~ Any Gabrielly
PUM
Foi a ultima coisa que eu escutei e isso me causou um medo tremendo. Enquanto acariciava minha pequena barriga as lágrimas vinham sem nem sentir, medo era a única coisa que eu sentia agora e eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, já que eu estava trancada dentro do quarto junto com a minha família e ninguém nos dava notícias. Isso só me agoniava mais e mais. O medo daquele tiro ter sido na pessoa errada, do Josh estar coberto de sangue em vez de Savannah... Ah, a Savannah.
Como ninguém desconfiou dela, como ninguém percebeu que ela estava agindo estranho ultimamente. Taylor estava no canto do quarto, sentada no chão abraçando suas pernas e olhando para um ponto específico, eu não fazia ideia de quais eram seus sentimentos, não conseguia decifrar seus olhos estavam longe como se tivessem perdidos em um lugar muito obscuro.
Me levanto da cama e sento ao seu lado, ela não olha para mim, eu apenas deito minha cabeça em seu ombro e sinto seu corpo todo estremecer, ouço seu choro vindo aos poucos. A abraço e ela chora mais e mais, não consigo ser forte nesse momento e me deixo levar.
- Por que nada dá certo comigo Any? Nada da certo na nossa vida? - diz soluçando. - Primeiro minha mãe, e quando pensei que finalmente seríamos felizes a Savannah vira outra pessoa e tenta acabar com a gente. - eu suspiro. - Que inferno de vida!
- Tay, eu ainda acredito que vamos ter o nosso feliz para sempre.
Continuamos abraçada, me aperto mais nela quando escuto passos. O segurança bate na porta e diz que já podíamos descer, levanto o mais rápido que consigo e corro para fora chorando, esperando ver Josh bem. Quando chego, vejo marca de sangue por tanto canto e não vejo Josh, o desespero bate e sinto minhas pernas bambas.
- ONDE ESTÁ ELE? ONDE ESTÁ O MEU MARIDO? - grito desesperada.
Os seguranças se entreolharam e não falaram nada.
- ME RESPONDE PORRA, AONDE ELE ESTÁ?
- Amor...
Escuto sua voz e me viro para frente, ele estava com sua blusa ensanguentada e uma faixa ao redor de sua barriga, e outra em seu braço. Seu cabelo estava bagunçado, sua boca e sobrancelha com uns cortes. Suspiro fundo, sentido as lágrimas descerem mais e corro em sua direção o abraçando. Até que não escuto mais nada.
Q.T
Acordo em um lugar todo branco, uma agulha estava enfiada em meu braço. Tento me levantar mas sou impedida por Josh, o olho e ele me deita novamente me encarando com um sorriso de lado, fecho meus olhos sentindo meus lábios secos, passo a língua entre eles e logo Josh entende que eu estava com sede. Ele se dirige ao bebedouro e me dá na boca.
- Oi amor, como você está? - pergunta quando termino de beber a água.
- Eu que deveria fazer essa pergunta. - ele dá um risada baixa. - Eu fiquei com tanto medo de te perder... - digo sentindo meus olhos encher de água.
- Xiii, não chora meu amor. - ele beija minha cabeça. - Está tudo bem agora, Savannah sumiu das nossas vidas para sempre. Vamos conseguir ser feliz, sem ninguém atrapalhar ok? - assinto fechando os olhos e pego na minha barriga.
- Ele está bem? - pergunto me referindo ao bebê.
- Sim, porém essa gravidez é de risco por conta do que aconteceu com a Lua. Então você não pode passar mais nenhum estresse e muito menos fazer esforços. - ele coloca a sua mão por cima da minha. - Vamos viajar e passar um tempo longe de tudo e todos, precisamos de um tempo a sós e sair dessa loucura que é a nossa vida.
Me afasto um pouco da cama do hospital e faço um bico, ele rir e se deita do meu lado me puxando para o seu peito.
- E para onde vamos? - olho para ele que me encara.
- Para onde você quer ir? - me pergunta e eu penso um pouco.
- Podemos ir para Turquia? - o encaro.
- Caraca, você foi bem especifica - dou risada e ele beija minha testa. - Podemos ir para qualquer lugar que você quiser meu amor, eu estando com você é o que realmente importa.
- Eu te amo. - seguro seu rosto e dou um sorriso.
- Eu te amo mais. - ele me dá um selinho e volta a fazer carinho na minha cabeça.
Um mês depois...
Istambul é uma cidade perfeita, alugamos um aperto com a vista para o mar e a vibe que ele transmite é de calmaria. Nos primeiros dias que chegamos, apenas ficamos no quarto curtindo a nossa própria companhia, agora são quatro e meia da tarde e estamos nos arrumando para ver o pôr do sol no Estreito de Bósforo. Hoje é o nosso ultimo dia e não poderíamos ir sem ver uma coisa que tantos nos representa, o sol e a lua.
- Já está pronta amor? - Josh pergunta do quarto.
- Estou indo. - termino de prender meu cabelo e saio do quarto.
Ele me vê e abri um sorriso vindo até mim, me dá um selinho e um beijo na testa pegando na minha cintura.
- Você é a mulher mais linda do mundo.
- Obrigada amor. - falo com as minha bochechas coradas. - Vamos antes, que a gente se atrase.
Três meses depois...
Hoje finalmente vamos saber qual o sexo do nosso bebê, não convidamos ninguém, pedimos para Tay preparar um bolo revelando e vamos descobrir aqui em casa. Apenas Josh e eu. Estamos sentados no chão da sala, com o bolo encima da mesinha de centro, tem duas taças mais o celular de Josh que está gravando tudo para assim que descobrirmos enviarmos o vídeo para nossas famílias.
- Está preparada? - Josh me pergunta e eu dou um sorriso.
- Sim e não. - ele rir. - E você?
- Estou com medo. - olho sem entender. - Medo de não ser um bom pai, de não ser um bom marido quando o bebê nascer...
- Eu também estou... - faço um carinho na minha barriga de 4 meses. - Mas tenho certeza que vamos dar conta do trabalho, formamos uma ótima equipe...
- Isso eu tenho que concordar. - ele rir e me dá um selinho. - Vamos logo que eu estou ansioso, já está gravando a um bom tempo.
Cada um pegou uma taça e colocou encima do bolo sem enfiar.
- Não olha Any. - ele segura meu rosto, fazendo eu o encarar.
- Não estou olhando, fecha os olhos. - damos um sorriso e contamos até três.
Enfiamos a taça no bolo e tiramos mas sem olhar.
- Olha agora. - falo e nós dois abrimos nossos olhos.
Azul. É um menino.
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My Dear Teacher ☑️
FanficAny Gabrielly, 17 anos, acaba de passar na faculdade de cinema. O sonho dela sempre foi ser uma diretora de filme. Any foi abandonada no orfanato assim que nasceu. Sofreu muito bullying e racismo no orfanato. Um dia, Eduardo, um homem que perdeu sua...