helena bellezi
faz uns 10 minutos que estou encarando o bilhete. o bilhete que recebi a uma semana atrás, é de jaden e não tenho certeza absoluta de que estou capacitada para ler
o contexto é que estou vestida de noiva, maquiada como noiva, e agindo como noiva, mas porra, tenho 17 anos, e essa parece ser minha vida a partir de agora. falar calma, passiva, sem praia, flores para compensar a dor de um alguém que não consegue controlar o próprio punho
nicolas me ensinou algo. que amá-lo não é suficiente com a sua violência.
e pensando nisso, eu agarro aquele bilhete e o abro tensa. esta escrito
Helena
você é a única na qual eu acordo pensando, pra quem eu corro quando me sinto mal e a melhor amiga que já tive. a vida é boa demais quando você está por perto, eu me esqueço dos problemas quando estamos juntos e acredite, ninguém do passado consegue te superar, você vale muito a pena e eu não sinto que te mereço, te deixei partir, te pedi pra partir porque não era possível acreditar que uma garota como você gostava de mim, você é exatamente o meu tipo de perfeito. obrigada por me amar mesmo eu sendo instável, desculpa pela dor que eu te causei
e lena, assim como as ondas não podem ser lavadas, nossos nomes na areia nunca poderão ser. isso não se trata mais de um adeus, mas sim de um até logo, porque nossas almas sempre poderão estar compartilhando o amor que algum dia já sentimos. em algum momento o destino quis nos cruzar e isso não pode mais ser mudado
algumas pessoas entram em nossas vidas pra nos ensinar lições, e outras com benções, por um período ou por um motivo, mas você é para uma vida inteira.
mas tudo bem, hoje eu aprendi que não era a hora certa. você é única. eu te amo
- ass: jaden walton
obviamente eu não estava sã da cabeça quando terminei de ler aquilo. porque aceitar tão pouco quando do lado de fora há um garoto que faz de tudo por mim, por nós?
— filha, tá na hora meu amor — mamãe diz entrando em meu quarto, calma e paciente
eu assinto, e ainda distraída com muito eu a sigo. ela entrelaça nossos braços e descemos para o andar debaixo. as empresas da casa estão enfileiradas, e quando eu chego à frente delas, todas se curvam sobre mim.
— parem por favor — insisto
— é seu último dia na casa senhora — uma delas diz
— farei visitas recorrentes— aviso. e neste momentos elas param de se reverenciar.
eu gostaria de ter convidado elas pro meu casamento. uma pena que eu realmente não controlo nada nessa droga.
mamae ainda segura minha mão quando caminhamos para o carro todo branco, e o motorista nos leva até o templo mais bonito da cidade
ela posiciona o véu, estava na hora. meu pai me esperava com sua mão estendida, eu a seguro, pensando que ele pode me proteger de algo que está por vir. mas logo percebo algo que tenho pensado durante o dia inteiro.
ele não pode me proteger, ninguém pode. a não ser eu mesma.
eu chorei da primeira vez que recebi um tapa de nicolas. ele estava irritado porque eu derrubei vinho na toalha branca da mãe dele, e quando discutimos, ele me bateu. eu chorei muito no colo da minha mãe depois disso, e me senti protegida
me senti amada, cuidada, ela me segurava e me acariciava com tanta calma. eu sabia que estava sendo protegida. e foi assim, durante semanas na qual eu venho tentando melhorar pra tentar ser melhor pra ele, mas nada basta. sempre a um motivo maior pelo que brigamos
quando percebo isso, já estou na frente do sorriso branco e radiante de nicolas, meu pai se afasta do altar, e o padre começa a dizer palavras bonitas, mas vazias
— Nicolas Armani, você aceita Helena Bellezi, como sua legítima esposa?
— Eu, Nicolas Armani, aceito você, Helena Bellezi, como minha legítima esposa e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe.
— você promete é?— digo séria — porque nem mesmo na presença da minha mãe você consegue me respeitar
a raiva me toma, e tanto nicolas, como o padre, como todos os convidados, estão tentando entender o que estou dizendo
— você quer o dinheiro, quer os negócios da minha família — pronuncio — você me bate! você me maltrata e vá por mim, machuca muito emocionalmente
eu arranco a droga do véu da minha cabeça, e o largo no chão. saio andando, tentando conciliar os saltos e o vestido longo e rodado, não tenho mais nada pra fazer nesse lugar. toda a imprensa, todos já sabem, apesar de que seria suficiente apenas ir embora
ele não vem atrás de mim, quando olho para trás uma última vez, ele está conversando algo com o pai, todos estão meio sem entender o que aconteceu, até o padre está um tanto atordoado.
assim que vejo um táxi passando na rua, eu o chamo. ninguém veio atrás de mim, continuei andando até não saber mais aonde estava. o motorista não entende o porque estou vestida de noiva, e nem tento explicar.
eu lhe indico o endereço, e ele me leva a casa que eu mais queria estar naquele momento. nenhum dos walton apareceu na cerimônia, então imagino que eles estejam aqui. toco a campainha, mas nada. toquei uma segunda vez e nada
o carro estava na garagem então o único lugar possível era a segunda casa da família. saio andando em direção reta por mais ou menos 15 minutos e então, eu chego à praia.
todos encaram com estranheza, e não entendo, mas claro, estou com um vestido maior que eu. na praia, eu olho para todos os lados, e não vejo ninguém familiar
me sento na areia e não faço nada menos do que chorar. eu apenas choro. agora meus pais não vão mais querer me ver, não sei aonde encontrar os walton e não posso pedir abrigo a eles. agora é literal: eu tô sozinha
mas esse era meu destino prescrito, é melhor estar sozinha do que com o nicolas como parceiro
— lena?
a voz familiar me conforta. eu olho para trás e seu olhar encontra com o meu, me levanto e tento correr até ele, de forma desajeitada porque eu estava meio incapacitada
— oi — ele sussurra, tirando o cabelo do meu rosto com delicadeza
— oi
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𝐖𝐀𝐕𝐄𝐒, jaden walton
Fiksi Penggemar𝐇𝐄𝐋𝐄𝐍𝐀 e 𝐉𝐀𝐃𝐄𝐍 estavam destinados a se reencontrar naquela noite. tudo conspirava e o acordo que desfrutou aquele dia mudou para sempre a vida deles. ou quando 𝐇𝐄𝐋𝐄𝐍𝐀 é herdeira de quase todos os bens da cidade, e 𝐉𝐀𝐃𝐄𝐍 é um...