𝐖𝐀𝐕𝐄𝐒, jaden walton

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jaden walton

a claridade da janela fez meus olhos doerem, e os abri lentamente, processando aonde eu estava. minha mãe e meu pai estavam na minha frente, e jayla também. demorei alguns segundos pra processar melhor a informação e entender o porque eles estavam me encarando com dúvida.

eu estava abraçado de forma exagerada com lena. acho que dormimos juntos

— oi mãe — sorrio desajeitado, soltando cuidadosamente o braço de lena pra ela não acordar — beleza?

— o que houve aqui? — ela cruza os braços

— jaden você tá pegando a intercambista? qual o seu problema?— jayla grita irritada

javon solta uma risadinha da cozinha, enquanto comia seu pão de forma. nunca quis tanto ter nascido sozinho como agora

— quer nos contar algo?— meu pai diz

— bom, eu e a helena estamos juntos, faz pouco tempo, mas é forte. desculpa dizer assim

o momento é tenso, e a le despertou na mesma hora.

— gente, o que foi? — ela disse se espreguiçando

— voce namora meu irmão?— jayla perguntou

— não ué, até parece

aquilo sai com tanta naturalidade que eu até me senti ofendido

— amor, não teve jeito não — disfarcei — eles viram a gente juntos, já sabem que estamos namorando escondido

lena arregala os olhos

— ah sim. poxa gente, é isso então — ela fala perdida

— eu apoio — jayla diz — achei que ficaria brava, por não ter ficado sabendo antes, mas a real é que vocês são fofos e combinam muito

— demaiss — javon grita da cozinha de novo. alguém cala a boca desse garoto — a lena toda certinha, o jaden todo errado

— tá vendo né mãe? — eu a olho apontando para javon — depois eu que espanco forte

meu irmão só estava colocando mais lenha na fogueira que já estava alta demais, e pra piorar ele sabia de toda a verdade. só queria ver meu desespero

— eu sou verdadeiro, e você é agressor — javon mostra a língua

— olha jaden eu e seu pai estamos tristes pela mentira. e helena, você tá morando com a gente, seus pais estão longe e você é nossa responsabilidade! por isso se algo acontecer a culpa vira pra nós, entendeu?

— eu entendo sim, tia. eu sou tão grata por ter vocês como meus pais por esse período. e desculpa mentir tá? a gente não fez nada de errado, só estávamos preocupados com uma possível repreensão, por eu morar aqui e tals — lena se explicou — mas agora eu vejo que não precisava mentir

meus pais se entre-olharam, e já no sorriso escondido de meu pai eu percebi que tudo estava bem. eu tenho os melhores pais do mundo

— já fomos apaixonados também, helena — minha mãe diz — está tudo bem minha linda, sabemos que isso não vai mais se repetir

mamae abre os braços, aguardando que lena fosse até lá abraçá-la, e meu pai se junta a elas.

— bom agora chega de sentimentos, o dia é longo! — mamae diz batendo palmas

todos começam a se movimentar pela casa depois dessa ordem. jayla começa a preparar seu café, papai guarda as ferramentas espalhadas pra levar pra loja. eu e lena subimos pra colocar o uniforme da escola, e no meio do corredor ela pigarrei a garganta, chamando minha atenção

— mentiras e mais mentiras. me sinto horrível — ela comenta

— eu odeio tanto quanto voce. vamos torcer pra isso acabar logo tá bom?

— espero que sim. e obrigada por ontem. esse lugar, voce, sua família. não mereço nada disso, é bom demais pra mim

— você merece mais — me aproximo dela, tornando a diferença de altura nossa única distância

— não ...— ela parecia perdida, olhando fixamente para mim

— não? — repito sem ter consciência do que estou dizendo porque estou concentrado demais olhando pra ela

— talvez — ela diz, parece estar no mesmo transe que eu

— é talvez .... eu também talvez — percebi segundos depois que falei tudo errado, mas também notei segundos depois os olhos lindo que a lena tinha. tão grandes e redondos

e sem esperar mais nada, nenhum sinal ou algo, eu a beijei. fazia tempo que eu queria ficar com a lena.

sou um cara de poucos sentimentos, não costumo me envolver romanticamente com ninguém, e a última vez que me envolvi, acabei de coração despedaçado. mas não costumo negar fatos, e o fato que essa garota é linda, eu não nego

ela continua o beijo, e escuto passos se aproximando, mas não a solto, do contrário, eu a pego no colo e entramos em meu quarto, porque além dessa garota pesar o mesmo que uma pena, ele estava logo à frente.

escuto jayla gritando e esmurrando minha porta do lado de fora, mas ignorei.

— LENA EU SEI QUE VOCÊ TA AI! ABRE OU EU CHAMO MEUS PAIS

isso a deixou tensa, percebi em sua postura. lena me soltou e foi abrir a porta.

— cara, vocês são nojentos. não quero detalhes

— a gente não tava fazendo nada sua idiota — falei irritado

— ok agora silêncio — ela me jogou um último olhar irritado, antes de olhar pra lena — amiga, você não sabe quem me chamou no direct

— quem?— lena encostou na cama — a júlia? stace? lavi? david?

arregalei os olhos. jayla me julgou tanto mas quem são todas essas pessoas?

— a lavi — jayla sorriu tímida — ela disse que está livre hoje pra ir na praia. vocês querem passar lá depois da aula? só pra me dar uma moral

além de trabalhar na loja dos meus pais, jayla serve três vezes por semana em um restaure beira mar, que vende peixes e iscas. o lugar é bem caro e todo temático de mar, e só vamos lá em datas comemorativas

— é um encontro? no restaurante? — perguntei

— vamos no encontrar depois do meu turno — ela sorriu dando palminhas animada — vou estar horrível depois do trabalho, lena leva algumas makes?

— obviamente — sorriu

— não sei se vamos, jay — coloquei meu braço por cima dos ombros de lena — como um casal, nós queremos ficar juntos tá?

— ótimo, fiquem na praia — ela sugere, e até que me parece uma boa ideia

— topa lena?

— ótima ideia — ela sorri. eu adoro o sorriso dela

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