2. Confissões?

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Odeio acordar cedo. Todos os dias quando me levanto meus olhos parecem inchados, meus ossos parecem travar e meu cabelo amanhece cheio de nós. Pareço um despertador na minha casa, não consigo me arrumar sem fazer barulho. As gavetas de meu guarda-roupa e armário fazem questão de baterem mais forte. Meus passos ficam mais pesados ​​e o ninho de passarinhos ao lado da árvore de casa começa a cantar.

Toda manhã ás 6h50 saio de casa para escola, é uma boa caminhada, , a brisa praiana me faz desestressar e logofico de bom humor. Logo que chego a primeira coisa que vejo é o mural. A maioria dos papéis estão rasgados, as pessoas leem como fofocas que ainda não foram tiradas, todos sorrindo e cochichando.

E bem destacado está a de Carmem. Como imaginei com a mesma cor neon no papel marcado com um beijo.

- Não é novidade Carmem ser viciada.

A mão de Olivia toca meu ombro. Ela morde os lábios e se aproxima ainda mais do papel, apertando os olhos. Olivia tem problema de visão desde criança e não renova seu óculos a mais ou menos uns quatro anos, me cansei de brigar com ela para fazer um exame de vista, pfff.

- É, eu sei. – o vento chicoteia meus cabelos, atrapalhandominha visão especifica de Olivia. – É claro, que como sempre ela veio me acusar.

- Típico dela. – ela coloca as mãos na cintura e em seguida ajeita as alças de sua mochila. – Ela vai fazer isso de novo, com certeza. - Olivia está com a calça jeans toda rasgada, umablusa rosa claro com o mapa mundi, os cabelos lisos desgrenhados com a típicatiara de trança sintética e com as mãos cheias de anéis- eles não podem faltar emseus dedos.  - Não sei qual é o seu tipo de ódio por ela... mas não é tão forte assim já que namora com o irmão mais velho dela. - Olivia silaba.

Na verdade não estava nos meus planos participar da família ignorante de Carmem, e nem ser indicado por garotos de fora como ''a namorada de Gael''. Não, isso estava nos meus últimos planos há seis meses. Porém, cá estou eu, namorando o irmão da garota que menos gosto em toda cidade, e ainda tendo que suportar todos os olhares dela para mim quando vou em sua enorme casa. Todas as circunstâncias raciocinadas me refletem minhas próprias atitudes.  

Eu e Olivia caminhamos pelo pátio até a saída. Todos parecem nervosos para saírem logo da escola, pois as conversas surgem de um jeito inesperado quando todos começam a se retirar. Isso já se passa das cinco da tarde, somos todos alvoroçados para correr para casa, e por sorte esse meu último ano na escola. Logo mais não precisarei sentir dores de cabeça recorrentes e nem me preocupar com provas do ensino médio, entretanto, assim que sair daqui serei uma desempregada. Ou seja, terei que me mexer o mais rápido possível para passar em uma faculdade e ir para um trabalho. Não posso ser o tipo de pessoa que fica dependente de pessoas pelo resto da vida, e que fica morando com os pais mesmo depois dos 30. Para isso tenho uma lista do que fazer depois do ensino médio. É uma lista curta e concreta.

1)Estude feito uma desesperada.

2)Passe em uma faculdade.

3)Estude e trabalhe.

Tudo tem que ser com forme o esperado.

As únicas coisas que fazem movimento nas ruas somos nós, estudantes. As pessoas da minha escola parecem serem obcecada por cores fortes, ao longe vejo algumas mochilas laranjas. Eles estão amando laranja esse ano. Olivia está com uma mochila azul. Quem realmente também posso reconhecer de longe, mas sendo pelos desenhos nela. Tem um arco-íris, cachorro, gato e um desenho de uma mala, artes de um primo dela quando veio para sua casa.

- Sabe o que quero fazer quando sair daqui? – Olivia fala, comendo um pipoca doce.

- A-hãm. - ela ignora minha concordância e começa se pronunciar.

Tempestade de AcáciasOnde histórias criam vida. Descubra agora