8 | oh, summer child.

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7 de julho de 1990, quarta-feira.

"Menino feito de sol e calor, talvez um dia eu possa mudar por você,
no entanto, eu gostaria
de nunca me apaixonar."

Era difícil escrever as últimas palavras sob a pouca luz vindo da lanterna, ele não conseguia ver exatamente onde estava colocando a ponta de sua caneta, mas continuava em sua fiel missão. Estava frio, então sua mão tremia levemente com o vento da madrugada que insistia em bater em seu rosto.

Quando, finalmente, o último ponto havia sido colocado após a palavra "apaixonar", Regulus conseguiu descansar. Seu poema estava concluído e a última página estava cheia de frases e versos.

Ele se recusa a passar os olhos pelo texto, fechando o caderninho com a caneta entre as páginas, deixando-o em seu colo. Regulus não conseguia deixar de se sentir um pouco aflito, afinal, ele não fazia a mínima ideia do que estava fazendo ali.

Bom, ele estava esperando por James.

Mas Regulus não sabia o porquê.

Ele só... esperava por algo.

Já estava se acostumando com o fato de que, muito provavelmente, James estava dormindo em sua cama e não indo se encontrar com ele. Eles nunca tinham falado sobre isso de verdade, James só havia dito que Regulus poderia ir para sua casa mais uma vez, que eles continuariam fazendo as coisas que eles faziam antes.

No fim, talvez nada aconteça novamente.

Regulus precisava aceitar que as coisas vão acontecer como devem ser, mas, naquele momento, ele não consegue não olhar ao seu redor pela praia deserta, esperando fielmente que James apareça lá a faça algo.

Após alguns minutos, Regulus sente que poderia adormecer ali com o som das ondas indo e voltando; o mar nunca tinha um fim exato, pois o final era apenas o começo para uma onda feroz. Aquilo poderia se adequar ao que estava sentindo, porque, por Deus, parecia nunca acabar.

Regulus vira seu rosto abruptamente, quase com esperança, quando ouve um barulho vindo em sua direção na areia. Ele pega sua lanterna e ilumina um pouco o caminho que o barulho seguia.

Ele só conseguia sorrir.

Quando James se torna visível sob a luz da lanterna, era como se Regulus estivesse nascendo de novo. Tão, tão feliz e tão emocionado, ele poderia chorar ali mesmo por conta de todo aquele drama.

James acena levemente no escuro quando vê Regulus, a luz branca iluminando levemente apenas a metade de seu rosto. A primeira coisa que James pensou foi: "Ele está tão absurdamente lindo". Regulus vestia uma calça de moletom preta e uma camisa de manga curta da mesma cor. Ele parecia estar congelando, James se questionava de quando ele iria aprender a levar um casaco.

Regulus respira fundo e morde o lábio inferior quando James senta ao seu lado na areia de pernas cruzadas como o outro, ele conseguia sentir seus joelhos se tocando como antes.

Oh, oh, Regulus poderia fazer aquilo várias e várias vezes sem nunca se cansar.

— Olá. — James diz, simpático, seus olhos deslizando pelo rosto de Regulus no escuro.

— Oi. — Regulus diz levemente, completamente perdido na expressão de James. Como ele poderia se sentir assim, como, como, como...

Como alguém poderia fazer tudo aquilo com alguém?

Como aquele tipo de sentimento existia?

Como, como, como, como. Regulus se questiona repetidas vezes quando James respira o ar da noite.

SNOW ON THE BEACH, starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora