capítulo 18

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Bella campos 🦋

Como esperado, Rayane quebrou tudo quando chegou em casa. Só fiquei encostada na porta vendo a cena que não assustava mais ninguém.

Ela ser ajoelhou no chão. Com tudo revirado ao seu redor. Esfreguei meu nariz e fechei a porta trancando a mesma. Coloquei a chave no bolso e andei até o sofá ajeitando ele. Me sentei e fixei meu olhar no chão.

Rayane: Eu matei ela...? - Escutei sua voz fraca e pesada pro causa do choro.

Bella: Talvez... - Silêncio.

Rayane: Eu matei ela...

Bella: Não foi sua intenção. Tu só queria me proteger. Tá tranquilo pô...

Rayane: Eu fiz de novo... Eu não me segurei... Eu matei uma pessoa inocente de novo por causa da porra do meu surto! - Ela levantou gritando e eu suspirei.

Bella: Não, Rayane! Você tentou me defender! Como sempre fez! Não foi proposital!

Rayane: Ela tá morta...

Bella: A gente não tem certeza.

Rayane: De novo não... - Abri os braços e ela quase correu. Me deitei no sofá com ela que comecei a fazer cafuné na sua cabeça enquanto ela chorava no meu peito.

Bella: You... - comecei a canta. - The other half of me... The half I'll never be... The half that drives me crazy...

Bella: You... - respirei fundo. - The better half of me... The half I'll always need... But we both know...We're better in stereo...

Senti sua respiração leve e inclinei minha cabeça para frente. Dormiu... Ok! Sai debaixo dela com cuidado saindo do sofá.

Olhei para a Rayane dormindo com o rosto avermelhado e suas mãos toda machucadas. Sua roupa amassada com sangue seco fez eu passar a mão na testa e geme de dor. Olhei minha mão vendo que a mesma estava toda fudida.

Rayane não teve a melhor infância. Na verdade, nem uma das duas teve. Gusta sempre cobrou muito dela. O que fez a garota criar vários traumas. Traumas que nem um ser humano aguentaria passar e relembra todos os dias.

Não me assustei quando ela não parava de dá murros na cara da garota. Não é a primeira vez que ela se desencontrola assim. A primeira vez foi quando ela tinha treze anos. Tinha acabado de fazer quatorze. Era meu aniversário e eu fui sequestrada.

Foi uma confusão do caralho. Foi bagulho ligeiro. Me jogaram do carro em alta velocidade. Fui acorda no hospital, com vários homens dentro do quarto conversando. No meio deles estavam meu pai e Gusta.

A primeira pergunta que eu fiz foi saber onde a Rayane estava. E aí eles me disseram.

" Em casa. "

Mas essa não era a verdade. A estava em um quarto escuro, fedorento, toda machucada. Gustavo tinha entregado a própria filha no meu lugar... Pra me salvar!

Aí que surgiu a Atena. A garota traiçoeira e fria.

Rayane foi espancada, violentada por vários dias. Soltaram ela por que perceberam que meu pai e o Gusta não estavam nem aí. Lembro até hoje como ela chegou... Descordada, toda coberta de sangue. Conseguíamos nem reconhece seu rosto.

Ela ficou em coma por meses.  Quando acordou, teve um surto com a enfermeira e a matou.

" Rayane: Eu a matei... - Encarei sua mão cheia da sangue com um bisturi - Eu a matei, Bella... - Ela me olhou chorando sem sabe o que fazer. Seu olhar perdido e cheio de sofrimento - Bella... Eu... Não foi por que eu quis... Por favor... Eu juro! Acredita em mim! Pelo amor de Deus!"

Rayane sempre escondeu sua verdadeira face. Sempre foi nos duas por nós duas. Ninguém a mais!

Sempre que ela tinha um surto e matava alguma pessoa inocente. Corri até mim para conta. Chorava, batia e até mesmo tentava ser mata. Foi aí que eu arrumei um jeito. Colocava ela dentro de uma sala com vários  objetos para ela quebrar. Depois eu deitava com ela e cantava.

Mas na real, ela não matava por que queria, e sim por que o pai dela obrigava ela. Depois de matar a enfermeira e ser culpa, ele disse que iria treina ela que isso aí acaba logo, logo.

Então ele fazia ela matar pessoas que não tinha nada ave com a máfia. Ele dizia que assim, ela iria amadurecer e ser igual a ele. Não teria remorso nem um.

Mas Rayane nunca quis ser igual a ele.

Escutei alguém bate no portão e suspirei. Coloquei a vassoura de lado e sai de casa andando até o portão.

Abri o mesmo e revirei os olhos.

Bella: Não é hora... - Cabelinho empurrou o portão com força fazendo eu encara ele séria.

Cabelinho: Tu tá de marola com minha cara?! Acha que é quem, em?

Bella: Olha, cabelinho. Isso não é hora, tá legal? Sei que o que aconteceu vai ser um b.o grande pra tu. Mas não é hora de conversar. Vamos resolver isso amanhã, tá legal?

L7: Vamos embora, cara... Depois nós resolve isso.

Bella: Escuta seu amigo.

Cabelinho: Olha aqui, Bella... - revirei os olhos e dei a costa pra ele e comecei a anda para dentro de casa. Escutei sua voz alterada atrás de mim.

L7: Porra... - Peguei a vassoura e continuei a varre o chão. - Que merda aconteceu aqui?

Apoiei meu cotovelo na vassoura e olhei para eles.

Bella: Adivinha. Resolvemos brinca de lutinha...

L7: Bella!

Bella: Nada demais, tá legal? Sei que o que nós fez hoje tá erradão. Rayane surtou pra caralho, mas nós vamos ver isso mais tarde, fechou? - Cabelinho olhava ao redor calado.

L7: Tá tranquilo... Que ajuda...? - Ele falou meio assim e eu suspirei.

Bella: Pode coloca ela no quarto? Preciso arrumar isso aqui antes que a mesma acorde. - Ele concordou e andou até o sofá pegando a Atena no colo. - Primeira porta.

Ele concordou e subiu para o anda de cima.

Voltei a varre o chão.

Cabelinho: A garota morreu. - Fechei os olhos. - Não resistiu. As outras três estão no hospital, mas nada tão grave assim. Agora tu pode me explicar por que disso tudo?

Bella: Tu já deve tá sabendo o que rolou. A garota derramou algo em mim e já veio com piadinha que eu era marmita e puta. Disse que não queria arrumar briga e nem nada, mas a mina falou altas coisas. Rayane não e santa, surta pra caralho, tô ligada. Ela não deixou barato, bateu na garota e eu não ia deixa ela sozinha no bagulho.

Cabelinho: Não justifica te matado a menina.

Bella: Tô ligada. Mas o bagulho da Rayane é foda. Ela é explosiva, quando viu que a menina veio na covardia pra me dá uma facada. Ela não deixou baixo.

Cabelinho: faca?

Bella: É, cabelinho. Uma faca. Ela veio pra cima de uma com uma faca, pô.

Cabelinho: ninguém me falou disso.

fogo e gasolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora