TW: ⚠️GATILHO⚠️
─────── Bom dia filha! Dormiu bem? ─────── Perguntava minha mãe, ao me notar cambaleando aos cantos.─────── Mais ou menos.
─────── Soube que aquele seu amigo, Billy, foi acusado de assassinato. ─────── A mais velha falava ao colocar o café da manhã na mesa. ─────── Dewey me contou, após levar Sidney para fazer reparos. Ela foi atacada pelo.... Como o nome mesmo?
─────── Ghostface.
─────── Esse aí. Uns minutos após o ocorrido, Billy entrou em seu quarto e derrubou um telefone.
Engasgo com minha própria saliva.
─────── Sidney achou que ele era o Fost Face, mas a polícia o liberou agora de manhã pois rastrearam seu celular.
─────── Ghostface. ─────── A corrijo rindo.
─────── Essa merda aí! ─────── Se senta na cadeira. ─────── Coma rápido para poder lavar tudo, logo terei que ir ao hospital.
Me sento.
─────── Como anda as coisas filha? Nunca mais tive contato com você. Droga de plantão!
─────── Ah, vão bem. ─────── Coloco café em uma xícara, juntamente com leite. ─────── Só meio abalada por conta de Casey, ela era minha melhor amiga aqui.
Tomo um gole do café.
─────── Sinto muito por isso, você já perdeu tanta coisa na sua vida. Mas tudo tem significado, se isso aconteceu, significa que algo muito bom vira em frente!
─────── Mas oque? Já perdi metade da minha família e agora a amiga mais próxima que tinha nessa cidade de merda! Quantas pessoas mais vão sair da minha vida para acontecer algo bom? Eu não aguento mais!
─────── Filha, para seu bem eu acho melhor você começar a ir no- ─────── A interrompo.
─────── Não mãe, eu não vou ir ao psicólogo! ─────── Bato na mesa. ─────── Eu já falei que estou super bem!
─────── Você presenciou a morte de seus avós quando tinha 8 anos! Sem contar que perdeu o pai e agora melhor amiga! ─────── Fala seria. ─────── Só estou falando que seria bom ter alguém que possa conversar sobre sua vida e... te ajudar.
─────── Eu não preciso de ajuda.
─────── É pro seu bem! Você está muito sozinha ultimamente Mayah, não gosto de lhe ver assim! Eu era cheia de amigos na sua idade, se não quer ir ao psicólogo comece a ter mais amigos!
─────── Acontece, ninguém é como você mãe. Muito menos eu! ─────── Me levanto. ─────── Não adianta, eu não consigo ser que nem você. Fazer amizades até com o vento, ser popular na escola, ser rodada de pessoas, ser perfeitinha em tudo que faz, eu não sou! Eu tento, mas não consigo! O problema não tá no meu passado sendo a sobrevivente em um acidente de carro ou perdendo o pai muito nova. O problema está em mim.
Vou até meu quarto. Escuto minha mãe berrar algo, porém não ligo.
Sinto meu olho arder, e vir tudo átona novamente. Não consigo segurar, apenas deixo acontecer. Lágrimas rolam por meu rosto e, nem ligo mais.
Tranco a porta, sentando-me no chão a sua frente. Abraço meus próprios joelhos sentindo a dor de perda, a dor de ser insuficiente, a dor que carrego desde o dia que me entendo por gente. Eu sei que tudo era verdade, eu não sou como minha mãe, eu tenho apenas 5 amigos agora e nem era próxima deles.
Nunca fui considerada um exemplo de menina educada, boazinha, meiga, fofa, inteligente, sociável, como todas deveriam ser. Sou uma assassina, desastrada, faço tudo errado, não sou delicada, odeio tudo e todos, me estresso facilmente, tenho "fobia social" e faço um infinito de coisas que não são consideradas fofas. Não sou perfeita, nunca vou ser.
Me vejo sufocada no meu próprio respirar. Anseio por dias tão bons quanto demonstro está. O inspirar não é mais o mesmo, cada vez se torna mais forte, repentino.
Tento ocupar meu tempo com coisas agradáveis, tudo que me faça esquecer quem sou, nem que seja por uma fração de segundos. Acho que a ansiendade chegou, me abraçou e tá se tornando morada. Inspiro e expiro, ela nunca vai embora.Eu não tenho mais vontade de nada. Tem momentos que só quero me isolar, ficar apenas no meu mundo. Tudo cansa, e eu cansei. Cansei de tudo e todos, cansei simplesmente de tentar orgulhar minha mãe, cansei de insistir em coisas que me machucam, cansei de simplesmente viver. Eu tô morrendo, morrendo por dentro, e ninguém percebe, ninguém me ajuda, ninguém se preocupa... Eu tô perdida, literalmente perdida...
Procuro algo que me faça feliz de verdade, algo que me traga a vida! Mas, oque procuro afinal?
Quer saber? Foda-se, não ligo mais.
Ando até minha cama, abrindo minha mochila. Apanho meu estojo, e procuro o apontador, a forma mais inútil de tentativa de suicídio.
Como se abre essa merda? Eu não tenho ferramentas!
Tento arrebatar o parafuso com uma tesoura, até obter o resultado. Jogo o apontador em algum canto do quarto, ficando apenas com a lâmina sobre minha mão.
Respiro fundo, pensando na minha vida. Na merda de minha vida. De fato não adquiro nenhum motivo para continuar, nem Deus perdoaria tudo oque fiz. Além de matar acidentalmente meus avós, matei também Jake, por influência de Billy. Eu era uma assassina. Eu era uma assassina e estava prestes a tirar minha própria vida.Fecho os olhos, aproximando a lâmina de meu pulso esquerdo.
A única coisa que me permitia continuar, era Billy. Nunca admitiria isso a ele, mas só fiz oque fiz pois tenho um crush nele. Até porque, ele nunca sentiria isso por mim. Sou dois anos mais nova, sem contar que ele me vê apenas como parceira de crime.
Sinto rasgar um pouco de minha pele, dando um riso de desespero. Olho para o local, vendo que foi apenas um leve corte.
Aponto novamente a lâmina, enfiando sua ponta para dentro e puxando para fora.Solto um gemido por conta da dor, fechando os olhos fortemente. Aquilo doía, mas não doía tanto quanto minha vida.
Presumo escorrer sangue ao sentir algo gelado verter em minha pele, abro os olhos e solto um sorriso ao ver sangue se espalhar por meu braço. Coloco meu dedo indicador em cima do corte para ver se estava fundo, percebendo que faltava pouco para obter resultados. Então, novamente pego a lâmina cravando em meu pulso.
Foi a última coisa que aconteceu, após tudo ficar escuro.
Mayah desceu de tobogã depois dessa.
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𝕾𝕮𝕽𝕰𝕬𝕸 - ʙɪʟʟʏ ʟᴏᴏᴍɪs • PAUSADA
HororApós Mayah Carpenter, uma garota bela e simpática se mudar para Whoodsboro, uma série de assassinatos sem algum registro de quem os cometeu apavora a pequena cidade. "Sabe que não precisa forçar sorriso para mim, 𝑓𝑜𝑔𝑢𝑖𝑛ℎ𝑜!" "Como o fogo qu...