Survive 2° Temporada - Wenclair

5 - Casal da Pesada

Tudo aconteceu muito rápido. Aquelas três pessoas acuadas dentro da delegacia, sempre imaginaram que um grupo tão numeroso de zumbis seria algo imbatível, impossível de se vencer.

Porém, aquela equipe de resgate era bem treinada e estava fortemente armada. Desde o momento em que conseguiram se organizar para sobreviver, todos os dias se preparavam exatamente para situações iguais àquela.

O primeiro blindado desceu a rua acelerando. Na parte de cima havia dois soldados. O que portava um rifle com mira telescópica era o autor dos disparos inacreditáveis realizados apenas alguns momentos antes, o outro se achava posicionado atrás de uma metralhadora de grosso calibre.

Ambos vestiam fardas do exército, capacetes, coletes à prova de balas e usavam equipamento de guerra completo. Em instantes, começaram os disparos com a potente metralhadora que não fazia perfurações — abria crateras, fosse na parede ou no corpo de zumbis, que caíam em velocidade vertiginosa e sem opor resistência alguma.

Logo atrás do primeiro veículo de combate vinha um segundo blindado sobre o qual um soldado segurava uma arma desconhecida, com um cano demasiadamente longo. Nem Eleven nem os demais viram nada similar até então.

Mas logo descobriram do que se tratava. Quando o soldado acionou o gatilho, uma coluna de fogo disparou do artefato incendiando vários zumbis. Era um lança-chamas. Aquele grupo atacava com equipamentos sofisticados e pesado poder de fogo.

Não era à toa que Enid afirmou com convicção aquele resgate.

À medida que os zumbis se aproximavam dos blindados tentando alcançar seus atacantes, outras armas começaram a disparar, agora de dentro dos Urutus. Eram sons variados, provenientes dos diversos modelos de armas empregados, porém todas automáticas. Nenhum zumbi conseguiu chegar perto dos tanques.

A última criatura teve o crânio estraçalhado pelo atirador que portava o rifle com mira telescópica, vários metros antes de chegar perto dos atacantes. Então, os tiros cessaram. O primeiro veículo se adiantou até chegar à porta da delegacia, finalmente estacionando.

Dele, seis pessoas desembarcaram, todas fortemente armadas com fuzis e metralhadoras. Traziam também pistolas automáticas à cintura, além de granadas de mão e rádios. Parecia um verdadeiro esquadrão de elite, caminhando em formação, protegendo os flancos e a frente.

O grupo se aproximou da janela despedaçada, de onde Eleven e seus companheiros observavam a aproximação daqueles que, esperavam, fossem seus salvadores.

No centro do grupo estavam os dois soldados que estiveram à frente dos disparos, um com o rifle de mira telescópica apoiado sobre o ombro e o outro que operava a metralhadora de alto calibre, e que agora empunhava um fuzil automático.

Eles checaram primeiro se os zumbis abatidos de fato estavam mortos. Em seguida, um deles se aproximou da janela e retirou o capacete.

Eleven observou paralisada, uma longa cabeleira loira desceu-lhe até a cintura, para surpresa dos três. O exímio soldado atirador era uma bela mulher de pele extremamente branca, e olhos azuis intensos.

— Boa tarde. Acredito que você seja Eleven. Acertei? — A mulher... Não... Uma menina, aquela garota tinha as feições de uma menina, não devia passar dos vinte anos e esboçava um sorriso simpático, perguntou.

— Sim, sou eu mesma.

— Eu sou Enid, e esta é a minha esposa, Wednesday — Ela indicou a mulher que vinha ao seu lado, o soldado que operava a metralhadora, era também uma bela mulher.

Wednesday sorriu. Ela tinha um semblante sereno, cabelos negros um pouco abaixo dos ombros e olhos também negros.

Eleven sem desviar os olhos da loira a sua frente, estendeu a mão para Enid, pelo buraco na janela. Pieter e Mercedes observaram-na. Agora eles sabiam por qual motivo ela fazia questão daquele contato. Um simples aperto de mãos bastava para Eleven.