Conclusões

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Karina II nunca foi uma mulher de hábitos regrados, e isso não era segredo para ninguém. Então, não houve surpresa quando a princesa esbarrou nos guardas afobada, abrindo caminho para que a ruiva que ainda cruzava o caminho de pedras praticamente pulasse em seus braços.


- Mas quem é vivo sempre aparece, não acredito que você está aqui! Cara, que saudade de você. - Karina soltou um ofego pesado, sorrindo largo, assim que as mãos de sua prima a afastaram do abraço apertado.


- Sua mãe teria uma síncope se a ouvisse falando assim, sabia?


- Meu Deus, Giselle, o que te trouxe de volta para Kwangya? - Karina parecia muito mais animada que o normal nesse momento, dando uma olhada daquelas bem analíticas enquanto se convencia de que aquela criatura diante de si era real.


- Como assim o que me trouxe de volta para Kwangya, Karomi? Esqueceu que em um mês é o aniversário do seu pai? Só você precisando de ajuda ou um evento importante me fariam passar horas presa numa carruagem com o idiota do meu irmão.


- Ah. Ele veio também. Que merda... Debi e Loide vão se unir outra vez. Seunghan finalmente vai ter um pareia para catapultar as bostas que ele diz e faz. - Karina olhou sobre os ombros de Giselle, não escondendo uma expressão de nojo quando avistou o primo Shohei caminhando, com o nariz empinado, cercado pelos guardas no início do corredor de arbustos. - Imagino a tortura. Eu sei que você deve estar exausta da viagem e por ter os ouvidos torturados durante dias, mas, venha comigo, preciso apresentá-la a uma pessoa.


A cada passo que as duas davam para o mais distante possível do trajeto até a entrada do castelo, o gazebo ficava mais próximo, tão próximo que Giselle pode avistar uma moça de cabelos estranhamente dourados em pé segurando uma xícara, acompanhando curiosa a sua chegada ali.


- Ei. - Karina ergueu a mão, e estalou os dedos diante do rosto da loira tentando tirá-la do transe. Enquanto Giselle esperava um mínimo de reação alheia também. - Alô. Planeta Terra chamando. Ei. Minjeong!


- Eu estou ouvindo, Jimin. Pode parar com isso agora. - Minjeong deu um tapa na mão da princesa com a sua mão livre, sem desviar o olhar da direção à tal ruiva, arrancando-lhe uma risada pouco contida.


- Não me bata, não é minha culpa se você parecia completamente desligada deste mundo. - Karina disse emburrada, fazendo com que o local caísse num silêncio instantâneo, por tempo o suficiente para que as três ouvissem um insistente chiado baixinho e estridente. - Eu não acredito que você trouxe esse seboso de novo!


- Não o chame de seboso! Cooper pode ouvi-la e se sentir ofendido. Ele é muito limpinho. - Karina rolou os olhos, abanando a mão assim que a prima tirou dos peitos um camundongo branco de olhos vermelhos. Giselle fazia carinho no pequeno roedor em sua mão, roçando o nariz no focinho dele, sem se importar no quanto isso era anti-higiênico.


A cena permaneceria esquisita e cheia de resmungos familiares, se aquele serzinho não tivesse assustado a princesa de Seolwon a ponto de fazê-la soltar um grito tão alto, tão fino, e deixar a xícara com café quente cair sobre seu vestido leve para espatifar-se no piso de madeira. Karina não teve como acalmar Minjeong, pois assistindo tamanho susto não a impediu de sair do gazebo correndo. Tão frescurenta...

Love you till kingdom come | winrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora