Porchay Parchara Kittisawasd.
“Algo está errado” Foram essas três palavras que o meu subconsciente exclamou no exato momento em que um clique de abertura foi dado na porta de entrada; assustando-me. O pavor cru me varreu, e arregalei os olhos. A tensão reverberando por cada canto e, desta maneira, me fazendo tremer.
Meu coração disparou; galopou dentro do meu peito quando escutei passos firmes e decididos indo de encontro ao assoalho. Se aproximando cada vez mais.
Oh, cacete.
Lembro-me do que a minha mãe, Namphueng, me garantiu há três horas atrás. Segundo ela, não haveria ninguém aqui. Então, eu poderia cobri-la e fazer seu trabalho. E o do meu Hia. – Minha mãe é diarista, e Porsche a ajuda desde que pegou o trabalho nesta casa. Eles prestam seus serviços aqui já há algumas semanas – E, o fazendo em paz. Sem problema algum. Sem aparições surpresas, também.
Bem, não é isso o que está me parecendo.
Eu não consigo me controlar, espero pelo pior. Obviamente, o fato da taxa de criminalidade em Bangkok ter tido um aumento considerável no decorrer do último ano, contribui nisso. Ontem mesmo, na parte da tarde, aconteceu um furto na lojinha de conveniências do nosso vizinho. – Graças a Deus, o senhor Arthee, que já é de idade, não sofreu nenhum dano além do monetário – E bom, o estabelecimento não fica muito longe daqui.
Estremeço diante o pensamento. Uma onda de calafrios desagradáveis me percorre, eriçando todos os pelos do meu corpo.
Por Buda... Talvez eu esteja sendo precipitado, estupidamente precipitado, é verdade. Mas, é algo que não consigo evitar. O mundo está de cabeça para baixo. É cada dia mais violento, o que me assusta profundamente. Agir assim, a forma paranoica que sempre me prejudica, e sempre, de algum jeitinho constrangedor, me põe em apuros, é apenas uma consequência. Uma reação justificável, ao meu mero ver.
Caralho.
Mais alguns passos e eu me vejo prendendo a respiração. Com o vaso que havia acabado de tirar o pó em mãos, eu congelo onde estou. O temor rasteja por cada centímetro do meu ser, deixando-me tenso.
Não me atrevo a mover uma polegada sequer. Estou paralisado da cabeça aos pés.
Me agarro ao objeto, mantendo-o firmemente pressionado contra a minha caixa torácica, em uma espécie de escudo elaborado que me protegeria de quem quer fosse.
Besteira. Ele só me servirá minimamente bem se eu o quebrar na cabeça da pessoa. Pondero a ideia. Dependendo das circunstâncias, não seria uma má. Uma questão de sobrevivência, eu diria.
Sim, de fato, uma questão de sobrevivência. Penso fielmente nisso, nessa possibilidade.
— Porra — Eu praguejo, sem sequer ter tempo para pensar direito no que faria a seguir, pois, logo um homem se fez presente, aparecendo e adentrando em meu campo de visão.
Toda a minha atenção voa, sendo atraída para si.
Eu vou desmaiar.
Por Deus, quem é ele? E, o mais importante, o que diabos ele está fazendo aqui?
Eu o encaro atentamente e chego na conclusão de que: o homem não é alguém que conheço, e ele também não se parece com alguém que eu conheça. E isso é um puta problema se levar a seguinte afirmação em consideração: conheço todos da região. Esse é um bairro fechado, ele é humilde. É é pequeno. Todos se conhecem e ele, esse homem, não parece se encaixar aqui.
É, esse é, definitivamente, um puta problema. Um puta problema que, aparentemente, sou eu quem terá que resolver.
Penso nos piores cenários possíveis, porque preciso me preparar para tudo e, porque eu prefiro me surpreender positivamente do que ser pego desprevenido e acabar morto e jogado em uma vala qualquer.

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𝐏𝐑𝐎𝐌𝐈́𝐒𝐂𝐔𝐎𝐒 || 𝐊𝐈𝐌𝐂𝐇𝐀𝐘
أدب الهواة𝐏𝐑𝐎𝐌𝐈́𝐒𝐂𝐔𝐎𝐒 || 𝐊𝐈𝐌𝐂𝐇𝐀𝐘 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐎𝐍 | +18 | 𝐍𝐄𝐌 sempre os melhores cenários são aqueles que nos trazem de volta ao lar. Assim aconteceu com 𝐊𝐈𝐌; que, de todos os motivos do mundo, nunca imaginou que seria o falecimento de s...