XXIV - Concussão

850 98 56
                                    

Estavam a pelo menos 20 minutos no barco indo em direção a ilha, a casa azul parecia cada vez mais próxima. Pelo menos 15 policiais se juntariam a eles no lugar o que ao invés de deixar os agentes aliviados causava mais nervosismo, não dava para saber se algum corrupto estaria no meio daqueles homens.

Javier observou Verônica fechar os olhos fortemente e levar as mãos à boca, ele bem sabia que a mais nova não era a maior fã de barcos, mas ela parecia um pouco pior que dá outra vez. Pensou em perguntar se estava tudo bem, mas logo mudou de ideia quando notou o olhar nervoso de Steve para o horizonte.

Estariam em terra firme a qualquer momento,  os três prendiam depressa os coletes a prova de balas e conferiam a munição das pistolas.

Quando chegaram a praia era um caminho um pouco longo até a casa, o que em partes era positivo, pois tornava menos provável que alguém os tivesse visto chegando. Peña tomou a frente do grupo e segurou a arma a frente do corpo, podiam estar sem sicários, mas com certeza Arvin deveria estar armado.

Os passos eram silenciosos na areia fofa, o moreno conseguia ver Steve ao seu lado direito gesticulando para os homens atrás de si. A ruiva estava a apenas alguns passos atrás do agente, ele não queria correr o risco de que algo acontecesse com ela novamente,  então  a manteria o mais perto possível.

Havia uma piscina gigantesca bem a frente da casa, espreguiçadeiras brancas estavam estendidas por toda a área e o único sinal de que havia alguém por ali eram um amontoado de roupas jogadas próximas à borda da piscina.

Peña gesticulou para que entrassem o mais silenciosamente o possível, afinal a grande porta de vidro da casa já estava aberta. Em poucos segundos o lugar estava repleto  de policiais se esgueirando, mas não havia o menor sinal de ninguém no lugar.

Verônica não podia negar que  começava a achar que haviam sido enganados, estava tudo tão absurdamente calmo que chegava a ser perturbador. A ruiva apressou-se em seguir Javier escada a cima, a tensão dos músculos do moreno não ajudavam em nada no nervosismo da garota.

Não haviam muitos cômodos no andar superior, na verdade havia apenas uma grande área aberta com um grande piano próximo a enorme janela de vidro com vista para o mar, apenas uma porta entreaberta. Peña andou rapidamente até o lugar e se encostou a parede, no lado oposto estava um policial que empurrou a porta com violência e invadiu o lugar.

Verônica entrou depressa atrás de seu chefe, a gritaria havia começado, mas ela se quer conseguia enter o que estava acontecendo. Javier apontava sua arma em direção a cama enquanto gritava em espanhol, tudo  que a ruiva conseguia ver eram as costas nuas de Arvin García.

—Fica parado ou eu explodo sua cabeça. —A voz do moreno enviou arrepios pela coluna da agente.

—Posso pelo menos tirar meu pau de dentro da garota? —O homem permanecia com as mãos para cima, seu rosto levemente virado em direção aos policiais.

Só depois disso Verônica notou a mulher deitada na cama, a loira parecia apavorada, afinal haviam muitas armas apontadas em sua direção naquele momento. Em um gesto rápido um dos policiais algemou o narcotraficante e o jogou ao chão, Melina tratou de puxar os lençóis para cobrir o próprio corpo.

Verônica não sabia dizer qual dos três agentes pareciam mais sem reação. Steve tentava falar com os policiais, mas o espanhol dele era uma merda, nenhuma palavra minimamente coerente saia de sua boca, Javier estava com o telefone em mãos informando a Bogotá que haviam tido sucesso na operação.

A ruiva caminhou até um roupão jogado ao chão e o levou até a informante, os olhares dos homens sobre a mulher começavam a deixar extremamente desconfortável. A mulher praticamente pulou para perto da agente, seus olhos azuis corriam desesperadamente pela sala.

Don't Blame Me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora