Cap 003

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~ momentos depois ~

M/N- Eu olho para as marcas pelo meu corpo e choro, eu nunca odiei tanto uma pessoa, eu odeio o Ezequiel Reficco, eu irei fazer ele pagar por tudo que fez comigo, com a minha mãe e com meu irmão, eu vejo o mesmo sair do meu quarto e eu corro até o banheiro, ligo o chuveiro e me jogo dentro do box, eu pego a esponja de banho e começo a esfregar pelo meu corpo, esfregar e esfregar até sentir a minha pele arder como se estivesse em chamas, depois que chego ao ponto que eu queria, eu sento no chão e começo a chorar, eu olho para o sangue escorrer da minha parte íntima e isso me dá mais ódio, eu não aguento mais, eu prometi aguentar toda essa merda pela minha mãe e meu irmão, mas eu não aguento mais, eu já ultrapassei o meu limite

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, saí do banheiro e fui até a porta, eu a tranco e eu boto a chave em cima do criado mudo, abro a gaveta e eu tiro de dentro dois frascos cheios de remédio que eu nem sei qual é o nome, eu pego o meu estilete e um baseado, caminho até o frigobar e eu pego uma garrafa de vodka puta, jogo tudo isso na cama e pego os post-its para tampar as câmeras, saio tampando todas as câmeras e depois pego as coisas e me tranco no banheiro, eu sento no chão e pego o meu diário e começo a escrever nele, esse diário ganhei do meu primeiro amor, que ganhou da minha mãe, ele disse que era uma coisa muito importante para ele e pediu para que eu ficasse, idiota, fez com que eu me apaixonasse por ele e depois ele deu um chá de sumiço, na verdade ele sumiu do radar, até hoje não tenho notícias dele, ele foi o único que me entreguei de corpo e alma, agora só tem a alma esperando que alguém a pegue e faça de suco e depois misture ele com outras bebidas…

Depois que eu termino de escrever tudo, eu abro a tampa da vodka e dou uma golada, eu acendo o baseado e fumo até sentir a minha cabeça girar, tiro da minha boca e solto a fumaça, dou uma tragada no baseado e depois deixo de lado, olho para o teto tentando conter as lágrimas, mas antes disso, ouço alguém tentando empurrar a porta do quarto, ouço a voz do Kapov, do Ezequiel, de um dos seguranças e de outro homem, essa voz me parece familiar, eu nem tenho tempo de pensar, pego um dos frascos e derramo tudo em minha boca, eu pego o outro e derramo mais uma vez, depois de alguns segundos pego o estilete, ouço a voz do Kapov mais perto, ele já deve estar dentro do quarto, levanto o bagulho da lâmina e passo com força pelo meu pulso, faço isso uma segunda vez e jogo o estilete para o outro lado, fico olhando o sangue escorrer pelo meu pulso, "vermelho é uma cor muito linda, ela lembra sangue e temos que amar sangue, Maia, faça isso ou você irá ver a sua cor favorita escorrer pela sua pele" maldita, ela me transformou no que eu sou hoje, eu a odeio também, eu odeio o Ezequiel, odeio o Kapov, odeio a minha vida, odeio todos e odeio principalmente a Fernanda

Fico tentando não fechar os meus olhos, eu pego a garrafa de vodka e eu tomo mais um gole, e mais um, e mais um… me sinto em uma escuridão agora, não, não é uma escuridão e sim o fundo de um oceano ou mar, eu olho para os lados e vejo tudo vazio, me debato e tenho nadar para a superfície, mas não consigo, tento outra vez e nessa eu desisto, fico parada vendo eu mesma afundar até o fundo, até que eu ouvir uma voz masculina de longe, tento não focar nessa voz, ouço ela de novo, abro mais os meus olhos e sigo a voz…

Abro os meus olhos e fecho de volta por conta da clareza, depois que eu me acostumo, eu abro de novo e vejo um quintal grande, uma menina de mais ou menos 03 anos sentada em cima de um pano de piquenique, tem um homem meio que deitado ao lado dela, ele está sorrindo e está pintando um desenho junto com ela, eu tento prestar atenção no homem e na menina, uma coisa me chamou muita atenção na menina, o colar, aquele colar eu reconheço, é meu colar, o colar que eu ganhei do Alex… o homem vira para trás e olha para mim sorrindo, a menina também vira, ela se levanta e corre até mim sorrindo, o homem também se levanta e vem até mim, eu fico parada olhando para eles dois, até que eu sou puxada por alguém e eu acordo em uma cama de hospital

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