse seria um momento constrangedor, mas não foi, James sorriu para ele e segurou sua mão; ele correspondeu o sorriso e entrelaçou seus dedos. "Sev, quer ir a Hogsmeade comigo? Em um encontro?" - Severus assentiu, ficou muito feliz, pois se James estava o convidando para um encontro, então significava que eles estavam tendo alguma coisa. "Ok - continuo James - amanhã você me busca na frente da minha comunal, já que é mais perto da saída que a sua"
- "Que hora eu te pego?" - perguntou Snape - "A noite toda, se Merlim quiser!" - respondeu o Potter, tentando passar um dos braços ao redor de Snape
- "Idiota!" - Snape dá um tapa no braço de James, mas solta uma enorme risada que é acompanhada pelo grifinório.
Após ter informado o horário para Snape, James foi dormir feliz da vida: pela primeira vez na vida havia visto Snape gargalhar e, o mais importante, iria a um encontro com ele no dia seguinte.

Armário de Vassouras - Snames/JeverusOnde histórias criam vida. Descubra agora