Capítulo V.I - Correr Atrás

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• Amanda •

Enquanto Antônio mexia em toda a minha cozinha para preparar o jantar, eu me sento em meu sofá e abro uma garrafa de vinho. Eu precisava muito beber.

Passar por tudo aquilo, havia sido extremamente doloroso. Mas saber, que a causa daquilo tudo havia sido... ciúmes? Me deixou muito puta.

Um lado meu (o lado good vibes), dizia: "Tudo bem, isso já passou. Vamos seguir em frente.". Mas o meu lado ariana (que no momento era o que gritava mais forte), me dizia "Ah garotinho, agora você vai correr atrás do prejuízo!".  E ele ia mesmo.

- Amandinha, você tem shoyu? - Ele pergunta, me tirando de meus pensamentos.

- Tenho. Na geladeira, Antônio. - As palavras saem mais ríspidas do que até mesmo eu gostaria, ele me olha com os olhos arregalados, parecendo uma criança assustada.

Eu o ignoro, voltando meu olhar pra televisão, que agora está ligada e logada na Netflix. Passeio por todo o streaming, na busca de algo. Até que encontro.

- Aí ainda demora? - Pergunto enquanto me sirvo de mais uma taça. Acho que a terceira.

- Não.. - Ele suspira, sem me olhar. Sua atenção agora, era toda para as panelas. - Acho que mais uns dez... ou quinze minutos.

- Ok. - Falo ríspida. E o vejo me olhar por cima dos ombros.

Ok, aquilo era realmente engraçado.

* * *

O jantar havia ficado maravilhoso! Um macarrão ao molho bolonhesa, simples mas divino! Ele ainda havia arrumado a mesa e colocado as rosas brancas no centro. Parabéns, estava um pouquinho mais fácil perdoa-lo agora.

- Deixa que eu lavo, Sapato! - Reviro os olhos com ele tirando os pratos da minha mão.

- Não Amanda, eu lavo. - Ele me olha sério, com aquele maxilar travado e... uau! Como era lindo.

- Tudo bem, você é quem sabe. - Dou de ombros, dando mais um longo gole no meu vinho.

A essa altura, já estava bem "alegre". Sentia meu rosto pegar fogo e tudo parecia tão... leve. Até mesmo esse joguinho de "busque o meu perdão" parecia mais divertido. Pelo menos pra mim.

Vejo-o procurando as chaves do carro e arqueio uma das sobrancelhas.

- Ué, onde você vai? - Pergunto debochada. - Quem disse que eu te deixei ir embora?

- A princípio é o que você quer, né? Tá me tratando desse jeito aí faz tempo. - Ele fala marrento e eu preciso fazer muito esforço pra não rir.

- Que jeito? - Me sento no sofá, sem tirar os olhos dos dele. Caralho! Que saudade eu sentia dele.

- Esse jeito aí, Amandinha! - Ele reclama. - Eu errei muito, eu sei. Mas tô tentando me redimir, pô! Você podia pegar mais leve nesse seu jeito. Tá muito marrenta! - Ele revira os olhos, soltando as chaves sobre a mesa.

Ele caminha em minha direção e sinto meu corpo arrepiar. O que estava acontecendo comigo? O que houve com a gente? Tudo parecia tão... intenso! Onde foi que as coisas mudaram pra mim? Pra nós?

- Você ainda está em período de teste do meu perdão. - Dou de ombros. - Se quiser desistir, fique a vontade. - Debocho, olhando nos olhos dele.

Ele sorri de canto e se senta ao meu lado.

- E eu lá sou homem de desistir? - Ele ri, jogando a coberta sobre nós dois. - Dá logo play nessa chatice! - provoca.

Quando nossos corpos se encostam sem querer, sinto um choque me atingir e, pela cara dele, ele também sentiu o mesmo.

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Notas da autora:

O que será que o Antônio precisa fazer por esse perdão, hein?

Mais 20 likes e eu continuo. 💖

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