Capítulo 35.

994 75 60
                                    

Ela não conseguia sentir nada.

Havia um buraco dentro dela, e a cada minuto outro pedaço caía no abismo, esperando para engoli-la inteira.

Ela havia cavado uma sepultura para si mesma e estava contente em deitar nela.

Às seis da manhã, Ginny bateu suavemente em sua porta. Ela abriu.

— Eu vi sua bolsa no corredor, — ela disse. Hermione manteve os olhos no teto. — Eu pensei que você fosse passar a noite.

— Eu também.

O tamborilar dos pés de Ginny no chão. Ela subiu na cama ao lado dela.

— O que ele fez?

Ginny estava de lado, de frente para ela, a cabeça apoiada em seu braço.

— Nada. Ele descobriu sobre as memórias.

Ginny parou ao lado dela. Hermione manteve seus olhos fixos no teto. Eles estavam secos e cansados.

— Oh.

— E então ele me pediu para sair.

— Oh.

Hermione engoliu em seco. — Sabe, em Hogwarts, sempre que Harry, Ron e eu fazíamos algo perigoso ou contra as regras, eu planejava uma história para o caso de sermos pegos. Eu estava sempre preparada para falar com McGonagall ou Dumbledore. Pronta para lhes contar uma desculpa. — Hermione se virou para olhar para Ginny, os olhos azuis já nela. — Nunca pensei que ele descobriria. Eu nunca considerei isso. Então, eu não tinha nada.

Ginny assentiu.

— Então, o que você acabou dizendo?

— "Desculpe?" — Hermione riu sombriamente. Ela encolheu os ombros contra os travesseiros e voltou-se para o teto com um sorriso depreciativo. — Eu disse a ele que queria conhecê-lo melhor.

— Ele sabe que você o ama?

As bochechas de Hermione coraram e ela mordeu o lábio. — Não. Sempre que tenho a oportunidade, sempre que ele me pergunta por que fiz algo por ele… Digo que foi a coisa certa a fazer.

— O que é basicamente a mesma coisa para você, — Ginny disse. Hermione olhou para ela novamente, e Ginny lhe deu um sorriso triste. — Isso significa que vocês terminaram?

— Nós... não estávamos realmente juntos, estávamos? — Hermione apertou os lábios. Ela suspirou. — Nós não estávamos saindo, ou tornando nosso relacionamento público.

— Mas é isso que você quer, não é? — Os olhos de Ginny a observavam. Hermione assentiu. — Ele sabe que você quer isso?

Ela sentiu suas sobrancelhas se juntarem. — Eu... eu só estou pegando o que posso, honestamente. — Ela balançou a cabeça.

— Talvez seja hora de você definir as regras, então. — Ginny estava levantando uma sobrancelha para ela. Ela a lembrava tanto de Fred naquela época.

— Acho que ele não quer mais nada comigo, — disse ela. — Muito menos, indo a público para sua equipe, que todos tiveram que assinar aquele negócio de Contrato de Amor.

Ela sentiu Ginny rolar para fora da cama. — Você nunca saberá até que pergunte.

~*~

Ela vagou pelo domingo. Ela foi para a aula com Madame Bernard. Ela foi para Cornerstone. Nenhum Malfoy à vista.

Ela foi para casa. Ginny pediu a Harry para vir cozinhar para elas, então Hermione tentou ser sociável por algumas horas antes de ir para a cama, achando exaustivo fingir que estava bem e ignorar a maneira adorável como os dois interagiam. Sem medo de estarem juntos. Apaixonados.

The Right Thing To Do | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora