Depois de tudo.

384 31 10
                                    

Fazia um mês que não víamos mais aqueles seres rastejantes pelas matas ou cidades. Era estranho. Uma semana atrás, um helicóptero passou sobrevoando a comunidade, e, no dia seguinte, ele estava buscando pessoas e levando-as para uma base do exército. Foi tudo tão rápido, mas fiquei tão feliz que só aceitei.

A base era grande, espaçosa, cheia de soldados armados, com regras e toque de recolher. Muitas pessoas se reencontraram lá, foi lindo de ver. Eu, por outro lado, não encontrei nenhum conhecido.

Zero, por algum motivo, decidiu ficar na mesma barraca que eu. Estávamos mais próximos que nunca; eu até poderia dizer que estamos namorando, mesmo que nenhum de nós tenha feito o pedido. Ele tinha mudado um pouco desde que tudo acabou. Não via Weber há um tempo, o moreno dizia que ele não aguentou e cedeu o corpo para o alter ego.

Fico triste por ele, mas feliz por ter o Zero agora comigo.

— Ei, mulher! — O moreno me chamou, colocando a cabeça para dentro da barraca.

— O que? — Perguntei, tirando os olhos do livro que estava em minhas mãos.

— Eu vou sair em uma busca por suprimentos e outras porcarias, tá afim? — Ele perguntou, sorrindo de lado.

— Não mesmo, pode ir lá. — Falei, voltando a olhar para o livro.

— A gente se vê mais tarde. — Zero disse e saiu dali.

A tarde passou e eu não fiz muita coisa. Li mais alguns capítulos do meu livro, lavei algumas peças de roupa, ajudei pessoas na base e supervisionei a área das crianças, que era tipo uma escola ao ar livre.

O sol já estava se pondo, e eu decidi voltar para a barraca. Cansada, me joguei no colchão de solteiro que estava dentro da grande barraca. Acabei cochilando e fui acordada com o barulho do zíper da barraca.

— Você chegou agora? — Perguntei, meio sonolenta, vendo o moreno tirar a camiseta branca, meio suja de preto, parecia graxa.

— Sim, trouxe umas coisas para você. — Ele falou, se sentando no colchão e me entregando uma sacola. Me sentei também, animada.

Abri a sacola de cor clara, tirando dois livros, pacotes de absorvente e duas calças novas.

— Obrigada! — Agradeci, e ele assentiu, balançando a cabeça. Se remexeu um pouco e levou a mão ao bolso de trás da calça, me entregando um anel brilhante.

— Pra que isso? — Questionei, sem entender.

— O que você acha? — Ele respondeu, e eu ri da sua cara feia.

— Isso é mesmo o que eu tô pensando? — Perguntei de novo, ainda sem acreditar.

— Talvez... — Ele disse, tentando se manter sério, mas um meio sorriso escapou de seus lábios. Sorri e me joguei em cima dele, dando-lhe um abraço.

— Ele parece o seu. — Falei, observando o anel prata.

— Tentei achar o mais parecido possível. — Ele disse, afastando meus cabelos e depositando um selinho no meu pescoço.

Ri boba com a sensação de seus lábios.

Parecia que finalmente as coisas estavam voltando a se encaixar...

— 3 anos depois —

Acordei sentindo um peso sobre meu corpo e abri os olhos, vendo seus fios escuros como uma noite sem luz.

— Mamãe, tá acordada? — O pequenino, que é a cara do pai, me perguntou.

— Tô sim, o que foi? — Perguntei, sonolenta, acariciando seu rosto.

— Papai disse pra você ir tomar café da manhã. — Sorri com sua voz doce. Me levantei, vendo [N/F] sair correndo do quarto.

Me espreguicei antes de descer as escadas. O cheiro bom de bacon impregnava a casa. Adentrei a cozinha, vendo o monumento que tenho o prazer de chamar de marido, de costas para mim.

— Finalmente acordou, achei que ia ter que te puxar pelos pés. — O moreno, em frente ao fogão, usando um avental branco, disse, virando a cabeça para me olhar e dando seu sorriso lindo de sempre.

Ele parecia tão lindo quanto quando eu o conheci, só estava mais forte e gostoso.

— Aqui, come! — Ele falou, colocando ovos e bacon em meu prato.

— Obrigada! — Disse e levantei o rosto, recebendo um selinho dele.

— Eca! — [N/F] disse, fazendo-nos rir da sua expressão de nojo.

Passamos o final de semana em família, vendo filmes na sala e brincando com [N/F]. Nos divertimos à beça.

REVISADO EM JANEIRO DE 2025.

N/A: Muito obrigada por ler até aqui, te convido a conhecer meu perfil e ler minhas outras obras, normalmente voltadas para o público que gosta de anime.

𝗜𝗠𝗔𝗚𝗜𝗡𝗘 - Weber e ZeroOnde histórias criam vida. Descubra agora