A minha reação permaneceu vazia, nossos semblantes fechavam um pouco mais a cada segundo de conversa. Precisei conter minhas expressões para não demostrar meu aflito perante o que você me dizia. Logo, quis sair daqueles minutos de toda forma, não sabia se as palavras estavam saindo corretamente da minha boca porque estava preocupada demais com minha reputação, pelo remorso e autodestruição que causaria após alguns dias que aquilo terminasse. As nossas respirações não mantinham mais uma constância saudável. Você ficava ofegante e eu a prendia forte. Minha concentração estava ficando fraca, só queria pular essa parte, porque sequer lembro se respondi conforme eu gostaria. "Eu sinto que posso dizer a coisa errada, então acabo desistindo de te procurar. Você riria ao me ver ligando". E, depois disso, a consciência só começou a sentir após noites pensando nas ações impossíveis de reverter, pois ela só me afeta quando a situação repassa mil vezes na minha cabeça, sem desfoque. Minhas palavras, ter a ignorância de fazer com os outros o que fizeram comigo no passado. Eu sinto muito, eu tentei te explicar que não vai funcionar. Eu não quero. Eu não sinto como você sente. Apenas acho que você deveria me abraçar sem intenção alguma, eu quero te segurar por mais de dez minutos, te beijar na bochecha e dizer que quero teu bem. Portanto, as circunstâncias têm impedido, porque para você é difícil de se contentar e eu de me conter, segurar meu carinho por ti e justificar por meu jeito ou pela minha linguagem do amor. Afinal, queremos tudo o que o outro não pode oferecer. "Fico pensando em todas as formas que você gostaria que tivesse, as respostas que você gostaria que eu te desse". E eu me pergunto se você sabe como é ou se já presenciou de fato um relacionamento antes, mas senti necessidade de relembrar naquela ligação, tão forte, que eu sou a outra pessoa da relação que também sente, que tem opinião. Que necessita de cuidado e ser compreendida por tanta dor passada. As minhas concepções podem divergir das tuas, porque você ainda precisa notar que nem tudo será sobre você. Eu confesso que me irritei um pouco. Não é difícil entender que a razão de cada afastamento ou de cada surto foi resultado das nossas escolhas. Quando eu te criei esperança ao pronunciar aquelas três palavras, até o dia em que percebi que não conseguiria manter o sentimento romântico, porque, apesar de te amar, eu "iria embora facilmente se você me pedisse para ir". É fato que não suporto mais te ouvir falar sobre cada frustração, uma por uma, a maioria em formato de sustos e culpas todas as vezes em que eu repito que eu não te quero. E agora, por consequência dos danos, também preciso dessas férias que de vez em quando você decide tirar distante de mim, porque meu amigos gritam pela minha falta de responsabilidade nessa relação, minha família me aponta cada negligência que cometi com os teus sentimentos e, dessa maneira, me destroço pensando nas noites de conversas chorosas. Essas, em que o nosso amor clamava pelo meu cuidado, nosso falho amor romântico, fraco, desanimado e querendo tudo o que não suporto oferecer. Eu prometi que tentaria. Mas não consegui. A dor está caída em nós, em vista que nos prendemos rápido demais, e eu não quero que vá embora na mesma agilidade. Porque eu de fato me importo, mesmo que você grite que não. Mesmo que você chore em algum abalo emocional porque rejeitei teu beijo. Não quero me estressar novamente, porque algumas qualidades que via em ti estão esgotando, e essas circunstâncias estão me fazendo perder a cabeça. E não que isso deva fazer grande diferença na sua vida. Mas, se você de fato me ama, respeite meu posicionamento de vez. Porque os estardalhaços me fazem afastar de vez a vontade de tentar de verdade, já que eu tenho certeza que "nós poderíamos nos encontrar novamente na linha e tentar de verdade". Tive certeza que poderia desenvolver algo por ti. Mas não acho que você não gostaria disso. Foge do teu alcance. E Você não gostaria de tentar. Confia em mim. Agora. Não. Vai. Acontecer. Chega disso.
12/04/2023 e 23/04/2023