Capítulo Três

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Sábado, seu dia favorito e o céu está mais azul e o sol mais amarelo. E Harry está com um novo humor, certo ele passou todo aquele constrangimento do dia anterior mas ele não vai entrar num estado depressivo toda vez que uma merda acontecer. Se ele ficar, ele sabe que vai começar a ter pensamentos ruins novamente. Bem ruins.

Portanto, a primeira coisa que faz no dia é estabelecer os limites da área de sua casa, ele precisa saber até onde ele pode andar por ali sem chamar a atenção da polícia sem querer.

Ele usa linha de pipa e os gnomos de jardim de sua mãe, os amarrando e posicionando até onde a luz da tornozeleira fica vermelha, finalizando com uma chave de fenda (a linha de pipa amarrada nela) e cravando no chão a poucos metros de sua caixa de correios.

Quando acaba, suspira cansado e passa a observar a vizinhança com um sentimento de nostalgia.

Crianças andando de bicicleta, vizinhos passeando, carros passando... ahh... as imagens e sons do verão... E Harry não foi convidado. Ele olha para a tornozeleira com a expressão triste, parece que ele fodeu com sua vida. A voz distante do Sr Gutierrez vem em sua cabeça "O que seu pai acharia disso tudo uh?"

Tentando fugir da solidão e amargor, ele acaba notando o cachorro dos Payne, um labrador preto observando-o e sorri contente. Ah ele ama cachorros! Pena que sua mãe é alérgica e nunca puderam ter um em casa.

ㅡ Ei cachorrinho, venha aqui vem.

O cachorro trota em direção ao alfa com o rabo abanando, mas de repente ele é choqueado pela eletricidade subterrânea da cerca dos Payne. O cachorro late tristonho, voltando uns passinhos para trás e o olhando chateado.

ㅡ Ei, você e eu. Entendo completamente. - Diz Harry se referindo a sua prisão domiciliar.

Ele está sorrindo pequeno, quando se engasga com a visão de um carro cinza e bonito passando pela rua. Lá dentro nota ser o ômega, seu novo vizinho. Com o coração disparado Harry se agacha nos arbustos, não querendo que o garoto o veja quando estacionar.

Sentindo o rosto queimar pelo que passou no dia anterior em sua frente, Harry continua o observando na encolha. Mas não conseguindo mais vê-lo quando desaparece no lado da casa.

Com a curiosidade e o fascínio latejando dentro de si, corre de volta para seu lar e sobe as escadas para o segundo andar. Ele acaba não se importando em entrar no escritório de Desmond, só tendo cuidado para não ver as fotos e cair em tristeza novamente. Ali, quase toda a casa dos novos vizinhos é vista numa visão bem ampla, então o alfa vai até a janela e puxa suavemente as persianas para revelar o fundo da casa. Ele olha para baixo e vê o menino com algumas sacolas de compras e a mãe de pé ao lado da piscina conversando algo, mas o ômega logo desaparece pela porta dos fundos.

Harry inclina a cabeça para cima, curiosamente olhando através do par de janelas abertas do segundo andar. Lá ele vê um quarto com a cama desarrumada, pilhas de caixa de mudança abertas, quadros de pôsteres e alguns livros já nas prateleiras de cima. O alfa semicerra os olhos, aproximando o rosto mais ainda da janela quando o garoto entra no quarto.

Sente suas veias pulsando em adrenalina quando o ômega tira a camiseta azul. Desvia o olhar rapidamente, se perguntando por 2 segundos se não é errado... Mas aquele corpo meu deus... Então volta o olhar como um cão babando pelo frango assado numa máquina de assar.

O vizinho alheio a tudo, pega sua toalha e de costas para Harry abaixa a calça skinny revelando uma cueca preta desenhando e cobrindo todo o bumbum bonito do jovem menino, que logo desaparece para ir certamente no banheiro.

Harry está completamente obcecado.

•••

Uns dias se passaram quando Harry abre a porta da frente para receber Zayn, seu melhor amigo, a visita tendo sido finalmente liberada pela sua mãe. O garoto moreno está com seu celular na mão, está usando óculos escuros de aviador, colares de ouro e com sua mais nova tattoo no braço direito e a primeira coisa que diz pro dono da casa é:

Paranóia L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora