Jacob Black amava girassóis.
Ele realmente nunca soube o motivo de sua mente amar a flor, talvez fosse pela graciosidade da planta ou até pela resiliência. Mas gostar de flores não era algo que um adolescente confessava para seus amigos, principalmente depois que ele virou um lobo e compartilhou a mente com a matilha, seu amor pela flor teve que ficar escondido no mais profundo de sua mente.
Mas o mais louco disso tudo era que, ele amava girassóis mais do que amava Bella Swan e isso era algo realmente grande a se dizer, sempre que a menina estava com ele, seu subconsciente buscava o cheiro de sua amada flor nela, seu lobo uivava de decepção ao não achar.
Jacob sabia que deveria estar com seu pai, com certeza Billy estava preocupado com ele, mas era seu dever informar corretamente a Charlie o que Bella havia feito. Pensar nisso fez o adolescente respirar fundo com revolta, não conseguia entender esse encanto que a jovem tinha pelos frios. Eles a deixaram totalmente despedaçada, mas mesmo assim, na primeira chance, ela correu atrás deles. Chegava a ser nojento e irracional, aquela não era a Bella que ele conhecia.
Ele ergueu rapidamente a cabeça ao ouvir o som do carro de Charlie, levantando rapidamente esperou o homem estacionar. Seu cenho franziu ao ver uma jovem descer do carro, ela lembrava um pouco a Bella, mas sua beleza era mais marcante e impossível de não ser notada. E seu cheiro, ela cheirava a matilha com um toque de girassol.
Sentir o cheiro vindo dela, fez seu lobo ter um pouco de paz. Charlie o notou primeiro e logo após ela o notou, o olhos da jovem estavam encarando-o com curiosidade e receio, seus olhos fixos no dela, negro no verde, foi como se uma usina elétrica estivesse se alojando em seu corpo. Não era sua marca, ela era sua matilha. Como se algo finalmente se encaixasse em seu peito.
— Jake? O que faz aqui meu filho? Algo com a Bella? — Charlie questionou preocupado ganhando a atenção do mais novo.
A boca de Jacob secou ao notar que deveria dar a notícia a um pai.
— Charlie, eu... — ele respirou fundo antes de continuar — Alice Cullen apareceu e convenceu a Bella para ir até a Itália salvar o Cullen de não sei o que.
— Depois de tudo que fizeram, como pode? Ela só pode estar enfeitiçada... — o chefe da polícia de Forks falou, ele estava claramente nervoso, seu rosto estava vermelho e o vento rugiu com sua raiva.
Davina sabia o que estava acontecendo com seu pai, já havia visto em muitas crianças bruxas. Muitos não sabiam, mas a magia era regida pelo sentimento e pelo que a jovem havia notado, o que quer que houvesse acontecido naquela sala de delegacia, havia libertado o poder dele e junto com essa emoção, poderia ser catastrófico.
A jovem Swan deu um passo na direção do pai e segurou sua mão, a magia passou por ela procurando uma âncora. Charlie respirou fundo sob o olhar curioso do jovem.
— Eh, acho que não nos conhecemos. Sou Jacob Black, afilhado de Charlie — falou dando um sorriso para a jovem.
— Davina Swan — a bruxa revelou e teve vontade de sorrir com a reação do jovem. Abrindo e fechando a boca várias vezes sem som nenhum sair.
— Ela é minha filha Jake, não me peça detalhes. É complicado. — o policial explicou caminhando para casa afim de ver se havia alguma mensagem de Bella.
— Eu já vou, meu velho deve estar preocupado comigo. — o lobo disse acenando para pai e filha e dando um leve sorriso. — Foi bom te conhecer Vina.
A jovem em questão apenas ergueu uma sobrancelha sorrindo, aquele garoto em sua opinião, pelo pouco tempo que estava vendo. Tinha um bom coração.
— Foi bom também... Jay.
Ela correu para dentro de casa antes que ele pudesse falar.
Balançando a cabeça em negação, Jacob, mais feliz do que estava nos últimos dias, correu para a floresta e já longe do alcance dos olhos humanos, permitiu seu corpo transformar. Músculos e pele mudando, ossos adquirindo uma nova forma, rosto alongando e dentes ficando afiados. O que jaz fôra um humano, dera lugar a um majestoso lobo avermelhado.
Assim que o lobo surgiu, a mente do humano se conectou imediatamente com a matilha. Sam Uley estava fazendo a ronda naquela noite e ficou curioso assim que viu a mente do jovem Black.
— Uma filha? — o alfa questionou na mente do lobo.
— É o que parece. Mas vamos deixar isso de lado, eu quero agora caçar — Jacob saiu correndo, tudo ao seu redor parecia mais lento do que ele. O cheiro da terra molhada inundou as narinas dele, a terra úmida em suas patas trouxe um conforto muito bem-vindo.******
Davina encarou o rosto de seu pai, ele estava nervoso. Depois de ver que apenas havia um bilhete de Bella, ele passou os próximos minutos arrumando o lugar para ela dormir. O quarto de hóspedes que antes estava cheio de caixas e poeira, agora estava limpo e sem entulhos.
Esse tipo de cuidado, capaz de aquecer o coração, jamais tinha sido experimentado por ela.
— Você gostou? — Charlie começou a encarando com ansiedade. — Eu sei que só tem um banheiro mas...
— É perfeito — Davina o interrompeu.
Charlie respirou fundo antes de sentar na cama da jovem e dar uma batidinha ao seu lado, um convite que logo foi aceito.
— Então... aquilo agora pouco — ele falou encarando os olhos verdes de sua filha com receio.
— Sim. Foi sua magia, acho que quando tocamos nossas mãos, minha magia acabou libertando a sua. E agora, teremos que lidar com um fluxo enorme de poder. Mas não se preocupe, eu vou te ajudar.
Sua promessa era verdadeira e ela jamais a quebraria.
— Você me impediu de explodir — o pai afirmou e Davina assentiu.
— Isso se chama ancoragem, encontrar uma âncora para sempre se lembrar de quem é. Um coven é a âncora de uma bruxa. Parece que iniciamos o nosso.
— Meus pais, seus avós diziam ser bruxos. Eu nunca acreditei, até o dia de sua morte. Eu senti uma onda de poder vindo para mim — ele confessou e a jovem ficou pensativa antes de dar um leve sorriso.
— Parece que apesar de sua magia ter ficado adormecida, era forte o suficiente para te escolher como o regente do coven, tipo um alfa para uma matilha. O senhor por acaso tinha visões ou sensações ao tocar alguém? — o rosto de Charlie foi a resposta para sua pergunta — O que precisamos agora é treiná-lo para o seu bem e de todos.
— Concordo, mas não hoje. Você precisa descansar — falou levantando e caminhando para fora do quarto, ele continuou antes que ela retrucasse — boa noite Vina.
Davina obedeceu seu pai e enquanto estava na cama esperando o sono chegar, sua mente só girava em todo de algo: ela estava segura.
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Golpe de sorte
VampirDavina não sabia que o ato de fugir mudaria sua realidade. Mas permanecer no lugar onde tudo deu errado em sua vida seria pura burrice. Por isso não olhou para trás, não quis saber o que estava deixando. Mas também não sabia o que estava levando.