You're Simply the Best - Young Royals

Capítulo 14

Erik arranjou um carro para levá-los de volta ao hotel. Wille reconheceu o motorista como Malin, a principal guarda-costas de Erik. Ele cresceu perto de Malin e sabia que ela era extremamente leal a Erik, então sabia que ela não diria nada sobre Simon. Ele pegou a mão de Simon, querendo oferecer-lhe algum conforto até que estivessem sozinhos. Eles passaram a viagem em silêncio, ninguém falando além de Wille agradecendo a Malin antes de fecharem a porta do quarto do hotel. Uma vez que eles estavam sozinhos, Wille levou Simon pela mão até o sofá, sentando-se e puxando Simon em seu colo. Simon enterrou o rosto no pescoço de Wille, envolvendo-o com os braços.

"Você quer falar mais sobre isso?" Ele perguntou, os dedos massageando o couro cabeludo de Simon.

Simon encolheu os ombros, "Eu não sei."

"Tudo bem," Wille assegurou, "Podemos apenas sentar, e se você quiser conversar sobre isso, pode, mas se você não quiser, não precisamos."

Simon cantarolava em seu pescoço, e Wille não tinha certeza de quanto tempo eles ficaram em silêncio, apenas abraçados, até que Simon falou novamente.

"Lembro-me de quando ele costumava ser um pai muito bom", Simon murmurou, "O pai que tocava música comigo e tomava chá com Sara e surpreendia minha mãe com flores quando chegava em casa do trabalho. Então ele foi demitido, eu realmente não sei os detalhes. Eu ainda era muito jovem, mas foi quando as coisas mudaram. Ele não conseguiu encontrar outro emprego e começou a beber durante o dia quando estava sozinho em casa. Não sei quanto tempo ele demorou antes de descobrirmos, só me lembro de voltar da escola e vê-lo desmaiado no sofá.

A respiração de Simon engasgou quando ele disse isso, e Wille beijou a cabeça de Simon em segurança.

"Ele começou a brigar com a mamãe o tempo todo, Sara entrava no meu quarto e nós nos escondíamos debaixo das cobertas quando o ouvíamos gritar. Estar perto dele era como levar uma chicotada, quando ele estava bêbado ele quebrava as coisas e gritava. Tínhamos que manter a medicação de Sara trancada. Lembro que Sara estava economizando sua mesada para aulas de equitação, e um dia eu o peguei em seu quarto, mexendo em seu cofrinho para comprar dinheiro para drogas. Eu o confrontei sobre isso e ele jogou na parede ao meu lado. Mas então, quando ele estava sóbrio, ele ainda era aquele pai que se importava e se sentia culpado, então se esforçava ao máximo para compensar isso, comprando presentes para nós ou nos levando para o que ele chamava de 'dias com o pai'. Seria algo especial como um filme ou o fliperama, como se isso compensasse o fato de termos que andar constantemente na ponta dos pés, não querendo fazer algo para provocá-lo. Tivemos que colocar um bafômetro em nosso carro porque ele foi pego dirigindo drogado, lembro-me de ter ficado muito envergonhado quando alguém da escola me perguntou o que era. Mamãe começou a nos mandar ficar na casa de Ayub nas noites em que era muito ruim. Ela tentou fazer parecer apenas uma festa do pijama divertida, mas nós dois sabíamos. Essas noites são aquelas em que ele gritava com Sara por causa do seu asperger, nos chamava de todos os tipos de nomes. Nesse ponto, Sara e eu apenas o evitávamos o máximo possível, praticamente moramos na casa de Ayub por um tempo. Uma noite mamãe teve que trabalhar até tarde, e Sara e eu estávamos em casa. Acordamos porque o alarme de incêndio estava disparando, ele começou a fazer comida e depois desmaiou no chão. Tivemos sorte que o fogo só ficou na cozinha, mas naquela noite mamãe nos levou a um motel e prometeu que nos mudaríamos. Ela estava economizando dinheiro em segredo por um tempo para ter o suficiente para conseguirmos nossa própria casa. Quando voltamos no dia seguinte para pegar nossas coisas, ele ficou tão bravo com a nossa partida que as destruiu. Metade das nossas coisas estava destruída. Nós nos mudamos e não dissemos a ele nosso novo endereço, e Sara e eu fizemos um pacto de que nunca mais falaríamos com ele, que nunca mais o deixaríamos entrar em nossas vidas."