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Alfonso Herrera

— Hum... — respondo, esticando os braços e os apoiando no encosto do sofá.

Ela permanece quieta, suspiro e a incentivo:

— Continue.

— Primeira — ela me mostra um dedo —, você sempre vai me tratar muito bem na frente das pessoas. Em nenhum momento vai ser grosso ou me destratar e se alguém o fizer, você vai estar ali, para me defender. Eu sei que no seu mundo manda quem tem dinheiro e eu não quero ser humilhada. A grosso modo, exijo que me respeite. Sempre. Já passei muita coisa na vida, mas hoje, exijo e mereço respeito.

— Que tipo de homem você acha que eu sou, menina?

— O tipo de homem que paga uma universitária para limpar sua imagem. — Sua frase vem como um tapa na cara. — Eu não o conheço, Alfonso. Então, preciso de garantias.

— Certo! — respondo a contragosto, sentindo-me um merda por saber que tem essa impressão de mim. Não que eu seja a pessoa mais simpática do mundo, mas também não sou das piores. Ou sou? Será que é assim que as pessoas me veem? — Não vai ser nenhum sacrifício cumprir sua primeira condição.

— Ok, vamos para a última então.

— Não eram três? — questiono, confuso.

— Agora são duas — desvia do assunto e, sinceramente, nem quero pensar qual era a condição que ela acabou de descartar.

— Você não pode flertar, beijar ou transar com outra pessoa.

Encaro-a por três segundos inteiros, até começar a rir. Liam filho da puta!

— Essa foi boa, menina! Mas diga ao meu amigo que eu não caio — falo rindo, ela continua séria. Aos poucos, sinto meu sorriso morrer. — Isso... Você está falando sério?!

— Sim.

Desencosto-me do sofá, encarando-a.

— Essa condição é absurda.

— Não, não é.

— São nove meses, menina. Nove meses.

— Então é bom que pare de me chamar de menina, porque isso está me...

— Irritando? É, eu já percebi que você é bem esquentadinha. Mas esse namoro é fictício, então não banque a maluca e nem tente mandar em mim.

— Tudo bem, velho da lancha — diz aquela expressão ridícula de novo e eu faço uma nota mental para pesquisar que merda isso significa. — Você me chama de menina, e eu chamo você de tiozão. Perfeito, não é?

Irritada, ela abre a bolsa e tira de lá um pirulito, que ela desembrulha, jogando a embalagem de novo dentro da bolsa e botando o doce na boca. Quando tira, passa a língua nos lábios e eu me obrigo a desviar o olhar.

— Você... — Começo, mas me lembro do que meu assessor me disse e respiro fundo, buscando por calma. — Você vai transar comigo?

Tento mostrar meu ponto, mas, diferente do que pensei, ela não parece ficar chocada com o questionamento.

— Se eu sentisse vontade, não seria um problema. Mas, não vou dar para você só para que não fique sem sexo. Acontece que quando eu falei que você beija mal eu não estava mentindo.

Abro a boca para responder, mas nada sai. Eu... Ela realmente disse isso?

— Não me leve a mal, nem é pela sua idade. — Arqueio as sobrancelhas. Ela realmente me acha velho? Porra, eu sou bonito para caralho! — É só que realmente não rolou química.

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⏰ Última atualização: Apr 02, 2023 ⏰

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