Canta Canta, minha gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
Que a vida vai melhorar.CANTA CANTA, MINHA GENTE
Martinho da VilaCANTAROLANDO A PLENOS PULMÕES AS SUAS MÚSICAS FAVORITAS DO ZECA PAGODINHO, Caroline estava empenhada na faxina do lar desde o instante que levantou às oito horas da manhã do sábado. Fazia mais de uma semana que havia se mudado para a casa que herdara dos avós e, apesar de já ter organizado a maior parte dos seus pertences e desmanchado quase todas as caixas, notava que tinha muito serviço a ser feito, principalmente relacionados à limpeza do interior e exterior de seu "lar doce lar".
Se equilibrando nas pontas dos pés em cima do braço de madeira do sofá da sala, ela esfregava com força um dos vidros canelados da maior e única janela do cômodo, estando determinada a fazê-lo brilhar como novo. Aqueles que passassem pela rua durante o momento seriam atingidos pela réstia do sol refletida sobre a barriga branca da garota, ou melhor, teriam a atenção desviada para a mesma, já que estava sendo a coisa mais interessante e aleatória acontecendo na vila, principalmente com toda cantoria.
Aos poucos a casa da família Souza Rodrigues voltava a ganhar vida através da nova inquilina e velha conhecida da comunidade ribeirinha da Vila Toré. No fundo Caroline ansiava em terminar o mais rápido possível com toda faxina e arrumação para poder receber os amigos, ser anfitriã em comemorações de feriados importantes e, apesar de não ser religiosa, oferecer sua casa para as rezas como sua finada avó costumava fazer. Enfim, tudo o que desejava era manter viva a tradição da própria família, honrando a memória de seus avós e tudo que significava.
Quando notou que as janelas estavam devidamente limpas sem a presença de gordura, Caroline guardou os produtos e vasilhas utilizados, lavou os panos no tanque e livrou-se da água suja do balde. Apesar de ter muita coisa para ser limpa e arrumada no interior da casa, ela estava incomodada com a sujeira dos jardins. Afinal, assim como a grande janela da sala de estar, era o que atraia atenção daqueles que passavam na frente da residência.
Com um sorriso radiante estampando a face, Caroline juntou embaixo do braço a enxada e o rastelo. Começaria capinando o lote antes de dar início às plantações. Ela tinha muitos planos para o jardim, tendo esquematizado todas as verduras e legumes que teria na horta, além da escolha correta de flores e plantas para decoração. Como uma bióloga apaixonada pela mata atlântica e por botânica, sua prioridade era ter no terreno somente espécies endêmicas da região, abrindo exceção somente para as espécies cultivadas na horta e no pomar.
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𝐑𝐄𝐋𝐈𝐂𝐀́𝐑𝐈𝐎 • 𝑪𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒊𝒏𝒗𝒊𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍
Fiksi Penggemar₊˚✩ ━━━━ 𝐓𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐥𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐭𝐞̂𝐦 𝐮𝐦 𝐟𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞 Criada por seus avós dentro da pacata e pequena vila Toré, Caroline cresceu ouvindo os caiçaras mais velhos contarem inúmeras histórias interessantes sobre as lendas...