𝐖𝐀𝐕𝐄𝐒, jaden walton

introduction

antes

jaden walton

o pagode estralando no talo estava deixando as risadas quase imperceptíveis. minha camisa do corinthians já havia sido arrancada faz tempo graças ao calor de 40° graus que estava fazendo

o churrasqueiro nos trouxe mais uma rodada de carne e por mais que o cheiro estivesse tentador, eu e todos os meus amigos permanecemos muito concentrados no jogo de vôlei

era sábado de manhã e eu e os garotos estávamos passando o dia na praia. estava relativamente vazia por ser fora de temporada e me lembrei novamente de agradecer por ter nascido em uma das melhores praias do rio, tendo acesso a qualquer época do ano, a hora que quiser

contratamos um bom churrasqueiro que trouxe todas as coisas necessárias pra assar uma carne para nós enquanto jogávamos um vôlei desajeitado de praia.

javon jogou a bola para mim e a peguei em cheio. minha vez de sacar e me posicionei longe conforme as regras do jogo. apesar do sol mirando em meu olho, tentei jogar a bola com precisão, a melhor jogada possível. o que por ora não foi como eu esperava

por milésimos de segundos minha bola parecia certeira, mas tristan conseguiu errar em cheio na hora de pegar e minha sacada acertou uma garota na cabeça. ela cambaleou mas logo caiu de vez na areia. e feio ainda

corri até ela e os meninos logo atrás. a garota estava caída na areia com a mão na cabeça e olhos fechados tentando raciocinar sobre algo ali naquele momento

— moça, você ta bem?— eu a pergunto, segurando suas costas e a deixando meio sentada. ela abre os olhos e me encara irritada

— VAI SE CATAR, NÃO OLHA PRA ONDE JOGA NÃO?— ela se levantou irritada e limpou a areia dos shorts — você sujou minha roupa inteira

— você que atrapalhou meu jogo — a julguei com olhar — para de ser fresca, é só um pouco de areia

— fresca nunca. estou atrás da cliente que irei fotografar hoje. e agora terei que trabalhar com areia por toda parte

— se é alérgica a areia não deveria fazer ensaios fotográficos na praia — a encaro de cima a baixo

— ah por favor, eu não sou alérgica so não quero trabalhar suja

— e o que eu posso fazer com essa situação?

— devolver a minha bolsa seria bom

abaixei o olhar para meu ombro que carregava a bolsa da moça. corei de vergonha porque me lembrei da hora que fui ajuda-lá a sentar, tirei o peso de seu colo e apenas o coloquei sobre meu ombro

eu a entreguei rapidamente aquele trambolho que ela chama de bolsa e a vejo fazer um aceno com a cabeça. a garota se distanciou, caminhando para o lado oposto

— foi mal por isso — falei um pouco mais alto. ela virou o rosto e deu um sorrisinho

— me desculpa por ter sido grossa com você— ela olhou nada discretamente para o meu calção do bob esponja e novamente coro de vergonha — gostei do short

— obrigada

ela continuou seu percurso e alguns metros depois encontrou com sua cliente que a surpreendeu com um abraço. a garota me olhou uma última vez antes de ir para um quiosque com a outra mulher enquanto conversavam

e eu nunca mais esqueci do quanto ela era linda

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