96. Inevitável

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Lee Minho




- Acho que Felix já deu a notícia que a avó dele está aqui. - Changbin sorriu sem graça enquanto encarava a mulher bem vestida sentada no sofá daquela mansão, que diga-se de passagem, não é meu lar e nunca será.



- Jisung deveria ficar feliz em me ver já que faz tanto tempo desde a última vez. Acho que ele já se acostumou com a nova família e a nova vida. - Fez uma expressão de desgosto. - Diga, Changbin, você trabalha com o quê?



- No momento eu estou trabalhando em casa. - Sorriu sem graça mais uma vez.



- Interessante, então vocês montaram um escritório aqui? Em que área você trabalha?



- Sou designer, fotógrafo e faço publicidade por meio de redes sociais e essas coisas. Mas às vezes surge trabalho como motorista. - Deu de ombros. - Até eu terminar minha faculdade, é isso que farei.



- Entendo... - Analisou meu pai da cabeça aos pés. - E qual faculdade você está cursando?



- De música. - Respondeu e a mulher começou a rir.



- Música? Espera conseguir algo com isso? - Arqueou uma sobrancelha.



- Na verdade, senhora não sei o que... Meu pai é um excelente rapper e tem ótimas composições. - Sorri falso em sua direção e me ajeitei na poltrona. - Ele é bom em tudo que envolve música.



- Mas não é o bastante para se manter uma família. Não me impressiona que Felix esteja bancando todos os luxos do marido e dos enteados. - Riu exageradamente e ajeitou a postura. - Felix sempre foi um desesperado por amor, sinceramente não estou surpresa.



- Olha só... - Changbin começou a falar mais o barulho de passos nas escadas o interrompeu.



- Felix! - A mulher se levantou. - Agora que estou reparando em você, não mudou nada desde a gravidez. - Sorriu falso.



- E você ainda não adquiriu o chocalho de cascavel. - Felix devolveu o sorriso e adicionou uma piscada.



- Como disse?



- Nada. - Revirou os olhos e se sentou ao lado do meu pai no sofá.



- Não ouviu? Então deixa que eu repito para a senhora. O meu querido pai disse que você não adiquiriu ainda o seu chocalho de cobra peçonhenta, vovó. - Jisung cruzou os braços e se manteve em pé ao lado da poltrona que estou sentado.



- Você é igualzinho ao meu filho. - O olhou da cabeça aos pés que nem fez com Changbin. - Só que tem a língua grande que nem a do seu pai Han Lee.



- O que a senhora faz aqui e o que quer? Tenho a impressão de que você não é muito bem vinda a esta casa. - Questionei e me impedi de pegar a mão de Jisung.



- E quem é você? Filho do Seo ou herdeiro Han Lee? Qual o seu papel na família? - Perguntou e eu me calei. - Eu também não sei exatamente o que estou fazendo aqui. Felix me ligou ontem de madrugada me perguntando se a oferta de levar meu neto para morar comigo ainda estava de pé. Disse algo sobre estar preocupado com a conduta de alguém e no que isso o levaria. - Me analisou com cuidado. - Não sei quem pode ser, estou vendo dois com uma conduta péssima. - Analisou meu pai.



Assim que ela terminou de falar e Jisung estava prestes a retrucar, Sophia desceu as escadas com o cabelo bagunçado, bocejando e resmungando.



- Agora eu estou vendo três. - Estreitou os olhos para a menina.



- Três o que? - Sophia franziu o cenho ao ver a mulher ali. - E quem é você?



- Eu sou a avó do Jisung. E você deve ser Sophia, Changbin me falou de você brevemente. - Se levantou do sofá. - Ela é muito bonita. Uma pena que desperdice a beleza que tem se enchendo de porcarias e sendo ensinada a ir atrás de sonhos vazios como o pai. - Suspirou parecendo desgostosa. - Mas prazer. - Sorriu falso e voltou a se sentar.



- Eu já ouvi falar de senhoras de idade como você, querida. - Sophia devolveu no mesmo tom. - Muito dinheiro, pouco senso de moda e o pouco tempo de vida que lhe resta sendo desperdiçado cuidando da dos outros... Mas adorei a dentadura. Quanto será que lhe custou? - Sorriu falso e entrou na cozinha.



- Ela é minha irmã. Péssima conduta também, seja lá o que isso significa. - Pisquei e Jisung começou a ir.



- Você realmente está com grandes problemas, Felix. - A senhora comentou.



- Só o Minho. - Jisung apontou para mim e eu fingi querer morder seu dedo.



- Seu filho não era assim. Me lembro muito bem da postura dele antes. Se assemelhava muito com a do meu filho, mas foi só você se casar que ele está agindo como um deles.



- Eu também achei que estava com problemas... Até você chegar e eu entender que o único problema aqui é a senhora. Eu realmente me arrependo de ter te ligado na hora da raiva. Eu não sabia onde Jisung estava, não sabia o que podia acontecer, e confesso que estava fervendo de raiva. Jisung ainda tem dezessete anos e o pai dele vem me atormentando por eu não deixar vê-lo. Eu já teria que deixar Jisung passar uns dias lá, por causa da decisão da justiça, porém, na hora da raiva, achei que seria melhor adiantar essa situação. Eu não tive a idéia de mandá-lo para o pai, apenas tentei adiantar o inevitável, achando por um momento que seria o melhor a se fazer por enquanto. - Felix suspirou cansado e passou as mãos pelo rosto.



- Agradeço por você não ter continuado na família. Sempre te achei fraco e impulsivo demais.



- Seu marido ainda está dando em cima de mulheres ricas e casadas nas viagens de família? Quanto da fortuna que vocês tinham ainda está na conta? Mil?



- O bastante para comprar esta mansão. - Se ajeitou na poltrona parecendo desconfortável. - Bem, eu só vim para buscar o meu neto. Adam não queria ter nenhum tipo de contato com Felix, por isso me mandou aqui. Não se preocupe, querido, você não será mandado para a minha casa, vai direto para a casa de seu pai.



- Como é que é?! - Me levantei em abrupto. - Alguém pode me explicar o que está acontecendo?



...


Heey,

Perdoem o Felix, ele fez uma enorme besteira na hora da raiva? Sim! Mas tentem entender hahaha ele já teria que mandar Jisung para o pai, ele apenas adiantou a situação.

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The Big Problem | Minsung | A.B.O ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora