astronomy

cap. 16

Louis Tomlinson conheceu o sentimento de culpa muitas vezes durante sua vida.

Alguns deles bem vívidos em sua memória; outros totalmente esquecidos. Ele se lembra de quando enroscou seu helicóptero de controle remoto no cabelo de Lottie, e a mãe deles precisou cortar para soltar o brinquedo. Ele se lembra de empurrar um colega na escola quando era criança e fazê-lo ralar as mãos e o joelho.

Enquanto dirige para a casa de Harry, Louis sente o peso da culpa tirar seu ar enquanto tenta se concentrar no trânsito e em não bater o carro de sua mãe.

A cidade passa como um borrão através dos vidros e ele segura o volante com força.

Quando finalmente chega à portaria, Louis percebe que talvez Harry não queira vê-lo e não irá autorizar sua entrada. Ele poderia tentar invadir, mas além dos seguranças do condomínio, há os seguranças dos próprios moradores.

Mas Louis foi até ali, então irá ao menos tentar.

— Identificação ­— exige alguém depois de Louis apertar o interfone.

— Louis Tomlinson — responde engolindo em seco. — Estou aqui para...

O portão se abre e ele acelera o carro antes que o porteiro mude de ideia, mas desacelera ao vê-lo esperando por Louis do lado de dentro.

— Sua entrada foi liberada. Pode utilizar o outro portão agora que registramos seu carro — informa o porteiro depois que Louis para ao seu lado e abaixa o vidro.

— Hoje? — Pergunta franzindo o cenho.

— Há qualquer tempo — responde o porteiro. — Tenha uma boa noite, sr. Tomlinson — adiciona antes de dar as costas a ele.

Louis duvida que depois de hoje sua entrada continuará liberada.

Ele sobe novamente o vidro do carro e dirige até a casa de Harry e ao chegar, nota que o portão já está aberto. Há dois seguranças ali, sendo um deles Marcus, de modo que Louis para e abaixa o vidro, para conversarem.

— Ele sabe que estou aqui? — Pergunta Louis baixinho e Marcus balança a cabeça.

— A portaria avisou diretamente para mim — responde.

— Obrigado — murmura Louis antes engatar a primeira marcha e dirigir até a entrada da casa.

É bom que Harry não saiba que ele está ali, porque poderia o expulsar antes de ouvir seu pedido de desculpas e ele se sente péssimo por pensar isso, mas talvez o Monstro o perdoe se ver como não foi por maldade de Louis que a história vazou.

Ele foi tão, tão, tão burro ao contar sobre o contrato para Liam e Zayn.

Louis deixa o carro bem na frente da porta enorme de entrada da mansão e entra sem bater, até porque ninguém viria abrir. Ele segue direto para o quarto de paredes azuis-marinhos e encontra Harry de costas, olhando através da janela antes de se virar na sua direção

— Harry, me desculpa... — começa Louis sentindo sua voz embargar, ainda que ele não tenha direito de chorar. — Isso é tudo culpa minha e eu sinto tanto — acrescenta dando um passo para dentro do quarto. — Sei que sou a última pessoa que você quer ver nesse momento, mas eu precisava me desculpar.

Os olhos de Harry estão distantes, como se ele não estivesse de fato ali, provavelmente ainda processando o que aconteceu.

Então ele pisca e atravessa o quarto rapidamente, até estar abraçando Louis com força.

O alívio percorre seu corpo tão rápido que Louis mal é capaz de processar qualquer coisa, ele o aperta com força também e respira fundo, para tentar acalmar as batidas de seu coração, mas o cheiro de Harry inunda seus sentidos e tudo parece piorar.