"Você é horrível! Como se diz meu irmão?"
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Caelum pulou em uma pilha de folhas, espalhando tudo que os aldeões acabaram de juntar pela grana novamente. Uma mulher mais alta, humana, a repreendeu, falando algo sobre bagunça e que ele não deveria desarrumar as coisas assim.
Mas Kamare não estava prestando muita atenção, ele reparava num ninho de pássaros algumas árvores acima, aonde 4 pequenos bicos surgiram atravéz dos galhos, piando e chorando para a mãe os trazer comida.
O príncipe se levantou, passando a mão na frente da blusa roxa para tirar pedaços de folha que haviam caído em si enquanto se levantava e olhava ao redor, revirando os olhos ao ver tantos aldeões humanos, rindo e conversando entre si enquanto Caelum corria entre eles. Caelum sorria abertamente, com a capa de sol balançando atrás dela enquanto corria. A coroa despencando em sua cabeça por ser grande demais fazia ela parar de tempos em tempos para ajeitar aquilo.
Kamare suspirou, queria ir logo para a casa, odiava aquele lugar, aquelas pessoas, aquelas interações ridículas, até mesmo aquela roupa roxa e dourada que sua mãe havia escolhido, por que roxo? Só por causa de seus olhos violetas? Ele odiava aquela roupa, mas era a que combinava com a da irmã, e sua mãe adorava aqueles conjuntos.
Eram ridículos! Já pareciam crianças demais, mesmo tendo 9 anos pareciam ter 6, e constantemente confundiam suas idades.
Sua irmã ficava super sem graça quando diziam que tinham 6 anos, as pessoas ficavam surpresas ao descobrir que na verdade eles tinham quase 10.E parecer criança demais causava situações constrangedoras, criancinhas corriam até ele pedindo para ele brincar de pique esconde, de certa maneira Kamare até gostava, mas aquelas crianças mal sabiam se esconder.
Tinha o fator de que algumas mais velhas (e mais afrontosas) vinham e debochavam de sua escolha de vestimentas, apesar de Kamare não dar exatamente muita atenção aquilo ainda ocorria com certa frequência.
Caelum não sofria desses problemas, ela passava o tempo todo brincando e correndo, sujando suas pequenas mãos enluvadas de terra e folhas, as crianças mais velhas não enchiam seu saco, mas Kamare já pegou algumas dizendo o quanto ela é boba, Kamare não discordava completamente daquilo na verdade...
Apesar de não discordar ele usava essas oportunidades únicas para assustar essas crianças, ele lhe causava pesadelos, apesar de não poder controlar o que sonhavam ele controlava a energia que os circundava ao dormir, ah quanto mais negativa piores eram... O último garoto sofreu uma paralisia do sono bem intensa... Kamare não vai mentir que riu bastante do garoto depois que ele se mijou na cama e ficou sem dormir no escuro por alguns meses, depois disso as pessoas deram mais paz para sua irmã.
Caelum até conversou com Kamare sobre o garoto da paralisia, mas não pressionou Kamare para falar depois que ele começou a fazer voz triste e a ameaçar chorar por estar sendo acusado de fazer aquilo.
A mãe deles não se intrometia, na verdade sua função só era os manter dormindo em suas raízes e os limpar enquanto dormiam, trocando suas roupas, não era escolha deles o que vestir. Quando um deles ficava acordado ela não aparecia, era como o papai Noel, não faz nada para você se você o vê.Apesar dela aparecer em sonhos para eles as vezes, bem, mas bem raramente.
Caelum se aproximou, ofegante, do irmão, com um grande sorriso.
- Mare! Venha brincar conosco! -- ela egurou a mão de Nightmare, fazendo o príncipe torcer os lábios ao sentir a mão suada do irmão.
- Agradeço Cae. -- Kamare esboçou um sorriso, o mais sincero que conseguiu. -- mas vou passar essa.
Dream fez biquinho.
- por favor irmão! -- Caelum segurou ambas as mãos do irmão. -- você corre rápido! Vamos ganhar sem esforço!
- Não Cae, você sabe que eu não gosto de correr. -- Kamare respondeu, e Caelum estreitou os olhos.
- Você está de mau humor de novo? -- ela apertou as mãos de Kamare. -- você deveria ser mais amigável!
- Estou cansado, vou para casa. -- Kamare soltou suas mãos e se afastou da irmã, sem olhar para trás.
Mas apesar de não a ver, ele sentia o olhar de Caelum fincado em suas costas como facas.
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Kamare ficou acordado até tarde, de novo, ele estava limpo, apesar de odiar aquelas roupas, Caelum estava ao seu lado dormindo silenciosamente, toda suja de terra e folhas secas. O príncipe genuinamente queria saber como ela conseguia ficar suja daquela maneira, dava agonia só de olhar.
O de roxo virou o olhar para cima, encarando as maçãs perfeitamente separadas de cada lado da mãe, a luz da lua entrava esbranquiçada pelas folhas da enorme copa acima deles, deixando pequenos feixes de luz batendo na grama. Era definitivamente o horário de Nightmare, o sol, o calor, as nuvens brancas, o barulho, tudo que aguardava aos seres vivos durante o dia incomodava Kamare.
Ele amava fazer caminhadas durante a madrugada, mas hoje não era um dia propenso para isso, considerando que 4 sombras do tamanho de adolescentes se aproximava da árvore segurando um... Isqueiro, supôs Kamare, pelo tamanho e luz que emanava.
Kamare deitou rapidamente ao lado de Caelum e enfiou o rosto no peito da irmã, apertando sua capa com as mãos e sentindo o corpo ficar tenso. Com um suspiro fechou os olhos e assumiu uma posição de sono, relaxando o corpo o máximo que conseguiu.
Ele ouviu os passos, sentia a alma martelando no peito, mas mantendo a respiração calma e pesada, Caelum se mexeu, se encolhendo e apoiando a mão no braço do irmão.
- eles estão dormindo? -- uma voz sussurrou.
- acho que sim. -- outra falou, ainda mais baixa.
- estão bem perto, não acho que seja boa ideia. -- uma voz feminina sussurrou, Kamare encolheu a perna e ouviu eles se ouriçarem. -- e são só crianças, parece uma ideia de bosta isso.
- o bostinha de roxo deu paralisia do sono em metade de nós, propositalmente. -- a segunda voz sussurrou mais alto.
- nem sabemos se foi intencional. -- a garota falou de novo. -- e nem sabemos se se quer foi Kamare.
- chance alguma de ter sido só coicidência? -- a primeira voz falou de novo.
- ah parem com isso! -- ela falou autoritária. -- ele é só uma criança!
- pouco importa. -- a segunda voz falou, e então Kamare ouviu passos se aproximando. -- essa árvore maldita amaldiçoou nossa vila com esse garoto pesadelo, deu o que tinha que dar.
Em pouco tempo as três vozes se calaram e passos rápidos (eles estavam correndo morro abaixo?) se afastaram, Kamare prendeu a respiração e se sentou, abrindo os olhos.
Assim que os abriu ele arregalou os olhos, em poucos segundos ele e Caelum corriam morro abaixo gritando, enquanto cada vez mais as labaredas vermelhas aumentavam, devorando a copa da Guardiã das energias morro acima.
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Nota do autor:
Oi meus caros leitores!
Estou voltando com Pure Negativity, agora sendo um multiverso autoral meu, criado do 0 com histórias originais (e personagens também) baseadas nas originais.
Vai ter personagens originais também, meus.Espero que vocês gostem tanto quanto gostaram da sua primeira escrita!
Deixem a estrelinha -- e comentários também -- pra me ajudar 🥲Enfim! É isso, espero que vocês gostem!
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╬Pure Negativity╬
Fanfiction⭕Capa em produção, até estar pronta estou usando uma arte de @ABYSS34778014 (Twitter)⭕ Um multiverso inteiro pode ter o curso mudado por um único erro, uma única atitude de ignorância pode levar tudo a perder. É claro, sempre foi assim, os humanos...