01° Reconhecendo

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Hoje o restaurante estava cheio e eu não tive tempo de fazer quase nada. Todos os meus planos foram jogados pro vento após a ligação do Chris, falando que o chefe substituto teve um imprevisto e eu teria que comparecer no restaurante.
    Eu amo o meu trabalho, amo mais que tudo, só que eu também preciso de um tempo pra mim. Após a morte da minha irmã eu mergulhei fundo no trabalho e quando a dor do luto  foi aliviando e se tornando menos visível, eu me vi presa em muito comprometimento e tô afundada nisso até hoje. Ser uma Sub chefe de cozinha aos vinte e um anos é um sonho realizado, lutei muito pra chegar a onde eu estou e mesmo não tendo tanto dinheiro quanto queria, tenho o suficiente para cuidar de mim e da minha mãe, ter uma casa boa e nunca deixar faltar nada dentro de casa. Essa é a minha conquista.

São duas horas da manhã e eu estou chegando no portão de casa quando me deparo com uma sombra na calçada. No momento em que bati os olhos, o medo me consumiu, mais assim que visualizei melhor, o medo foi substituído por raiva.  Só podia ser brincadeira. O meu tormento de sempre estava ali, em frente a minha casa, as duas da manhã e com uma cara esquisita que só notei agora, pelo o fato de já está bem próxima.

-boa noite, uvinha. - Aquiles já vai falando ao mesmo tempo em que se levanta da calçada.

-Que merda você está fazendo aqui uma hora dessa? Já te falei que quero você longe daqui, cara.

-Eu sei, uvinha. Só que hoje você demorou e sua mãe estava bem preocupada e eu vim pra  fazer companhia a ela até você chegar. Ela foi dormir era meia noite. Estava bastante cansada e preocupada, mais eu falei que só iria embora quando você chegasse.

-Olha, obrigada por ter vindo e ficado com ela, mais agora você já pode ir. Boa noite. - Falei já subindo os poucos degraus dali e me aproximando da porta de entrada.

-Ravena, quando é que você vai parar de me tratar assim em? Por que você me odeia tanto e por que você não me dá uma chance? Você sabe que eu sou louco por você e tudo que eu quero é uma chance. Todos os dias eu tenho que escutar suas palavras de destem pra mim e eu não sei do por quê disso.

-você não entende, Aquiles. Eu não gosto de você! Não sinto nada por você e eu só gostaria que você me deixasse em paz. Já tem anos que você insiste nesse assunto e eu já não tenho paciência pra você. Esquece essa coisa que você fala que sente por mim, pois é o melhor que você faz.

-Por que nenhuma chance? Oque custa um encontro? Uma saída só, pra que você possa ter algo a mais a criticar ou elogiar? - Ele fala e passa uma das mãos em seus cabelos pretos. - Oque eu sinto por você não dá pra ser esquecido em um piscar de olhos, Ravena. Eu falo isso porque eu já tentei. Ou você acha que eu amo conviver com o seu desprezo? Não é assim que o amor funciona. - Amor. Essa palavra mexeu comigo e rapidamente eu joguei pro ar todos os pensamentos que já estavam se formando em minha mente.  -Boa noite, Uvinha. Se precisar sua mãe tem meu número. - E falando isso, ele atravessa a rua e some pela a escuridão.

Aquiles sempre esteve no meu pé dês da infância. Eu super me dei bem com o irmão gêmeo dele, e até sou melhor amiga do Klaus, mais o Aquiles sempre ficou em cima de mim e isso fez com que eu tivesse raiva dele.

Quando ficamos adolescentes, suas investidas pioraram e eu tive que fingir um namoro com o meu primo só pra vê se ele me deixava quieta e funcionou por uma semana, até ele descobrir que era uma mentira. Minha mãe e minha irmã vivia falando que eu ia me arrepender de não dá uma chance ao amor dele, mais oque eu posso fazer? Ficar com ele por pena? Isso é absurdo e eu não iria ser esse tipo de pessoa.
Meu melhor amigo que também é irmão do Aquiles, começou a namorar com a minha irmã na adolescência e isso foi incentivou o Aquiles a ficar no meu pé mais ainda. Eu passei as férias na casa da minha tia chata, só pra tirar férias do menino.

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