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Enid Sinclair

Ele está me vendendo?

- Desde quando uma mulher vale um milhão? Além de que porra eu vou fazer com uma mulher e uma criança? - Me olhou com o olhar frio.

- O que quiser! Ela é uma putinha, faz tudo o que você mandar. - Olhei assustada para ele. - E você pode se livrar da coisa, ela não serve pra nada mesmo. - Ele apontou e Wednesday olhou para Renan e depois para mim, que deixava uma lágrima cair.

- Que porra de marido que tu arrumou, hein. - Me falou, analisando a proposta.
Ela me olhou de cima pra baixo, analisando minimamente.

- Ela sabe cozinhar, ela sabe limpar, ela sabe fazer todos os serviços domésticos.
Além de que pode te satisfazer na cama. - O filho da puta fez uma propaganda de mim. - Ela pode ser sua empregada pro resto da vida e quando a criança crescer você vai ter duas empregadas. - Renan continuou falando, eu queria ter enfiado aquela faca nele.

Ficou um silêncio na sala e todos olharam para ela, esperando uma resposta.

- Eu fico com elas. - Renan se aliviou. Eu não sabia se ficava feliz ou chorava. Eu não conhecia aquela mulher, é se ela fizesse mal a minha filha? - Mas eu vou te dar o prazo de uma semana para tu me pagar 3 milhões, tá ligado?. - Deu o veredito e Renan assentiu com medo.

- Mas não eram 1 milhão? - Perguntou

- Eu aumentei. Agora tu tem um tempinho pra me arranjar a grana. Fique feliz. - Falou séria. - Tu não tem um dia a mais seu pilantra.

- Sim, eu juro que vou conseguir. - Falou - Muito obrigada, Wednesday. Você é muito generosa. - A mulher revirou os olhos e se virou pra mim.

- Vamo oh loirinha, tenho muito tempo não. - Falou e eu assenti.

- Mas eu não tenho nada, deixe-me pegar pelo menos uma bolsa pra minha filha. - Pedi com um nó na garganta.

Ela revirou os olhos novamente e fez um gesto com a mão para eu ir. E assim eu fiz, peguei uma malinha e saí enfiando várias coisas, principalmente fraldas.

Acabei não pegando nada além de 5 calcinhas e uma muda de roupa pra mim. Além dos meus documentos.

- Vamo logo. - Ela deu dois toques na porta do quarto e eu assenti, pegando a bolsa e seguindo ela.

Olhei de relance para Renan enquanto passava pela sala. A mulher que estava com Wednesday ainda apontava uma arma pra ele.

Quando finalmente sai daquele apartamento, Suspirei alto ainda com a minha filha no colo. Ela agora estava olhando tudo em volta e prendeu seu olhar fixamente em Wednesday.

A mulher de cabelos negros olhou para minha filha, que deu um tchauzinho para ela, e a de cabelos escuros olhou com curiosidade para a minha filha.

Descemos o elevador e quando passamos pela portaria eu vi que um cara armado estava com uma arma apontada para o porteiro.

Passamos direto para fora do lugar, entrando em um carro todo preto. Eu fui atrás com a minha filha no colo e a outra capanga enquanto Wednesday estava na frente com um cara loiro.

- Dada. - No meio do silêncio que estava aquele carro, a minha filha falou.

Eu estava ainda tentando assimilar tudo que aconteceu nessa última hora. Meu marido quase matou a minha filha e eu quase matei ele. Uma mulher armada entrou na minha casa. E eu fui vendida para uma traficante. Meu Deus, a minha vida realmente é um inferno. Agora eu tô indo pra casa de uma desconhecida.

- Qual teu nome dondoca? - Escutei a voz de Wednesday e olhei-a pelo espelho.

- Meu nome é Enid. - Falei baixo.

- Eu sou Wednesday, você já deve ter me visto no RJTV. - Falou e eu neguei.

- Eu não assisto TV, Renan me proibia. - Expliquei.

- Tu era tipo escrava? - A mulher que estava do meu lado falou pela primeira vez.

- Acho que sim. - Falei juntamente a um suspiro.

- Bom, já que tu não me conhece... satisfação, sou Wednesday, Vulgo Wandinha. - Como ela tinha parado no sinal ela Estendeu a mão para trás e eu pensei que ela ia fazer um aperto de mão, mas na verdade ela deu um tapinha e um soquinho. - Sou dona do Vidigal, comandante do tráfico de toda a região. - Falou.

- Wandinha? - Perguntei e ela deu de ombros.

- Meu coroa que me apelidou assim, aí pegou pô. - Explicou e eu assenti.

- Eu sou Yoko, Vulgo japa. E o caladão ali na frente é o Xavier, Vulgo Desenhista. - Falou e eu assenti.

- É um prazer conhecer todos, eu acho... - Falei a última parte como um sussurro.

- E o nome da pequenininha? - Yoko perguntou pegando na mão da minha filha. Tive medo dela fazer alguma coisa mas apenas segurou a mão dela.

- Isabella, Vulgo Bella. - Falei zoando porque eu tava muito nervosa. Yoko e Xavier riram. Wednesday se manteve seria.

O resto da viagem foi em silêncio. Apenas minha filha balbuciava algumas sílabas desconexas.

Quando chegamos no morro, eu pude ver as pessoas acenando para a mulher a minha frente, como se ela fosse prefeita ou coisa assim.

Subimos o morro por muito tempo, até chegarmos a um lugar com muros altos e um portão de metal.

Haviam homens armados em volta do local.

Quando o portão foi aberto, eu fiquei impressionada quando vi que havia uma casa consideravelmente grande atrás daqueles muros.

- Vamo. - Ela Indagou e eu assenti, saindo do carro.

Parece que a minha vida de escrava vai continuar.

Parece que a minha vida de escrava vai continuar

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Espero que tenham gostado❤️

Beijos e até o próximo capítulo!

Minha querida traficante - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora