Capítulo 6

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Honey aqui, e peço para que vocês comentem e votem, que isso dá 100% força de vontade a mais para continuar adaptando, então fiquem com a leitura.

Natasha Romanoff

Eu trouxe Wanda para dentro de casa e as duas vieram atrás sem dar um pio, eu achei ótimo, muito bom, elas estavam incomodando a Wanda e como só falar não adiantaria de nada, eu tive que mexer com os instintos de lobos e falar exatamente como uma superior.

Só que durante o processo, eu acabei "machucando" a Wanda.

Ela sentiu uma certa dor, senti-me mal por isso e pedi desculpas, mesmo que não houvesse outro jeito para pará-las.

Na verdade havia, eu poderia facilmente desmaiá-las com qualquer coisa que tivesse disponível se elas não tivessem parado.

- Segundo-Sargento Danvers.

- Capitã-

- Quieta! Sua superior está falando. - Ela bufou e cruzou os braços fazendo uma feição emburrada. - Valkyrie Maximoff.

- Nem vem, foi ela que c-

- Cala a boca você também!

- Viu, agora você entende? - Valkyrie perguntou em direção a Carol que a ignorava a todo custo.

- Carol, vai colocar um gelo nesse rosto. - Eu mandei e ela foi até a cozinha.

Olho para Wanda que ainda está encolhida em meu abraço, mas parece estar melhor que antes.

- Valkyrie, vai pegar as coisas da sua irmã. - Ela revirou os olhos e estava prestes a rebater. - Anda logo! Isso - Apontei para Wanda - é culpa sua e dela. - Apontei para ela e para Carol. - Carol, ajude Valkyrie também!

Que não se matem durante o percurso...

- Você está melhor? - Perguntei baixo para Wanda para ter certeza e ela assentiu. Vi que as duas já tinham saído. - Quando eu morder você, minha voz nem de qualquer outro alfa será mais incômodo. - Ela levantou o rosto para me olhar com um semblante de dúvida.

- Como assim? Eu sei que não serei afetada por mais nenhum alfa, mas como a sua não será exatamente um incômodo? - Wanda perguntou.

- Será dependendo da situação. - Expliquei. - É de acordo com minhas emoções conforme estou usando-a, acho que só será um grande incômodo como agora quando eu estiver com raiva e for falar com você usando a voz de alfa. Fora isso, estará tudo bem.

- Você não vai fazer isso, não é?

- Eu prometo me controlar bastante. Tem muitas coisas que fazemos de forma inconsciente, por conta dos instintos de lobo, então eu não garanto mas farei o possível. Ok?

- Ok. - Sei lá, eu senti vontade de beijar o topo de sua cabeça de novo e assim fiz.

Vi Carol e Valkyrie vim com uma cara emburrada com as coisas de Wanda em mãos, eu vou matar elas se alguma coisa quebrar.

- Onde é para colocar? - Carol me perguntou e eu apontei para o andar de cima.

- Naquele quarto vazio. - Ela assentiu e foi na frente com Valkyrie a seguindo.

Alguns minutos depois, eu e Wanda começamos a trazer suas coisas também para acabarmos mais rápido.

Wanda e Valkyrie ficaram no closet arrumando as coisas dela, eu e Carol fomos para meu quarto montar a penteadeira dela e também deixar as duas malas dela ali. No closet, só ficará as roupas que ela não usa com tanta frequência e eu já liberei o lado dela no meu armário.

Rasgamos os papelões e logo vimos o manual de instruções, as peças e os parafusos.

Eu já estava com minha maleta de ferramentas em mãos, foi bem fácil até, não era tanta coisa mesmo e nem muito segredo na hora dos encaixes. Decidi não perguntar a Carol sobre o que aconteceu, questão de respeitar espaço? Merda nenhuma, eu vou perguntar quando estivermos com a Quinta Divisão para eu rir melhor.

O vermelho em seu rosto não sumiu, inclusive, eu mandei ela sentar-se no recamier divã para ficar com o gelo no local e ela obedeceu.

Não sou uma Capitã tão má assim, eu me importo bastante com a saúde delas e me preocupo, ainda que isso faça parte da vida delas eu não posso deixar de me preocupar com essas garotas. Principalmente durante as missões que exercemos, deixo completamente o lado "mãe" de lado, se não a missão dá errado por emoções postas em lugares que não devem ser postos.

Com o pôr do sol, eu disse para Wanda e Valkyrie que levaria Carol de volta para o quartel, aproveitei e passei em uma cafeteria para comprar cappuccinos, rosquinhas e bolinhos, Carol ama quando eu faço essas graças.

Chegamos ao quartel com ela saltitante por estar com um cappuccino, seu saquinho com bolinho e rosquinha.

Kate, Carol, Maria e Peggy ficam nos dormitórios do quartel, não exatamente para cumprir escala, mas é porque elas moram aqui.

Inclusive, o dormitório delas é o melhor daqui. Como elas moram aqui, a Coronel permitiu que fizessem pequenas reformas, não exatamente reformas, permitiu que comprassem móveis para melhor acomodação delas.

Elas se juntaram para comprar ar-condicionado melhor, um frigobar, uma televisão e o videogame eu quem dei de presente para elas depois de uma missão bem sucedida.

- Estou em casa! - Carol disse tirando os sapatos e os colocando na prateleira para só aí entrar no dormitório. - A Capitã está aqui também.

Kate estava de fones enquanto lia um livro, Maria estava mexendo no notebook também com fone de ouvidos e Peggy estava vendo "A Caminho Da Lua" na televisão.

O quarto é como um grande retângulo, a cama da Kate vem primeiro, depois da Peggy, Carol e por fim da Maria. Ao lado da entrada, estava a porta do banheiro e televisão estava pendurada na parede de frente para elas. O ar-condicionado fica perto de Maria, por conta da saída de água e porque geralmente Carol sente muito calor. Também tem uma mesa com seis cadeiras, compraram com seis porque não vendia com cinco e disseram que precisavam de um lugar para mim.

- O que aconteceu com seu rosto? - Kate perguntou e Maria tirou os fones para olhá-la com preocupação.

Carol deu de ombros e sentou-se na cadeira em frente a mesa para comer.

- Eu trouxe para todas vocês. - Levantei os quatro saquinhos e o suporte de papelão com os quatro cappuccinos.

Elas se levantaram e vieram sentar conosco para comermos.

- Então Carol, o que aconteceu? - Maria perguntou olhando-a e ela estava com a boca suja de chocolate.

Eu ri e levei o cappuccino até minha boca.

- Vocês não vão acreditar. - Elas olharam para mim. - Quando eu olhei pela janela, Carol estava com uma faca no pescoço da filha do General Maximoff. - As três olharam espantadas para a morena que revirou os olhos.

- VOCÊ ESTAVA COM UMA FACA NO PESCOÇO DA SENHORITA WANDA?

- Antes fosse. - Eu respondi a pequena Peggy. - Ou não, não sei, mas a Wanda não teria machucado a coitada.

- Espera, a senhorita Wanda tem uma irmã? - Kate perguntou e eu assenti.

- Ela tem três irmãos, um gêmeo dela e outro casal de gêmeos, no caso a que a Carol imobilizou é a irmã mais nova. - Mais uma vez olharam para Carol com cara de julgamento. - Você estava muito afim de perder seu emprego, não é?

- Capitã, não está escrito "Filha do General Maximoff" na testa dela. - Ela fez um biquinho enquanto mastigava o bolinho.

- Peste, o que deu na sua cabeça para imobilizá-la? - Kate dando um tapa na nuca de Carol.

Carol soltou um grunhido de dor e alisou o local com a cara emburrada para Kate.

- Eu fui andando até a casa da Capitã - Minha casa não é tão longe do quartel, mas também não é tão perto, diria um a dois quilômetros. - Gosto de pensar enquanto ando, vocês sabem... - Assentimos. Ela tem dessas de pegar o fone e ir até sei lá aonde, simplesmente se deixa ir. - Quando eu cheguei no condomínio, eu a vi e acabei por me aproximar só que eu ainda estava andando atrás dela. - Carol bebeu o cappuccino e balançou o copo ao constatar que acabou. - Foi quando eu ouvi ela te ameaçar, agora eu sei que pode ter sido no sentido figurativo, mas sei lá, meu julgamento foi mais rápido.

- Ela me ameaçou? - Eu comecei a rir. - Como assim?

- Ela ficou dizendo que ia bater em você, quebrar sua cara por estar prendendo a irmã dela como se fosse sua dona... - Prendendo como se eu fosse dona dela? - Talvez eu teria ignorado, se ela não tivesse dito o seu nome todo e simplesmente tirado uma arma da cintura, foi aí que eu reagi e tudo começou a acontecer. - As meninas estavam com a mesma cara que eu.

Desacreditadas.

- Já estávamos na frente do seu portão, eu desarmei ela e ela me olhou sem entender mas ao mesmo tempo com raiva por eu ter feito o que fiz. Meu plano era só imobilizar, interrogar e talvez soltar, mas ela não era uma simples ômega.

- Wanda me contou que ela estava sendo preparada para ser a próxima militar da família Maximoff, acho que já podem imaginar o que aquela ômega pode ser capaz.

- Nós tivemos uma briga bem séria e rápida, eu consegui imobilizá-la, mas depois a Capitã e a senhorita Wanda apareceram, daí quando eu soube na verdade...

- Tremeu na base, né? - Maria perguntou nos fazendo rir e Carol revirou os olhos.

- Sim, você também tremeria se ouvisse que você estava imobilizando a filha do General. Foi por bons motivos, mas até me darem ouvidos...

- Essa marca aí no nariz foi durante a luta? - Eu ri alto quando a menor entre nós, perguntou.

- Não, quando ela percebeu a besteira que poderia dar se ela não soltasse logo, Valkyrie aproveitou a oportunidade para segurá-la e dar uma cotovelada no nariz da Carol. - A Quinta Divisão explodiu em risadas e exceto nossa Segundo-Sargento.

- Isso, podem rir, riem a vontade... Isso que se ganha por defender sua Capitã, na próxima vez eu não vou defender porcaria nenhuma!

- Não fique assim... - Eu coloquei o braço em volta de seu pescoço e a trouxe para perto.

Mexi em seu cabelo.

- É, na próxima vez, só pense bem para não acabar com sua carreira de vez.

- Ah, é! - Eu disse após Kate. - Ela ainda chamou a garota de princesinha mimada.

- Carol... - Elas disseram em uníssono enquanto negavam com a cabeça em direção à ela.

- De certa forma, eu já estava ferrada, eu não temia a mais nada.

Conversamos por mais algum tempo, até que eu decidi ir embora já que as irmãs Maximoff ainda estavam em minha casa.

Eu não sabia se elas fossem querer as coisas que comprei para as meninas, mas eu decidi arriscar e levei para elas.

Assim que passo pelo portão, Sparky já veio para cima de mim e eu sorri com isso, fomos andando juntos até a entrada de minha casa.

Sparky tem a cama dele na garagem, só a comida que eu deixei na parte de dentro para não correr risco de bichos, mas também tem uma tigela de água lá na garagem.

- Onde elas estão? - Eu perguntei e olhei para os lados.

Usei meus sentidos só para ter certeza que ainda estão aqui.

É, elas estavam, ainda no closet.

Deixei as coisas em cima da mesa e subi as escadas, abri a porta e elas estavam pegando as caixas que já estavam todas vazias para tirá-las dali.

- Você tem algum sótão?

- Sim, perto do meu escritório.

- Ótimo, vou colocá-las lá.

- Eu trouxe cappuccino, bolinho e rosquinha, vocês querem?

- Eu estou morrendo de fome! - Valkyrie disse deixando a caixa no chão e passando por mim para ir até a cozinha.

Eu ri baixo.

- Deixa que eu te ajudo a levá-las. - Eu peguei as caixas que Valkyrie colocou no chão. - Vem. - Fui na frente.

Descemos as escadas, Valkyrie estava se acabando com o que comprei, eu e Wanda nos entreolhamos e rimos da cena.

Descemos mais uma pequena escada, logo tinha meu escritório e outra porta a seguir.

Na outra porta, eu abri e coloquei as caixas, Wanda fez o mesmo.

Em seguida, nos saímos e Wanda olhou para a porta do meu escritório.

- O que é aquilo? - Ela apontou para o dispositivo de segurança.

- É um dispositivo de segurança. - Eu respondi. - Só abre com minha voz ou digital.

- Entendi. - Voltamos para a cozinha

Wanda sentou-se ao lado de Valkyrie para comer também.

- Não nos apresentamos formalmente. - Ela disse. - Sou Valkyrie Maximoff.

- Natasha Romanoff.

- Então você vai se casar com minha irmã.

- Amanhã? Sim.

- E vai para uma missão na segunda.

- Vou, meu trabalho é minha prioridade.

- Papai diz que família é prioridade.

- Não sou uma Maximoff. - Eu disse. - Nunca faltei meu trabalho e nem mesmo pedi folga desde que comecei, pretendo continuar assim, uma missão como essa é um grande avanço, não posso desperdiçar essa chance. - Ela riu.

- Você vai pular sua lua de mel por causa de uma missão? - Valkyrie perguntou em um tom sarcástico. - E eu que achei aquilo já não era muito. - Murmurou em direção a irmã que tinha uma expressão neutra no rosto.

Senti incômodo, não sei explicar mas senti.

- Espero que aprenda sobre o que você de fato deve valorizar. - Eu quem ri dessa vez.

- Família... Acredito que são iludidos aqueles que pensam que família é a base de tudo.

- Não é ilusão, ela é a base de tudo!

- Ah, claro, sim, devemos ter como base os principais indivíduos que mais-

Eu parei por um instante.

Não.

- Chega desse assunto, eu vou no pro meu quarto ver algumas coisas, quando acabarem me avisem para eu levá-las.

Não dei tempo de falarem algo, apenas me levantei e fui para meu quarto como disse.

Chegando lá, apenas me deitei com o rosto para o teto e o braço na frente dos olhos.

As lembranças voltaram com tudo em minha mente.

Eu nunca entendi porque faziam isso comigo, nunca entendi nem mesmo porque parecia que minha mãe os acobertava...

Ódio é uma palavra muito forte.

Além de também fazer um pouco mal a nós mesmos, mas por muito tempo eu odiei essa família.

Eu também cresci ouvindo que a família é tudo, só que parecia que eu não estava incluída nesse termo quando estavam todos reunidos, brincando e conversando. Decidi deixar totalmente isso de lado e focar em outras coisas, achar outra base, achar outra coisa para chamar de tudo.

- O que aconteceu com seu rosto?

Minha mãe perguntou tentando tocar-me mas eu me afastei rapidamente.

- Eu acabei batendo contra a porta, só isso.

Quando algo nos marca, acabamos por criar reflexos sem nem mesmo perceber...

Ouvi a porta se abrir e o cheiro de Wanda me fez suspirar.

- Me desculpa. - Wanda pediu enquanto eu tirava a mão de meu rosto. - Natasha, você está bem? Está doendo muito? - Ela segurou meu rosto com as duas mãos e o virou para olhar alguma coisa que eu não faço ideia.

Ela está me tocando? Por que ela está me tocando assim?

- N-não foi nada. - Me afastei de seu toque.

As perguntas adequadas seriam: Por que eu não me afastei? Por que eu não tive reflexo nenhum?

- Natasha...

- Estou ouvindo, pode falar. - Forço-me a dizer.

- Podemos ir, agora. - Assenti.

Tirei o braço de meus olhos e olhava em seus olhos enquanto eu me levantava.

Não sei porque.

Não faço ideia do motivo.

Mas eu queria muito abraçá-la, queria sentir seu corpo, seu calor e ser acolhida por ela.

Era algo absurdamente grande dentro de mim que queria isso.

Só que como de costume, eu fingi não estar doendo o machucado.

Eu fingi não sentir nada.

Eu fingi ter me machucado apenas por ter caído...

Wanda Maximoff

Eu quase passei a noite em claro, só que consegui dormir depois de um chá de camomila.

Como ela não queria fazer uma grande cerimônia, na verdade, a única coisa que essa alfa quer é se casar, ela não está nem aí pro resto e isso me incomoda.

Ela praticamente disse que o trabalho virá até mesmo antes de mim, que tipo de pessoa com uma boa inteligência falaria uma coisa dessas na frente da própria noiva? De fato somos pessoas diferentes que terão que conviver juntas, terão que se adaptar uma a outra e eu realmente estou com receio de ter que me adaptar a ser deixada para segunda opção.

Não que eu esteja reclamando de Natasha, não, eu estou sim! Ela pode ser boa em algumas coisas, mas nas coisas que são cruciais para mim, ela é totalmente o oposto de boa.

Como papai me casa com alguém que não compartilha dos mesmos ideais de família que ele tem? Ele deve confiar bastante em alguma coisa para permitir isso, ele tem muita fé em alguma coisa, não é possível!

Ela parecia estranha depois daquela conversa com Valkyrie, não estranha parecia distante, o assunto não lhe agrada e eu percebi que ela ia dizer alguma coisa, mas se auto interrompeu. Não tem problema nenhum, vamos nos casar, vamos morar juntas, vamos ter uma rotina juntas e eu terei todo tempo do mundo para descobrir exatamente tudo.

Meu pai me presenteou com um vestido longo rosa nude para eu usar hoje, infelizmente não terei meus dois irmãos aqui, isso porque a bonita não quis festa de casamento. Ela quis casar o mais rápido que poderia pelo visto.

Eu acordei reclamando de tudo hoje, o estresse dela passou todo para mim e eu duvido muito que ela esteja assim! Do jeito que é, deve estar na maior paz.

Nos casaríamos a noite, no jardim de seus pais, ela disse aos pais que queria que fosse só para os íntimos.

Agora eu descobri que os pais convidaram uma boa quantidade de parentes dela.

Então isso com certeza tirou a paz dela.

EU VOU CASAR COM ESSA MULHER HOJE, POR QUE FIZERAM ISSO? ELA VAI DESCONTAR O ESTRESSE ACUMULADO DELA EM MIM...

Tá, isso pode ser bom... MAS É RUIM! EU NÃO QUERO SER A VÍTIMA!

Deram duas batidas na porta e meu pai passou por ela.

- Está pronta?

- Com certeza. - Eu disse respirando bem fundo.

Meu pai me estendeu o braço e eu me apoiei nele.

- Vamos.

Saímos do quarto e exatamente na porta que nos levaria para o jardim, lá estava minha querida noiva com a cara menos amigável do mundo.

Ela não estava só um pouco emburrada, antes fosse, ela parecia que ia matar alguém e esse alguém poderia facilmente ser eu daqui há alguma horas.

Natasha estava usando um terno feminino simples, se fosse uma grande festa de casamento, ela usaria a roupa de gala militar.

É tradição alguns militares quando forem casar, usarem o terno militar.

- Romanoff. - Meu pai a chamou e ela virou-se para nós.

Eu vi, lentamente, seu semblante relaxar e ser substituído por um pacífico, relaxado.

Paramos em frente à ela, que estava mais alta que o normal por estar usando saltos.

Meu cabelo estava com as pontas lisas além de minha franja também estar ajeitada, seu cabelo está preso em um coque e na frente estão alguns fios soltos.

Ela está linda.

- Faça-a feliz. - Ouvi meu pai dizer e engoli a seco.

Natasha deu um simples aceno.

Meu pai indicou que eu entrelaçasse meu braço ao dela e eu o fiz.

Ele foi na frente deixando-nos a sós.

- Eu vou matar alguém hoje.

- Contanto que não seja eu e nem ninguém da minha família, faça o que quiser!

- Eu odeio essa gente...

- Talvez você esteja sendo dramática, não? - Seu olhar encontrou com o meu e eu pude ver a fúria passar por eles.

Se eu não era um dos motivos de seu estresse, agora eu entrei para a lista.

Eu realmente preciso dopar essa alfa!

- Wanda Maximoff? - Murmurei "hm?". - Para o bem do nosso casamento, nunca mais repita isso. - Ela disse tão calma e séria que eu pude sentir meu corpo tremer.

Antes que eu respondesse algo, ouvimos o som de teclado e nós entendemos que era para entrarmos.

As duas, AS DUAS, fingiram que tiveram a melhor conversa do mundo e forçaram sorrisos para os convidados enquanto passávamos para ir até o Juiz.

Bem lá na frente, estavam meus pais e Valkyrie, do outro lado, estavam os pais da alfa e um casal, atrás deles estavam a Quinta Divisão, Kate na ponta seguida de Carol, Peggy e Maria, o restante eu não faço ideia de quem sejam.

- Podemos começar? - Assentimos. - Quem dirão os votos primeiro? - A energia ali estava incrível, vocês não fazem ideia.

Eu queria rir, mas eu queria rir tanto.

- Nada de votos, pulemos logo para o "eu aceito." para isso acabar de uma vez.

Ela falou tão séria que eu vi o Juiz, que era um ômega, tremer.

Eu posso estar maluca, mas seu olhar preocupado sobre mim parecia estar me desejando sorte

- Ok, certo! - Ele disse. - As alianças, por favor. - Natasha pegou a caixinha no bolso do paletó e entregou para ele.

As alianças eram de ouro, ele as olhou e virou a caixa para nós.

Eu peguei a maior e segurei sua mão esquerda.

Meu nome estava na parte de dentro da circunferência.

- Você, Wanda Maximoff, aceita Natasha como sua esposa? Prometendo priorizá-la acima de tudo, prometendo cuidar dela e prometendo ser paciente?

- Sim, eu aceito. - Coloco a aliança em seu dedo anelar. - A partir de hoje, iniciaremos uma nova vida juntas e eu prometo priorizá-la, estar ao seu lado independente do que aconteça, ser fiel à você e respeitá-la.

- Você, Natasha Romanoff, aceita Wanda como sua esposa? Prometendo priorizá-la acima de tudo, prometendo cuidar dela e prometendo ser paciente?

Paciência é uma virtude.

Natasha pegou o anel na caixinha e pegou minha mão esquerda.

- Sim, eu aceito. - Ela colocou a aliança em meu dedo anelar.

Vamos ouvi-la mentir sobre prometer me priorizar.

- Hoje, faço de você minha esposa, até que a morte nos separe. - A alfa dizia olhando para mim. - Prometo ser paciente. Prometo ser cuidadosa. Prometo apoiá-la. Serei fiel à você e sempre a respeitarei. - Cadê? Está faltando algo... Ela soltou um suspiro baixo. - E eu prometo priorizá-la acima de tudo. - Nós duas sabemos que isso é mentira.

Mas por que diabos ela falou de um jeito que me passou tanta certeza? Essa alfa deveria ter tentado a carreira de atriz.

- Pelo poder investido em mim, eu as declaro casadas.

Aquele negócio dourado ao redor de meu dedo de repente pareceu tão pesado e frio.

Eu estou oficialmente casada com Natasha Romanoff

(...)

Depois de fazermos cena para um monte de gente, algumas nós realmente fomos receptivas sem fingimento tipo: A Quinta Divisão, a minha família e eu conheci a Coronel e a esposa da Coronel hoje.

Melina e Agatha, percebi que Natasha parecia sentir uma certa admiração pela Coronel e um carinho enorme pela esposa dela, essas pessoas que citei foram as únicas, AS ÚNICAS, que ela não falou contragosto.

Acredito eu que aqui tenha os dois tios paternos com as esposas e os três filhos alfas, o mais velho se chama Nathaniel Romanoff que é irmão do Nathan Romanoff e a outra prima, filha única como Natasha, se chama Wendy Romanoff.

Agora o sobrenome dos primos por parte de mãe, eu não faço ideia e nem ela deve fazer questão que eu saiba.

Mas por parte de mãe, sua mãe tem um casal de irmãos. A irmã dela tem dois filhos, uma ômega e um alfa, já o irmão tem dois filhos sendo os dois alfas.

Alfas são predominantes nessa família pelo visto.

No total são exatamente oito tios, contando com seus parceiros, e oito primos, dezesseis pessoas, eu tenho certeza que isso que ela sente não é por uma categoria em específica, sabe aquela frase "Eu não odeio mais tal pessoa, eu odeio todo mundo igual." É ela, é totalmente ela.

Por muitas vezes tive que apertar seu braço ou mão para lembrá-la de que estávamos em nossa "festa" de casamento.

Agora estamos sentadas, jantando e ela a todo momento, todo mesmo, fica olhando aos arredores.

Por que ela está tão em alerta em uma comemoração familiar?

Tirando um pouco o foco de nós, eu vi a troca de olhar nada boa de Carol e Valkyrie, minha irmã não contou nada ao nosso pai até porque em partes, ela dava razão a Carol tê-la imobilizado. Não é normal ouvir alguém ameaçar sua Capitã e ficar de boas, foi certo ela ter reagido daquela forma, Valkyrie realmente poderia ser uma criminosa.

Meu pai até mesmo percebeu e a questionou, Carol do outro lado, ficou um pouco apreensiva com o que Valkyrie estava falando com meu enquanto a olhava. As meninas não perderam a oportunidade e ficaram o tempo todo caçoando de Carol, até mesmo quando meu pai foi cumprimentá-las elas pareciam querer rir e ele não entendia nada.

- Eu quero ir embora. - A alfa disse bebendo um pouco de vinho.

- Vamos daqui a pouco. - Realmente vamos, ela tem que descansar para a missão de amanhã.

Ela adorou poder ter essa desculpa para sair logo daqui em pouco tempo.

- Não quero que tenha nenhum tipo de vínculo com esse povo, principalmente com os filhos dos meus tios.

- Seus primos? - Natasha revirou os olhos. - O Nathaniel Romanoff parece ser legal. - Ela forçou uma risada e negou com a cabeça olhando em direção aos primos que estavam conversando entre si com uma taça em mãos.

Eles olharam de volta para ela e ergueram suas taças.

- Vamos embora? - Perguntou me olhando um pouco séria. - Já está tarde mesmo, nem sempre as noivas precisam ser as últimas a saírem. - Eu vou ser sincera, nem mesmo eu estava querendo continuar aqui.

Não que eu não tenha exatamente gostado de sua família, nem teve como dar um julgamento porque minha esposa não me deixou sozinha com eles em momento nenhum. Sua mãe pediu que eu ficasse para conversar com suas tias, mas Natasha não deixou, só, não deixou.

A única hora em que ela não se importou em eu estar longe, foi quando foi até a mesa das meninas e da Coronel, enquanto eu estava com minha família.

Quando um de seus primos tentou aproximar-se de mim, meio que me puxando para ir até a roda deles, Natasha surgiu do nada e o impediu dizendo que ela queria minha companhia.

Se o restante da minha família tivesse aqui pelo menos...

- Vamos? - Ela perguntou de novo e eu assenti.

Nos levantamos e fomos até nossos pais.

- Nós vamos embora, amanhã tenho um compromisso cedo e também quero ir para casa. - Achei que ela fosse ser mais sincera, isso já basta.

- Mas ainda está cedo. - Sua mãe insistiu. - Nem mesmo a vi com seus primos.

- Prefiro a companhia de minha esposa, nada além disso.

- Certo, então, boa missão amanhã...

Nos despedimos de todos e fomos para seu carro.

O caminho foi em total silêncio e de vez em quando eu a ouvia soltar longos suspiros, parecia estar acalmando a si mesma.

Não demorou muito para chegarmos, agora, em nossa casa.

Não foi surpresa Sparky me receber com pulos e algumas lambidas, ela disse que veria algo em seu escritório, eu decidi ir tomar banho para tirar essa roupa e descansar.

Enquanto tomava banho, me perguntei se ela fosse querer algo hoje, fiquei pensativa sobre isso, ambas agora tinham o direito de pedir pela consumação do casamento. Eu me senti um pouco nervosa e ansiosa. Passei o dedão em minha aliança e meu coração parece ter errado uma batida, eu estava ficando ofegante e com uma dor chata em meu estômago.

Quando eu sai do banheiro, de roupão, eu a vi sentada, um pouco inclinada para frente, na ponta da cama com as mãos entrelaçadas na frente do rosto. Seus olhos se encontraram com os meus e desceram por todo meu corpo, eu senti meu rosto esquentar.

Natasha se levantou e pareceu caminhar em minha direção, mas ela apenas passou por mim e entrou no banheiro.

Eu me vesti com uma roupa leve e sentei-me em uma das poltronas.

Não demorou muito para ela sair com os cabelos um pouco molhados e também com um roupão, ela abriu o armário pegou uma muda de roupa e se vestiu no banheiro.

Natasha olhou para mim e soltou uma risada nasal.

- Não se preocupe esposa, eu troquei o colchão como você pediu. - Ela disse.

Eu realmente tinha me esquecido dessa exigência que fiz.

- Eu cumpri o que você praticamente mandou, exigiu, só que você-

- Eu me demiti exatamente naquele dia. - Eu disse interrompendo-a.

Sua expressão continuava séria.

- Bem, agora estamos quites.

Natasha desfez a cama enquanto eu estava lá, olhando-a.

Ela deitou-se e indicou com a cabeça que eu me deitasse ao seu lado.

Eu caminhei até lá com os braços cruzados e também com o semblante sério.

Sentei-me perto dela e ela me puxou para ficar entre suas pernas encostada em seu peito, eu estava de costas para a alfa portanto eu não poderia ver quaisquer expressão que ela fosse ter a seguir.

- Eu vou te dizer algumas coisas e espero que não me interrompa. - Ela colocou o queixo em meu ombro e apertou-me mais contra si. - Sei que deve estar pensando que mandei você se demitir simplesmente porque a quero em casa, como um pássaro na gaiola, mas não é nada disso. - Eu engoli. - Agora, você não é mais Wanda Maximoff, é Wanda Romanoff.

É.

- Amanhã, eu vou sair para uma missão importante, assim como sai para várias outras e sabe o que todas me dão em comum? - Eu neguei. - Inimigos. Todas me dão inimigos. Todas elas me colocam em mais uma lista de criminosos doidos para me matarem, e sabe o que vai acontecer quando souberem que eu me casei? Você se tornará um alvo para que tentem me atingir. - Eu estava a ponto de me desesperar. - Além de minha esposa, você é filha de um General, acha mesmo que não vão tentar algo contra você? Eu não quero que trabalhe porque eles vão saber exatamente a hora que você pisar lá fora e a hora que você virá para casa, e é numa dessas que você corre o risco de ser sequestrada.

Eu não tinha parado para pensar em nada disso.

- Eles estudarão toda a sua rotina para esperarem pelo momento exato para enfim te capturar, e mesmo que eu ainda te ache depois, não há garantia que eu vá achá-la viva ou completamente bem. - Ela continuou a me apertar contra si, ela sabia que eu estava nervosa com isso e estava tentando me transmitir calma. - Não me importo de você querer ir ali ou aqui, não quero que viva presa dentro de casa, nunca foi sobre isso, as únicas coisas que vou te exigir é que leve o Sparky para onde quer que você vá sem mim e sempre me avise quando for sair, fora isso, eu não exijo mais nada.

Eu respirei fundo e fechei os olhos.

- Eu o treinei para protegê-la, tudo o que fiz e ainda farei será unicamente para a sua proteção, porque agora você é a pessoa mais importante da minha vida e eu preciso protegê-la a todo custo. - Sua mão se entrelaçou a minha e ela beijou o topo de minha cabeça. - Eu vou protegê-la, Wanda, nós vamos protegê-la.

FIM DO CAPÍTULO

OLHA SÓ! O tombo do povo q julgou a coitada da minha bebê... Lamentaveldiverdadi

Não haver festa de casamento foi proposital, porque elas não se amam, no máximo sentem um desejo e carinho uma pela a outra mas não há amor ainda. Por isso, eu fiz desse jeito. Festa de casamento, ao meu ver, é a comemoração da união do casal, comemoração porque todos estão felizes, inclusive o casal. O que não é o caso das nossas protagonistas, elas estão se casando contra a própria vontade sendo assim seria uma felicidade forçada mesmo que tenham criado um pequeno laço, ainda não é um laço tão grande a ponto delas ficarem felizes por estarem se casando.

Paixão é paixão, amor é amor.

Desejo e paixão estão ligados porque ambos são momentâneos, ambos não tem uma raiz certa porque ela pode simplesmente acabar de uma hora para outra, sem mais nem menos porque na maioria das vezes ela busca atração física.

Por isso "Eu me apaixonei só de olhar para você..."

Amor não, amor é literalmente sobre aquilo que você pode suportar, sobre aquilo que você pode mudar em si mesmo, tudo isso para manter a pessoa do seu lado. Você sempre busca se tornar alguém melhor para aquela pessoa e alguém que mereça o amor que ela está lhe dando.

Como diz o Olaf: Amor é sobre colocar as necessidades de alguém acima da sua.

OBVIAMENTE NÃO SEMPRE, mas quando necessário

Captain Romanoff | Wantasha (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora