O grande dia chegou e Katherine estava radiante. Seu vestido era longo, com babados delicados que fluíam suavemente ao redor de suas pernas enquanto caminhava. Era branco, com detalhes em rosa suave que se destacavam na peça. A parte superior do vestido era ajustada ao corpo, com mangas curtas e uma gola ombro a ombro, que adicionava um toque de elegância à vestimenta. A saia era ampla e rodada, com camadas de tecido que agregavam volume e movimento. Apesar da aparência delicada da roupa, Katherine havia encontrado um jeito de esconder armas por baixo dele, e Ruby ajudou a arrumá-las de um jeito que as tornam imperceptíveis. Seus longos cabelos ruivos foram presos em um rabo elegante e prático, para que caso ela precisasse lutar, o mesmo não a atrapalhasse. Ela estava pronta, e James logo chegaria para buscá-la.
Na porta da mansão, James esperava a amada trajando um fraque preto e branco e segurando um buquê de flores. Katherine desceu as escadas da entrada e os olhos de James brilharam. Ela parecia tão linda e delicada! James lamentou para si o fato de que ela morava na casa dos Dortaam, que costumavam abrigar vários tipos estranhos. Ele preferia que ela morasse em sua casa, mas ela se recusava a fazê-lo até que se casassem.
Após cumprimentá-la com um delicado beijo em suas mãos, eles entraram no carro que os esperava. Ao chegar no baile, a jovem tentou não se distrair, mas a música alta e os diversos vestidos coloridos ao seu redor a deixaram um pouco tonta. James a conduziu para o centro do salão, onde começaram a valsar tão harmoniosamente que todos pararam para assistir. Ao fim da dança, o próprio rei veio cumprimentá-los e agradecê-los pelo entretenimento.
A noite foi caindo e Katherine não encontrou o infectado. Quase todos no salão eram extremamente pálidos, afinal, era um baile da realeza e estas pessoas jamais sairiam no sol se não fosse estritamente necessário. Ninguém no baile parecia ter os característicos olhos coloridos de um infectado ou marcas de mordida visíveis. Restava conferir os estábulos para encontrar algum animal drenado ou, na pior das hipóteses, um corpo. Katherine precisava arranjar uma desculpa para se afastar de James para iniciar a investigação.
Antes mesmo que ela pudesse pensar em algo, James voltou-se para ela, alegando que precisava tratar de um assunto com o rei e que voltaria em breve. Ela não hesitou em concordar e aproveitou a oportunidade para escapar sorrateiramente para o jardim, onde Elizabeth esperava para ajudá-la na troca de roupas. Após deixar seu vestido com a amiga, Katherine empunhou sua arma e seguiu determinada em direção aos estábulos.
Ao chegar no local, deparou-se com um infectado envolto nas sombras, que drenava cruelmente um pobre cavalo real. Ela mal conseguia enxergar, mas reconhecia o som que o doente fazia ao se alimentar. Sem hesitar, ela apontou sua arma para o homem e falou com firmeza:
— Levante-se, escória!
Sua voz estava mais forte, mais dura, refletindo a coragem que ela sentia. O infectado levantou-se lentamente, limpando o sangue de sua boca com a manga da camisa.
— Eu deveria ter imaginado que vocês viriam, desde que Harry desapareceu.
Ele virou-se e, mesmo com seu rosto ainda envolto em sombras, Katherine reconheceu aquela voz. Era a última pessoa que ela esperava encontrar naquele lugar, seu maior pesadelo. Era James, com a boca manchada de sangue, pronto para atacá-la.
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Éons de Sangue
Vampire"Éons de Sangue" é uma história breve e eletrizante sobre uma caçadora de vampiros que, ao investigar um misterioso vampiro em sua cidade que ameaça atacar a realeza, descobre que seu principal pretendente pode estar envolvido com as criaturas das t...