Between slaps and kisses - Soukoku (Dazai x Chuuya)

𝕰𝖝𝖙𝖗𝖆

 Chuuya estava na varanda do apartamento em que reside, ele observava o movimento dos automóveis e pessoas, enquanto tragava um cigarro. Ele não era um fumante viciado e o hábito também não era constante, mas fumava quando realmente sentia que precisava desestressar ou simplesmente relaxar. A nicotina o ajudava a se distrair dos problemas ou a desligar-se do mundo ao seu redor, seja das pessoas -muitas delas irritantes- com quem tinha que conviver, pelas enormes pilhas de papéis e relatórios que, muitas vezes, acabavam acumulando em sua mesa -e que em algumas ocasiões levava para casa e passava seus dias e noites de folga trabalhando neles.

 Ele é uma pessoa muito ocupada, quase não tem tempo para se divertir. Antes de assumir o posto de executivo, já tinha muitas responsabilidades, mas elas só aumentaram quando um certo alguém traiu e abandonou a máfia. Então a responsabilidade do cargo vago caiu sobre o colo do ruivo, obrigando-o a deixar de lado seus hobby's e momentos de lazer, para ajeitar a bagunça que o cargo ficou depois da deserção de seu ex-parceiro.

 E falando nele, Dazai Osamu, seu ex-comparsa e colega de apartamento -apartamento esse que mesmo após a partida do moreno, ele se recusou a mudar ou vender-, havia voltado com tudo para seu trabalho e vida pessoal, não por que ele quis talvez. Mas agora eles estão unidos novamente, não por algo, mas sim, por duas lindas gatotinhas que tinham ficado responsáveis. Isso causou uma mudança radical na rotina do Nakahara.

 Ele agora tinha que lidar com escola, brinquedos, dever de casa, comida para mais de uma pessoa, louça em dobro, arrumar a casa, lavar o triplo de roupas, remédios para dor, febre e gripe, plano de saúde, aumento das contas para pagar (não que isso fosse um problema, afinal, dinheiro ele tinha aos montes), tomar conta de duas crianças e um suicida idiota, inconsequente, (que vive desperdiçando bandages) e ainda por cima, tá morando de favor na casa do ruivo. O mais baixo não está reclamando de sua nova rotina, muito pelo contrário, ele se sente muito agradecido -mesmo que talvez nunca admita de verdade em voz alta.

 A vida antes da chegada das gêmeas e depois da partida de Dazai, havia ficado monótona, cansativa, solitária e... vazia, como se tudo tivesse perdido o sentido e o mundo sem cor. Era estranho para ele pensar isso, mas se dissesse que não era verdade, estaria mentindo feio para si mesmo.

 Para Chuuya, uma das melhores partes do dia é quando chega em casa e faz suas refeições com as meninas e elas contam sobre como tinha sido o dia delas -apesar de não dizer, também gosta de ouvir como foi o dia do castanho. Pra alguns é ou perece uma bobagem, mas ele não pensa dessa forma. Imagine que você mora sozinho e chega em casa tarde da noite depois de um longo dia de trabalho, não tem ninguém para lhe dar boas-vindas, perguntar como havia sido seu dia, fazer companhia durante a refeição, conversar, assistir TV, brigar pelo controle da televisão ou até mesmo pelo último pedaço da sobremesa. Essa era a vida que o Nakahara levava, antes delas e depois dele.

 Um tanto solitário, não acha?

 O apartamento que antigamente era grande demais para um, hoje em dia se tornou pequeno para quatro. Principalmente quando a duas crianças no meio.

 A relação do de olhos azuis com o castanho, também sofreu uma mudança, quando digo isso, não me refiro as brigas, discussões, alfinetadas e toda a ladainha conhecida, tudo isso continua igual. O mesmo mi-mi-mi de sempre, Osamu fala da altura de Chuuya, o mais baixo se irrita e ameaça o outro, que fala mais ainda, fazendo ele se irritar cada vez mais e, no fim, os dois acabam saindo em um grande bate boca ou na base da porrada mesmo (bem saudável com certeza e sem sombra de dúvidas).

 Me refiro a sentimentos, afinal, todos estão cansados de saber que esse dois sentem atração um pelo outro desde que se conhecem, só não admitem por conta do maldito orgulho! Mas, aos poucos, isso vai mudando. Eles estão mais próximos, principalmente agora que juntos assumiram a responsabilidade de "pais", o que na humilde opinião deles, vem mostrando-se um precioso e difícil trabalho, que deveria ter vindo com a algum tipo de manual de instruções, mas como não veio e ninguém se despos a explicar, então só os resta, agora, aprender a lidar com esses problemas.