capítulo 30

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Susan Gilbert

- É sua. coloquei a chave na mão de Emily. - Me surpreenda.

A morena em meu colo sorriu de orelha a orelha e se inclinou sobre meu corpo para poder alcançar minha boca, beijando-a por breves segundos antes de se levantar.

Emily estendeu a mão para mim e eu aceitei, colocando me de pé ao seu lado e seguindo em direção ao meu carro.

-Permita-me, senhorita. - ela falou antes de abrir a porta do passageiro para que eu pudesse entrar.

-Oh! Obrigada! - fiz uma reverência antes de entrar no carro, o que fez com que ela risse.

Ela fechou a porta do passageiro, contornou o carro e logo em seguida apareceu do outro lado, sentando-se no banco do motorista.

Observei-a ajustar os retrovisores bem como a distância do banco até os pedais.

Ela era tão linda.

- Colocou o cinto? - sua voz me chamou atenção.

Olhei para o meu lado esquerdo e puxei o cinto, passando-o pelo meu corpo e encaixando-o próximo ao freio de mão.

- Coloquei.-sorri.

- Engraçadinha..

- Você fica linda desse lado do banco. - falei.

Ela abaixou o olhar e colocou a chave na ignição do carro, ligando-o logo em seguida.

-É revoltante a forma como você consegue me deixar sem jeito tão facilmente. - ela me olhou e eu pude notar que suas bochechas estavam coradas..

- Eu gosto de te deixar assim. - falei.

- Vamos embora antes que eu perca o controle. - ela balançou a cabeça negativamente e engatou a marcha ré, apoiando-se no banco do passageiro e olhando para trás.

Já na rodovia, voltando para o centro de Nova lorque e seguindo para o lugar misterioso onde Emily estava me levando, aproveitei que sua atenção estava voltada para o trânsito e comecei a observá-la.

O vidro da janela ao seu lado estava aberto e com o auxílio da velocidade do carro, o vento se tornava presente, balançando os fios castanhos de seu cabelo e trazendo o maravilhoso cheiro do seu perfume até mim.

O céu ainda estava alaranjado por conta do pôr do sol e os poucos raios solares que ainda brilhavam refletiam no olhar castanho da latina, deixando-os em um tom que lembrava a cor do mel.

Ela segurava o rosto com a mão esquerda, que estava apoiada na janela do carro. Seu braço direito, coberto até a metade pela jaqueta jeans, estava completamente esticado e sua mão conduzia o volante.

Ela estava tão concentrada...

Percebi que suas bochechas ganharam um tom rosado e a mão que antes apoiava seu rosto encontrou seu cabelo, jogando-o para o lado oposto ao que estava.

Ela sorriu e tentou virar o rosto para a janela.

- Eu consigo sentir você me olhando, sabia? - ela perguntou rindo.

- Sim, porém eu não ligo. - respondi de forma sincera. - Sempre defendi que aquilo que é bonito deve ser apreciado, e é isso que eu estou fazendo desde que entramos nessa rodovia.

Emily me olhou e pela primeira vez desde que estávamos sentadas lado a lado no banquinho de madeira nossos olhares se cruzaram.

- Você não existe. -ela balançou a cabeça de forma negativa.

- Existo sim. - peguei sua mão e coloquei-a sobre minha coxa.- Aqui. Sinta. Eu sou real.

Ela abaixou o olhar para minha perna e depoisvoltou a olhar para o meu rosto.

THE RAIN - EMISUEOnde histórias criam vida. Descubra agora