Imagines - Horatio Caine (CSI Miami)

Roots from the past...

S/N Tripp p.o.v

Mais uma noite difícil, mais uma noite que eu não consigo dormir e eu tenho que me levantar para ir trabalhar as cinco da manhã e eu simplesmente não consigo dormir, nem mesmo o calor dos braços do Horatio me fizeram ficar na cama. Ele segue dormindo tranquilo, completamente alheio a tempestade que se passa na minha cabeça, me levanto e vou para a sala, me sento no sofá e deixo apenas a luz da abajur acessa, minha mente começa a pensar demais, memórias da minha infância e juventude me atingem com força total e eu começo a ficar ansiosa, é sempre assim, eu começo a pensar demais e a minha mente começa a me acusar e me lembrar do quão fraca, insegura e culpada eu sou e a ansiedade me domina.

Tudo começou depois que eu perdi meu pai num acidente de carro quando eu ainda era criança, eu estava chorando muito e ele desviou a atenção da pista por um segundo para me acalmar e acabou perdendo o controle do carro, minha mãe me culpou e culpa até hoje pela nossa perda e eu nunca aprendi a lidar com isso de fato, tudo piorou na adolescência quando não era apenas minha mãe que me acusava mas todos da nossa família e eu já tinha mentalidade suficiente para entender o porquê me odiavam e entender que eles me culpavam pela morte do papai, quando eu ainda era uma criança eu não entendia mas com o tempo tudo que eu fazia e faço é me lembrar com detalhes daquele dia e me culpar.

Quando meu pai morreu eu fui morar com o meu tio Frank, irmão mais velho do papai pois minha mãe não quis mais saber de mim e até hoje ela é incapaz de olhar nos meus olhos ou me ter por perto de novo. O meu tio é o único que me ama e não me olha com mágoa ou rancor, ele é a família que eu tenho e é ele quem cuida de mim desde sempre, principalmente nas minhas crises de ansiedade e foi por ele que eu estudei e me formei e hoje sou uma csi nível dois, foi através dele que eu conheci o Horatio e comecei a trabalhar no laboratório.
Ele me deu todo o amparato, me incentivou e hoje uma das nossas maiores alegrias é trabalharmos juntos, ele e o Horatio são a alegria da minha vida e eu amo os dois, o Horatio e eu temos uma história de amor cheia de insistências e árduas batalhas, até eu deixar aquele ruivo entrar na minha vida ele teve que ralar bastante, ele muito insistiu em mim até eu deixar ele se aproximar e de tanta insistência eu deixei ele chegar ao meu coração e ele simplesmente me fez amá-lo, de todos no laboratório os únicos realmente próximos de mim é o meu tio, o Horatio e a Natália pois com o resto é um relacionamento extremamente profissional, principalmente com o Eric e o Ryan que temos um relacionamento conflituoso, eu não gosto deles e eles também não gostam de mim por isso eles não fazem ideia do meu relacionamento com o Horatio e eu quero que assim continue.

Eu amo o Horatio e eu sei que ele me ama, apesar de as vezes me sentir insegura ao ponto de desacreditar desse sentimento mas tenho me esforçado para ser boa e suficiente. Depois do tio Frank o único que sabe das minhas crises é o Horatio, ele com aquele jeito observador e analítico dele captou cada mania minha, principalmente as que eu costumo ter em crises e por isso ele e o tio Frank são os únicos que reconhecem meu estado quando eu não estou bem e me ajudam a sair das crises, tudo que eu gostaria era gritar para o mundo o quanto eu amo e o quão feliz eu sou em tê-lo, mas temo em perder tudo que temos construído e eu não sei se seria capaz de aguentar.

Perco um pouco a noção do tempo mas volto a realidade quando começo a sentir o ardor na minha coxa direita, infelizmente eu tenho essa péssima mania quando a ansiedade me ataca eu começo a coçar minha pele e na maioria das vezes acaba arranhando, por isso eu sempre deixo a minha unha cortada, caso contrário eu viveria machucada pois simplesmente eu não consigo parar. Minha pele arde e sinto meu coração entrar em descompasso e eu começo a suar frio, pego o copo de água que está ao lado do abajur e bebo um pouco de gole, começo a suar e a me tremer um pouco por causa do frio, estou tão presa às minhas próprias sensações que nem percebo a aproximação do Horatio.