Deuses E Monstros

217 6 0
                                    

1954, 3 de março. Massachusetts - EUA. Lotus Munroe.

- E aqui nós temos a incrível obra de...

A irmã Margaret explicava com muita paciência sobre obras de pintores famosos, enquanto fazíamos um excursão pelo museu de Artes. Leonard, como sempre, prestava bastente atenção e interagia em nossa aula externa. Analee se mantinha quieta, observando tudo timidamente. Eu, bom, estou sendo apenas eu; cansada de tanto andar, prestando atenção em apenas aquilo que me convém e me agarrando a detalhes dos quais eu acho interessante. Totalmente alheia a turma. Alguns garotos faziam piadas entre si, outros prestavam atenção e as meninas, exceto algumas, só conversavam.

- Senhorita Munroe? - A Madre Helena me chamou atenção, com sua expressão dura e postura rude.

- Sim, senhora? - Assumi minha postura em respeito à ela.

- Onde está a sua boina? - Toquei em minha cabeça, percebendo que não estava lá.

- Ah, eu... Hm, bom, senhora - Abaixei as mãos, decepcionada - Eu esqueci.

- Você por acaso esquece a cabeça em casa... Ou, que tal, a saia? - Suas mãos atadas frente ao seu corpo, me dava mais medo - Parece que não, huh? - Neguei - Então por que esquecer a boina, se é tão importante quanto? Eu já falei, decretei, que a boina faz parte do fardanento de vocês. - Ela se referiu a turma inteira - Então por que vocês não conseguem entender que, quem está sem ela, está com o fardamento incompleto?

- Peço desculpas, senhora, isso não tornará a acontecer. - Abaixei a cabeça e apertei as mãos, com raiva.

- Você sabe que não tolero quando não estão impecáveis, huh? Então, a aula de hoje, você irá perder. - Levantei os olhos, assustada - Siga-me até o ônibus, onde você vai esperar com que terminamos, até voltarmos para o colégio.

- Mas, Madre, essa aula será essencial para as provas da unidade. Não pode dar um crédito apenas hoje? - A irmã Margaret tentou argumentar, mas encolheu os ombros assim que a Madre lançou um olhar a repreendendo.

Suspirei pesado, antes de começar a segui-la e notar os olhares sobre mim. Leonard me olhava penoso e eu dei de ombros, não podendo fazer nada.

Elizabeth Grant

-Vocês não vão fazer isso, eu não estou acreditando...

Blair não parava de tagarelar no meu ouvido, enquanto nos preparávamos para sair de perto da turma para soltar bombinhas no jardim do museu. Os garotos não nos queriam por perto, mas eu me recusava a contunuar assistindo aula, então eu os ameacei. Se não me deixassem ir, eu contaria.

- Olha, garota, eu já estou bem irritado por ter garotas em um plano meu, você ainda fica miando no meu ouvido... Me poupe, eu não sou obrigado a ouvir o seu medo! - Gérard falou, andando sorrateiramente na frente, enquanto nós o seguia.

- Essas garotas só atrapalham, não sei para que vieram. - Julius falou e eu me ofendi.

- Quem está atrapalhando aqui é ela, não eu! - Passei na frente dele e fiquei atrás de Gérard.

Chegamos no jardim e Gérard passou um das bombas para Henri, que acendeu, virou-se de costas e jogou sem nem olhar. Falhou.

- Minha vez! - Tomei uma de suas mãos e acendi, jogando o mais longe que eu consegui.

Quando a explosão aconteceu, todos riram e eu não fazia ideia de onde tinha caído. Saí de trás dos arbustos e vi uma crente com uma garota, assustadas com o que acabara de acontecer bem perto delas. Comecei a rir e elas olharam em minha direção, com expressões de idiotas assustadas.

Lizzy E LotusOnde histórias criam vida. Descubra agora