Deadly Aurora

Capítulo 8

Trágico...
Nunca amei tanto
Tentei chorar e arrancar o coração,
Ainda sentia tanto amor...

Ligo e ela não me atende, mando mensagem e não obtenho resposta, estou a dias tentando falar com Aury, mas ela não facilita nem um pouquinho.

Nem posso julgá-la por não querer falar comigo, sei que pisei na bola feio, minha menina não merecia nada disso.

Eu deveria dar um tempo, respeitar seu espaço, mas, por mais fodido que seja, ela ainda é minha irmã e eu ainda sou responsável por ela.

Receoso destranco a porta de casa, sei que Aury não quer me ver, mas me preocupo com ela.

– Aurora? – Chamo baixo subindo as escadas ao não a encontrar no térreo.

Entro em seu quarto notando que tem roupas espalhadas em todos os cantos, sem sinal de onde a ruiva pode estar.

Ligo novamente e sou ignorado . Procuro por suas malas e valido minhas suspeitas de que Aury viajou sem dar satisfações.

Vou para meu quarto notando que tudo continua no mesmo lugar desde a última vez que estive aqui. Tomo um banho e estaco antes de me deitar na cama.

Uma lembrança vivida de Aury deitada nua sobre ela martela em meus pensamentos.

Não consigo definir sobre o que mais me sinto culpado. Por tirar sua inocência naquelas circunstâncias ou por tudo que ocorreu a seguir. Jamais irei esquecer seu rosto magoado, o olhar de raiva e desprezo.

Volto para seu quarto e me deito no meio das suas roupas sentindo o cheiro de seu perfume nelas.

Minha doce Aurora.

O que foi que eu fiz?

A poucos instantes de pegar no sono sinto meu celular vibrar e pego rapidamente de ser uma ligação sua.

Suspiro frustrado ao ver o nome de Carter brilhando na tela.

– Fala! – Resmungo de olhos fechados.

– Quando eu te pegar não vai sobrar nem um fio de cabelo para contar história, Alexander!

– Ah que ótimo! Quem te contou, sua namoradinha ou Aury está com você?

- Agnes me disse tudo que você aprontou, já tentei falar com Aurora,
As ela não me atende.

Isso ativa um sinal de alerta em minha mente. Minha irmã tem motivos de sobra para nunca mais me querer por perto, mas Isaac é diferente.

– Ela também não me atende ou responde minhas mensagens.

– Ah jura?! Quem consigo imaginar o porquê – Ele debocha.

– Idiota! Estou dizendo que esse sumiço é preocupante. Ela não está em casa e metade de suas roupas sumiram.

– Compreensível, sabíamos que você não conseguiria ficar longe por muito tempo – Ag se intromete.

– Onde ela está? – Pergunto ficando irritado.

– Não vou dizer– Agnes responde prontamente.

– Carter! – Apelo.

– Não te quero perto dela, Alexander! Saber como Aurora é sensível, não vou deixar que a magoe ainda mais.

– Eu só quero me desculpar!

– Se acha que isso vai ser o suficiente, então você não sabe nada sobre ela. Aurora não é do tipo que perdoa.

–  A gente vai cair dessa coisa! – Grito para que Levy consiga escutar. – Você me disse que sabia pilotar.

O suíço engraçadinho brinca de zigue-zague com a moto fazendo meu coração sair pela boca.

– Fica tranquila, bela adormecida. – Ele pressiona minhas coxas fazendo com que eu cole me corpo ao seu – Já estamos chegando.

Minutos depois Levy para próximo a um bistrô que parece ter sido tirado de um filme histórico.

Ele estaciona a motocicleta e me ajuda a descer e retirar o capacete.

– Espero que não tenha estragado o meu cabelo – Resmungo olhando pelo retrovisor e ajeitando as mechas.

– Você está perfeita, Aurora. Vamos logo.

Entramos na pequena cafeteria e Levy me guia te uma das mesa. Não demora muito até uma jovem simpática vir nos atender, seu sotaque suíço-alemão não deixa dúvidas sobre suas origens.

Levy a cumprimenta e faz nosso pedido.

– Você irá gostar daqui, eles servem o melhor Birchermuesli.

– Birs- oq? – Questiono me enrolando na pronúncia.

– Birchermuesli, Aurora – Diz rindo, franzo o cenho envergonhada.

Não demora até que a garota retorne com uma grande bandeja e deposite duas tigelas de cereais e frutas frescas e um frasco maior de iogurte.

Levy puxa minha tigela para perto de si despejando um pouco do iogurte no recipiente, mistura levemente e adicionando alguns mirtilos que estavam em no canto.

– Bircher muesli, querida, também conhecido como o verdadeiro manjar dos deuses.

Ele imita o preparo no seu e logo comemos. Levy tinha razão, não esperava que um simples preparo fosse tão saboroso.

– Vamos indo, tenho uma cidade inteira para lhe mostrar.

Sua empolgação me faz sorrir genuinamente. Quando pensei em vir para cá, imaginei que ficaria choramingando pelos cantos da casa, porém desde o segundo que vi Levy me esqueci completamente do problema que é Alexander.

Estando com ele é como se os problemas externos não me afetassem.

Como uma praga meu celular toca e antes de verificar sei quem é. Desbloqueio o aparelho vendo a foto de Ale brilhar na tela, no mesmo instante recuso a chamada e percebo o olhar atento do rapaz sob mim.

– Irmãos mais velhos – Zombo. – Não nos deixam em paz um minuto.

Seus ombros relaxam e ele sorri voltando a me contar a história da cada que passamos em frente.