O jovem adentrou ao escritório de ar quase rarefeito e levou a bandeja para a escrivaninha feita de madeira carvalho.
– Príncipe Ayato Kamisato – fez uma pequena reverência – Que a luz do luar e o calor do sol lhe abençoe pelo império.
– Vejo que sabe de cor o mantra do reino antigo – seu olhar percorria todo o rosto do loiro, buscando alguma fraqueza – Eu soube que o chefe imperial faltou e você fez a comida para as convidadas de minha irmã.
– Peço desculpas se me intrometi, mas não podia deixar a reputação do Clã Kamisato ser destruída devido a uma simples refeição.
Thoma mantinha sua cabeça erguida a cada sílaba pronunciada em direção aquele projeto de tirania.
– Isso é a comida? – apontou para o prato e o chá de ornamentos bem elaborados – Me explique os ingredientes.
Ele sabia muito bem sobre explicar um "prato".
Isso simboliza o quão bom suas mãos fazem a guarnição carne, seu corpo dança na explicação dos aperitivos e a agilidade de salvar uma comida já descartada.
– O molho vem com base do adocicado da cenoura, a batata bem passada, a cebola tirando a gordura e a carne bem temperada. Junto formam esse ensopado, com legumes crocantes e esse chá de flor de leite e pétalas de Sumeru faz com que tire a pimenta da proteína.
Com os lábios entreabertos, Ayato prova o molho realçante, a carne que derrete na boca a cada mordida e por último, o chá.
Diversos sentimentos bateram com força com o sabor cítrico e doce, fazendo-o ficar mais confuso de quem era a pessoa que o fez lembrar dos momentos mais felizes de sua vida.
– Eu sei que não é muita-
O homem empurrou a cadeira bruscamente e encarou o loiro com o olhar semicerrado.
– Eu vou perguntar uma única e última vez – aproximou-se do jovem – Quem é você?
– Eu sou Thoma – fez uma expressão confusa – Me desculpe se não estar ao seu gosto, senhor. Eu ainda não adquiri um paladar refinado.
– Esse não é o problema – empurrou o garoto no estofado e quase podiam sentir a respiração um do outro – Você quer minha cabeça? Meu reino? Quem é seu chefe? Se me dizer agora, posso aliviar sua sentença.
Antes de Thoma responder, a porta foi aberta bruscamente e apareceu um jovem todo sujo de terra.
– Mestre!
Quando bateu o olho, seu rosto parecia ter acabado de assistir a um filme de terror.
Seu mestre em cima de um jovem quase pedindo ajuda, enquanto tenta tirar a perna do mais velho do meio das suas.
– Kazuha – encarou o garoto e voltou o olhar ao loiro – O que falei de bater na porta antes de entrar?
– Falou o cara que está quase comendo um dos empregados e, se quer fazer isso – cruzou os braços – faça num quarto e não no escritório.
– Moleque abusado – saiu de cima do corpo alheio e ajeitou os trajes – Nunca reclamo quando escuto suas "brigas" com o falso filho da duquesa.
– O Scara tá passando por dificuldade por conta da sua real origem, mas eu sei que ele é o verdadeiro!
Thoma de certa forma, sabia sobre o que estavam falando, pois ficou muito tempo caminhando pelo futuro mundo devastado e sabe tudo que irá acontecer após sua morte.
Thomas engoliu em seco e pediu aos deuses que não morresse pelas coisas que diria.
– Acredito no jovem Kazuha – encarou o de cabelos azulados – Ninguém quer ser chamado de falso ou perder algo só porque seu sangue não é o mesmo.
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How I Became the Emperor's Bride
FanfictionThoma era um empregado terrível, além de não saber fazer nada, foi morto pelo futuro imperador, Ayato Kamisato, e rezava para ter uma segunda chance. Então os deuses atenderam seu pedido, fazendo-o voltar há cinco anos antes de sua morte e decidira...