Capítulo II - Dadivas que não pedi

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"Sou livre, livre para ser
Eu não sou outra mentirosa
Eu só quero ser eu mesma, eu mesma"

Lacuna Coil - Falling Again

Minha cabeça ainda latejava, meu corpo ainda estava absurdamente dolorido, e não parecia ser pela pancada brusca que eu havia sofrido

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Minha cabeça ainda latejava, meu corpo ainda estava absurdamente dolorido, e não parecia ser pela pancada brusca que eu havia sofrido. A dor enérgica vinha de dentro para fora, e dominava cada pequena célula, neurônio, músculos e órgão do meu corpo. Era como se meu corpo queimasse, ao mesmo tempo que milhares de agulhas tentavam escapar de dentro de mim, me espetando, me machucando, me dominando de forma agressiva e desagradável.

As coisas na minha mente ainda estavam confusas, especialmente em relação a um pesadelo estranho da qual não me recordo muito bem, mas, eu tinha certeza absoluta que Loki estava nele.

Eu com certeza vou quebrar a cara dessa alienígena filho da puta, assim que me sentir melhor.

Aos poucos, aquela energia quente e dolorosa parece ir se acomodando a mim, se tornando mais amena à medida que finalmente parecia encontrar seu devido lugar em meu corpo, dissipando-se não porque eu havia melhorado e o tormento finalmente havia me dado paz com sua partida, mas sim, porque ela havia me consumido como parte dela.

Abri os olhos com dificuldade, percebendo não apenas que Camila me olhava apreensiva, como agora um outro rosto família também se fazia presente, o de minha madrinha Ania.

Os grandes olhos castanhos pareciam oscilar entre emoções contraditórias. Ao mesmo tempo que parecia feliz, ela também parecia ligeiramente ansiosa, embora em seu tom de voz tipicamente calmo, nada disse fosse perceptível.

— Que bom que acordou, querida. Não imaginei que demoraria tanto a recuperar a consciência. — Ela dizia, deixando transparecer um sorrisinho.

— Porque está aqui, madrinha? — Pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade do quarto hospitalar, antes de apoiar minhas mãos no local onde eu estava deitada, para ter apoio para me sentar.

— Eu tive um pressentimento e te liguei. Seu amigo contou o que houve e eu corri pra cá. — Pude ver a bela mulher de descendência indiana sorrir, enquanto se sentava na ponta da cama. Sua pele marrom era perfeita e viçosa, enquanto os lábios carnudos sempre pintados em marrom ou vermelho destacavam seu belo e gracioso sorriso gentil. O rosto arredondado ornava perfeitamente com os enormes olhos castanhos, e também com cabelos escuros cortados na altura dos ombros. Minha querida madrinha era uma segunda mãe para mim, e ver seu sorriso e sua beleza com clareza, me faziam perceber que minha visão finalmente havia se normalizado completamente, ou talvez minhas lentes tivessem se ajustado novamente na posição adequada em minhas írises.

— Como chegou tão rápido? Pensei que estivesse em Belo Horizonte. — Perguntei suspirando agora que estalava o pescoço, um torcicolo parecia ter se instalado em mim, e o estalar de minhas vertebras me causava alguma satisfação ilusória sobre amenizar tal desconforto.

Lapso Atemporal - Loki FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora